quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Falecido Zé Feio.

é que meus olhos de patife
estiveram de fogo esse fim de ano
como você já deve saber
noites longas, dias curtos
dos lamentos de samba de raiz
pensei em você
escutando Nelson Cavaquinho
não tive sobriedade pra te pedir desculpas
invernei no ácido
e transei com aquela amiga sua
numa tarde
pedi pra empregada guardar seu brinco
tava em baixo da cama
ontem fui tomar umas na biqueira que era do seu irmão
os trafica me disseram que
desde aquela briga ele sumiu
no meu desleixo
sinto sua falta
de deslizar versos na sua gargalhada
do seu corpo inteirinho marrom
de morder suas iscas
dos tragos que a gente dava na poltrona
até você resolver virar fumaça
e ir embora pela janela.
                         Para Sabrina.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Píncaros da Glória.

o charme das meninas anônimas
dos rebolados subversivos
avançam nos bancos traseiros de carros suicidas
fotografias decapitadas
louvado seja
a menina que beija
e revoluciona o mundo
com sexo oral
olhos férteis
de carnaval de salão
profecias rabiscadas nas paredes
de banheiros sujos
romance de lança-perfume
poesias dançantes
trepadas epiléticas
retalhos de noites passadas
desejos esquizofrênicos
nas coxas saudáveis e eróticas
das meninas anônimas
bêbadas, drogadas
de calcinhas laranjadas 
no meu precipício tem uma gafieira
de amores sintéticos e
transes reais
dias quentes são bons
minha princesa iorúba
me enfeitiça
o teu riso
ainda acho graça nas estrelas bordadas
no seu ventre liso.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Soberba.

Julia parece um sonho, saca?
dessas morenas voluptuosas
uma pintura de Carybé
Julia é uma insolente obra de arte
que tinge madrugadas
com sua alma marrom das mulatas
deus moldou Julia no verão
Julia é um fim de tarde
sobras de sol no céu
colorida 
fantasiada de amor
Julia brinca descalça na terra
judia de mim com os seios de fora... 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Ontem.

choveu hoje a tarde
pensei na sua pele sob o sol que arde
teu orgasmo descontrolado
te escondi do relógio
pra encostar a boca no seu cu
antes do fim do dia
o ácido compartilhado no beijo
justo eu que sem medo me entrego ao desejo
te chupei
me lambuzei de você
seu lado cativo
das mulheres que se entregam
e lambem seus dedos doces
desaparecem na memória
flores esquecidas
num pedaço de terra qualquer
onde brotam sementes de mulher
me perco em silêncio
no cheiro do seu sexo
suas manias desleixadas
de deixar suas roupas jogadas
de se jogar no meu colo
coisas de menina
que não teve baile de quinze anos
não dançou valsa
apareceu aqui descalça
loca de lsd
e foi embora meia hora antes de amanhecer.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Carne de Porco, Salada de Alface Com Arroz.

na fumaça do seu cigarro
eu gozei
torturado pela sua volúpia
meu pau mole
absorvendo seus instantes
sua crença idiota por deus
seu amor por um cara que mora em outro país
os porres que a gente toma aqui no meu pai
você disfarçada de deusa
seus pelos pubianos crescidos
incerta do que quer da vida
procurando qualquer coisa adormecida
nas gavetas da minha escrivaninha
me conte das coisas do seu tio viado
viciado em crack
esqueça que horas são
não vá agora
tente entender meu sexo
a magia do espelho é te ver no reflexo
obrigado pelos doces
valeu por não me julgar
você é a traficante mais linda da cidade
e eu vi a cicatriz que você tem na virilha
as vezes eu te amo Priscila
as vezes acontece.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Bike 2010.

tua voz me acalmou
num dos meus delírios de amor
me serviu na boca
goles de aguardente com guaraná
só pra me acalmar
enfeitei meus segredos
pra deixar minha realidade
menos feia
pra você gostar mais de mim
pra gozar do teu riso noturno
acariciar suas cicatrizes
e desperdiçar seu tempo
com músicas, poesias
minhas histórias de assaltos e orgias
não adianta procurar razão no meu umbigo
a Ana nunca vai largar do namorado pra ficar comigo
eu sei do peso do meu enredo
sei da sua cartela de lsd
e também sei que você gosta quando eu te chupo
gosta dos meus palavrões
e quando eu falo que deus é um travesti com o pau enorme
que come  nossos pais nos fins de semana.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Astrofagia. Palavra Que A Marina Loca de Pó Inventou.

aproveita esse bocado de primavera
que ainda nos resta
das horas apagadas
dos relógios digitais
dramas contemporâneos
suicídios antiquados
o desespero é pontual
do vitro do meu banheiro
tem uma porção de domingos de sol
flores sobre meu lençol
eu não ligo pra essa transa de signos
esse teu jeito de me machucar
as vezes me agrada
é, você me jogou fora
derrubei um pouco de uísque com coca na cueca
hoje cedo vi um beija-flor
sorri minha própria desgraça
você tinha que ver mi amor
como é bonito essa porra de beija-flor.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Criança Gorda.

desconfiei do azul
do céu
da delicadeza dos seus traços
finos
ouvi alguns sambas
pra te sentir
mesmo que de longe
tentei
não te esquecer
sexo casual
é como partidas amistosas de futebol
a Priscila me deu um
tapa na cara hoje
lembrei de você
e cai na gargalhada
ainda acho que o silêncio
é um troço muito deprimente
faço barulho
e daqui á pouco o ácido que tomei vai fazer efeito
minhas noites são longas
demais
você podia bordar um safári naquela
sua saia de renda
branca
ia ficar linda
vestida de leões, guepardos e coiotes
famintos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Nenhum Puto.

e se o sol raiar
daqui a pouco
e se o infarto chegar antes
que diferença faz
se tem um Exu na minha calçada
e uma garrafa de tequila
pra gente tomar no domingo
ouvi dizer que sua boca anda vendida
suas presas mandam notícias
mas eu conheço seus botes
de fêmea faminta
seus temporais
o fogo impregnado na sua pele fina
olhos de cadela
uiva indecente
o cio sob a lua amarela
madrugadas inteiras
mastigadas pelos seus dentes
essa melanina exuberante
 escorrendo do tom da sua pele
mestiça dissimulada
da bunda empinada
e da xoxota cheirosa
sinuosa
brilha pra mim.

Passarinho Laranjado.

vi a primavera se desmanchar
no azulejo do banheiro
esqueci seu sorriso
no reflexo do espelho
bebi novembro inteiro
meus olhos cansaram
de droga e cachaça
desfrutei de manhãs sem amores
beijei tantos seios
na revolta das tardes
se sofri
cuidei pra ninguém notar
silenciei meus lamentos
nas pernas morenas da Ellen
notei sentimentos passageiros
por onde gozei
luzes adormecidas
ressacas mal contadas
se escrevo
e bebo
demais
é pra amortecer a vida
meus sonhos correm descalços
por ai
e brinco de luzir estrelas
nessas noites pretas.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Bruna.

porque carregas mistérios nesses olhos teus
porque beijas minha boca seus beijos ateus
seus lábios mansos a passear pelos meus
longe da paz teus olhos de adeus
ressentidas lágrimas escorrendo nos breus
nas injustiças da vida
transformei seus escândalos em poesia
aguardei suas ressacas pra sorrir a calmaria
dos seus banhos demorados
meus dias embriagados
pra poder errar
pra poder amar
pra me desculpar
te implorar por segundas chances
pelas tristezas dos falsos romances
minhas sextas-feiras em má companhia
hoje sonhei com a Katarina
bebi e assisti jogos de futebol o dia inteiro
o verão ainda nem chegou e você falando em saudade
tens medo de amar porque?
brincas de morar um pouco em mim
logo amanhece triste madrugada pelo fim
é que de repente me  deu uma vontade de chorar
por saber que o perdão também cansa de perdoar
já que todo coração é insensato
preferi te guardar num retrato.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Simone Mestiça.

dezembro tem o cheiro das putas
da casa vermelha
o mesmo enredo
de samba, pó
dos dias virados
sentado em engradados de cerveja
pratos e copos sujos
rabo de puta contagia
ninguém compreende minhas noites
olhos de estrela cadente
vibram a intensidade desses corpos
clichês pornográficos
putas amigas
despreparadas pro amor
sou o mesmo cara de antes
no convite pra sair pra conversar, beber e
dançar
descontraídas
essas putas suicidas
inesquecíveis perfumes
exagerados decotes
pra poluir pensamentos
reinam o batom
nos espelhos
sagradas prostitutas do meu coração
dos virgens
dos broxas
resistem a tristeza das doenças
a saudade dos filhos
putas foram nobres rainhas
de outras reencarnações.

Manhas Ateias.

te vi confusa
marquinhas de biquíni
sem blusa
resmungando seus amores
sentada na poltrona
pude ver seus olhos lúcidos
enquanto tirava o absorvente
pra gente transar
lamentando as manhas
abrindo a janela
convidando o dia
pra iluminar meu quarto
foi assim que te conheci
garota amanhecida
suspensa nos meus goles
de conhaque com guaraná
descanso meus desejos
na juventude do seu corpo
mas o amor é um negócio brutal
machuca a carne
murcha flores coloridas
de tesão
a herança do amor
é a dor
se não te amei
foi pra te preservar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Baltazar e o Câncer de Próstata.

seus temporais lascivos
suas roupas jogadas no chão
olhos drogados
remoendo as mágoas
implorando
pra eu não beber tanto
só porque esqueci seu signo
e cantei Noel
você disse que não era hora
foi embora
eu te pedi
volta
sabe quando as coisas vão acontecendo?
na rotina dos erros
são quase três da madrugada
eu com meus pedaços que não valem nada
e você
precisa saber da Priscila
das prostitutas
da cocaína
das minhas cicatrizes escondidas
meus problemas com a polícia
da Jheni
dos peitos de silicone da Bia
orgias dividindo os dias
fetiches de saia de renda
me leva pra passear?
solta o cabelo que você fica tão bonita assim.

Olha a Sara Vira-Latas.

deixa chover
que aqui dentro eu prolongo  
meus porres
que sempre serão homéricos
mantenho meus sentimentos
sempre a margem
celebrando meus vícios
meus versos promíscuos
meus amores cínicos
e um punhado de problemas
ligados ao sexo
minha poesia
que beija a boca das mulheres
chora as madrugadas
almas maquiadas
dissimuladas
essas mulheres
cruéis
ariscas
nocivas
carregam armadilhas no ventre
de baixo das saias
feitiços
com asas de anjo
seus santos nomes
lingeries, brincos, perfumes
colares
mulheres são trovões
noites acessas
mulheres são feitas de paixões
e nada mais.

Guardada na Gaveta.

já que a cachaça combina com o céu
e ela ta na cozinha fazendo o café que eu pedi
deixo o sol  me gritando na janela
pra observar a cadência dos seus passos
passos submissos
mestiços passos de mulher
que me serve pedaços de paçoca na boca
botei Jorge Ben pra nega escutar
ela desprezou os livros na mesa do meu quarto
tão bonita com a minha cueca
rebolando a indecência das mulheres adúlteras
tenho um demônio na carne
ela não sabe
só eu sei
antes das seis ela vai embora
de volta pro marido
pra provar que a infelicidade justifica
a traição
e detalhes pequenos
a gente resolve na cama.

Adelaíde Vinda do Paraguai.

me acolha em teu peito
finja que me entende
pelo menos tente
pra mim chorar minhas bebedeiras
no seu aconchego
ainda sinto seu perfume na cama
preciso te dizer
sou um fraco
fingindo ser forte
vomitando blasfêmias
mentiras que te conto sobre amar
nas noites de chuva
molhando nossas almas de adeus
penso em você
mas desejo outras
um bocado de ilusões
que você criou sobre a gente
enquanto eu pensava na Ellen
pra gozar em você.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Chiclete de Morango.

maldito nó frouxo
passeou a morte pelo meu pescoço
das manhas de sexta-feira
sobraram as sequelas
não preciso que deixem a porta aberta
se a rua cabe bem aqui
na palma da minha mão
exibindo pra todas as garotas
o presente que o coma me deu
obrigado deus por me fazer ateu
imaturo e egoísta
mastigo veneno malandreado
das bocas de fumo
que esta em mim
ainda
quando fecho os olhos
explodo o mundo
estou farto
de mulheres chatas
de crianças birrentas
de evangélicos
de camisinha
e de poesia careta
quero um pouco do estrago
mais uma garrafa de conhaque
água nos pulmões
um 22 enferrujado
trepar todas as tardes
as morenas e suas mágicas
coxas
tóxicos e alucinógenos.

sábado, 28 de novembro de 2015

Margaridas Sintéticas na Janela.

Priscila tem a mania de ficar mordendo
o canto boca
ela tem um céu todinho azul
dentro do olho
Priscila é loira
e não se importa de me ver
bêbado antes das cinco
da tarde
nem com o fato de eu ser um fodido
sem futuro promissor
seus beijos são frescos
bala de menta
Priscila vai com sua família ao centro espírita
lá ela faz orações por mim
diz que nada é por acaso
e manda fotos da sua bocetinha rosada quando eu peço
ontem ela apareceu na minha janela
colocou um quarto de bike na minha língua
disse meia dúzia de coisas bonitas sobre a noite
e foi embora sorrindo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cega Madrugada.

hoje lembrei do sabor da sua boceta
na minha boca
de como quando queria
se portava como vadia
passeava nas brechas
da minha cama
hoje lembrei dos seus orgasmos
quando você cavalgava por cima de mim
das vezes que lambia seu cu
de como você gostava
da última vez aqui no meu pai
do tanto que a gente trepou
dez garrafas de conhaque numa semana
amanha vou foder com uma garota de 130 quilos
fetiche de bêbado só da merda
cê sabe
ainda te amo
e o céu da janela da sala de jantar
parece uma pintura
ainda assisto pornos de lésbicas carecas
por sua causa.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Geraldo Biscateiro.

quem sabe nossos sonhos se percam
noutros copos
noutros goles
na magia
das orgias
pra te esquecer
nas ilusões etílicas
beijos doces
nessas tardes caídas
dependuradas nos dias
esse amor que agoniza
mais não morre
depois da ressaca o que me resta é outro porre
só queria te ver
uma conversa
pra pagar minha promessa
uma tentativa
de me desculpar
verdades mal ditas
se essa saudade não é clichê
a dor também não é.

Rima Claustrofóbica.

tente compreender meus vícios
todos meus caprichos
tente esquecer as traições
meus segredos nulos de razões
tente entender meu sexo
popular e controverso
procure saber das minhas mancadas
varando madrugadas
procurando teu cheiro
tente acreditar que ainda te amo
deixe de lado nossos desenganos
sempre terá outro fevereiro
por favor tente não se esquecer o caminho de volta
pra me ver comendo o pão que o diabo amassou
sofrendo como Xangô mandou
tente me emprestar teu perdão
não me deixe crer que foi tudo em vão.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Precoce.

decifrei teu corpo
te estudei
seu sorriso envenenado
bêbado de cachaça
te apresentei outro desamor
biqueiras
te ensinei a embalar droga
a virar puta
a escutar música
te amei
te transformei em musa
sem blusa
ainda sinto saudade.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Café Pequeno.

andei cego pelas avenidas esquizofrênicas
vi as putas vestidas de noite
sentadas em cadeiras nas calçadas
dos inferninhos periféricos
sarjetas recheadas de vícios
busquei o proibido
maquiei a dor
eletricidade poética
não tenho outras saídas
forniquei decotes e mini-saias
quatro doses de conhaque
doze garrafas de cerveja
guardei poesias coloridas nos bolsos
pro caso de deus ser daltônico
apenas possibilidades
no rebolado das negrinhas
desenhadas nas madrugadas do subúrbio
almas inflamadas
com cheiro de xoxota
tirei o véu da vida
festejei no açougue
á carne
depois que perdi a mulher que amo.

sábado, 14 de novembro de 2015

O Cão.

estupraram minha alma
apodreceram meus minutos
desprezei o horário de verão
ejaculei na sua imaginação
chutei o deus vira-lata
assistindo nossas trepadas na tela do meu computador
adoeci de paranoia
a doçura da cadeira de rodas
chupei seu cu no banheiro de deficientes do Boêmia Butiquim
fantasiei alucinações
debochando do choro da minha ex namorada
viva ás vadias
viva á cachaça de rolha
e a falta de pudor das adolescentes
meus sonhos incendiados com gasolina
meu sexo subversivo lubrificado com mel
quando amo
engano
o transe alcoólico dos cavalos de Exu
dos ebós nas encruzilhadas
crucifixos vibradores
dança nos meus olhos suicida
negra bailarina
teatro real de quem não tem valor algum
não me desculpo
não me arrependo
tudo que eu quero é acabar com aquela garrafa de uísque vagabundo que ta no armário.

Negra Bailarina.

meu cotidiano pulsa
cintilante
tempestade de desejo
a carne não me mete medo
o amor sim
mexas de cabelos
castanhos
Caymmi, Cartola
Candeia e Adoniran
na romaria de sexo
aprendi a ler o pai nosso
reluzentes orgasmos
escondi meus poemas e
minhas traições
temperei com sal e limão
o cru da vida
drogas sintéticas
não fiz proveito nenhum do coma
mulata feiticeira
Ellen boqueteira
borda seus olhos na minha pele
deslizando sua alma pra longe de mim
arquiteto de orgias
palavras ditas pelos rabos
na indecência dos meus atos
me deitei embriagado
minha cama tem cheiro de pecado.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Pasta Base.

ensolarada pelo sol
de sexta á tarde
soada com o sal da terra
ama baixinho
faz festa sozinha
tem um buquê de flores nos olhos
enxerga o mundo do seu jeito
passeia a língua no meu peito
sorri o axé de todos orixás
nos escombros das noites te achei
tão noturna
feito bicho peçonhento
pronta pra dar o bote
e pra falar de amor
sobre o sexo do universo
poetas não são inocentes
me ausentei da tua insônia
dos teus lábios
todas dores são passageiras
sua boca obscena suja de manga
vi um pássaro nos seus pelos pubianos
gozei nas suas sombras vazias
faz meia noite nas suas costas
e nas tetas caídas da sua cadela
até o vento conhece tua pele morena.

A Rainha Diaba Sem Roupas na Janela.

somos propícios
á doenças sexualmente transmissíveis
á ejaculação precoce
tombos no banheiro
cocaína misturada
somos propícios ao suicídio
nas quentes manhas
só de bermuda 
sem chinelos
ao alcoolismo
ao amor
a mijar nas calças de tão bêbado
se apaixonar por morenas desconhecidas
somos propícios a fugir da polícia
clínicas de recuperação
amigos travestis
assaltar lotéricas
chorar de saudade
em frente dum puteiro
dias quentes
somos propícios
á promiscuidade
as tentações da carne
corpos enlatados
dores fantasiadas no hemisfério sul
lingeries kamikazes
cicatrizes
orgias
somos propícios.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Morena do Di Cavalcanti.

não creio na depressão tropical
morenas bonitas
não pensam em suicídio
rezo ao sol
pra te descobrir com a língua
minha curiosidade escancarada
pra ver teus seios
não disfarço meu tesão
em você
se eu achasse uma cigana
pra ler sua mão
minha fé mística
tua boca de sagrada malícia
anseio prosperar em teu ventre
te namorar
te fazer gozar
confesso no meu sequelado sorriso
o prazer pelo risco
talvez você se assuste
com meus fetiches
ou com o absurdo do meu passado
mas cada um trata do seu inferno
á sua maneira
pra beijar sua pele sorrateira
no balé sem fantasia
te faço minha rainha.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Destilados.

adormeci em pleno
meio-dia
na indecência do meu sono
pesado, vadio
meu lençol manchado
com teu cheiro de ontem á tarde
a loucura hospedada no
teu corpo
brilhando um sol inteiro
no seu umbigo
transpira e arde
minha vida vazia
sonego seu desejo lésbico
traduzido no sexo oral que te faço
seu orgasmo em miúdos
se entrega de colher
desatenta confunde o cosmos com horóscopo
e perde a calcinha no vão entre a cama e a parede
todas suas curvas
são mensagens subliminares
carrega flores invisíveis pelos seus cantos
entende o amor e seus desacertos
e acha graça no coma que me fodeu
seu jeito de me ensinar
á gratidão.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Maria Do Céu.

quero cu de burro com cerveja
a Bruna pelada
pedalando na minha bicicleta ergométrica
quero tudo que brota do asfalto
meu  samba ensolarado
vulgar
violento
sem cantarolar primaveras
esqueci outras arcadas dentárias
no canto mais escuro do meu quarto
o amor fracassa
suicídio não resolve nada
nas madrugadas
sexo também não me basta
onde foram parar os pipas?
quando as tardes são mansas demais
desconfie do mundo
revela o apocalipse
de pernas abertas
suspira fundo
brinca de menina
vestida de ninfeta
quero as horas erradas
todos os dias
pulsando nas veias do meu pescoço
a guia branca
de Oxalá
sacanagens na sala
deixo a tv desligada pra te entender melhor.

sábado, 31 de outubro de 2015

O Resto Dum Samba Que Ninguém Canta.

esse suingue dos seus quadris
as blasfêmias escorrendo da sua boca
deus disse
nem só de pão viverá o homem
mas de cerveja e xoxota também
quando a novela das oito acaba
e você deixa de lado a televisão
pelas siriricas
trancada no quarto
 seus sonhos de piromaníaca
goza com a ideia de por fogo nos pais
no carro
na casa
em si mesma
aproveita a claridade dos seus dias
sorrindo comerciais de margarina
lambuzada comemora
goles desesperados de vida
nas bebidas quentes
distribuindo seu amor
por ai
 seu coração destrinchado
numa bandeja
não chora no décimo andar
sua dor não é nada
se maquia pra trepar
arde na pele
unhas cravadas no meu íntimo
não nega sua vontade de ser mulher
e se completa nas sombras soltas
dos vira-latas doentes.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Mulheres, Ácido e Guaraná.

devo te dizer
das minhas folias
das bebedeiras em dias quentes
dos dramas românticos
poesia e alegoria
na tentativa de esconder meus vícios
o tempo desmanchando na janela
devo te confessar
os crimes
as brigas e as orgias
azulejos sintéticos
das almas drogadas nos banheiros libidinosos
as universitárias
o uísque nacional
a cocaína
a cadeira de rodas
 a particularidades dos infernos
no portão da minha casa
a cartela de anticoncepcionais
minha pena
é amena demais
mereço castigos sádicos
das armas brancas
do sangue na calçada
sempre tem uma Taís pra tentar me esfaquear.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Peixe com Tomates.

pra te queimar
te transformar em brasa viva
incendiar teu corpo
sinuoso
iluminado de fogo
com gosto de sal
canta sem chinelos
na sala
vira estrela porno
nas tardes consumidas
pelo sol
se veste de santa
e aguardo um amor
de pernas cruzadas
é mulher nas horas certas
elegância de Brigitte Bardot
orgasmos de pomba-gira
Maria Padilha
compõe suas dores
derramadas no espelho
do meu guarda-roupas laranjado
sonha com todo azul do céu
beija minha boca amarga de café
me deixa cego de tesão
sem calcinha
prova meu risco
e ri do meu eu fodido.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Poesia da Noite Sobre o Sol.

seu cabelo deve ta com aquele cheiro de flor
os trópicos vão exigir mais
da sua carne mestiça
teu corpo esticado no meu varal
a bença Xangô
a bença meu pai Atotô
desejo sua alma bronzeada
nos tambores das curimbas
pra te ouvir falar
essas coisas de amor
a intimidade retratada
pelos seus olhos pretos
debruçada num copo de cerveja
analisa futuras transas
vagueia sem certeza
vai até o banheiro
pra dar um tiro
pra mijar
ou apenas pra retocar a maquiagem
volta sublime
ignora minha existência
pra me castigar
deus perdoa os canalhas
as mulheres não.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Helena e os Caminhoneiros.

adormeci de bruços no calor
amei o sol
enfeitei minha vida
tomando cerveja com minha mãe
disfarcei a dor
fiz preces incansáveis á Exu
trepei feito animal
amei o sol
com a cara enfiada na xoxota da Letícia
sofri menos do que merecia
transformei meus fetiches em vida real
sem analgésicos
sem novelas
sem fotos em frente o espelho
transei com a porra do sol
amei o sol
lambi o cu da Bia
até as cinco da tarde
não fiz firulas
farejei seu rabo como um cachorro
escutei muito samba
brinquei meu carnaval fora de hora
chapei num quadrado
festejei o sol
a quentura das coxas macias
sonhei debaixo do chuveiro
amanheço sempre de tarde
poxa
como eu amo
o sol.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

As Garotas do São Manoel...

esqueci teu semblante
noutras molduras
de sorrisos escondidos
minhas obscenidades
penduradas nos varais
secas ao sol do meio dia
nos ralos dos banheiros
onde eu mijei e
gozei
gosto de café e de cachaça
de mulheres
e de futebol também
de pelos descoloridos
esse é o presente que Xangô
me deu
as peles marrons
que assoviam nuas
canções improvisadas
sem planos pro amanha
simplesmente acontecem
no mormaço do bafo quente do ventilador de teto
oficina de pecados
colecionando segredos
esquecendo o passado num trago.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Cinzeiro Amanhecido.

essas avenidas sedentárias
de travestis, sinais amarelos piscando
abraços despedaçados e garotas bonitas
olha no retrovisor
não me chama de amor
seu decote cala minha boca
espero sua chama acender
e você me chamar
de pernas abertas
temperada no calor
das 2 da madruga
e amanha hora que eu acordar
depois do almoço
vou querer te dar um cheiro
talvez eu derreta com seus chamegos de mulher
nas suas tetas morenas
abrace sua dor
e mastigue seu clítoris
até você gozar escandalosamente na minha língua
pra debochar depois
quando meu pau estiver mole
e inventar motivos pra me odiar
jurar pelos seus pais
nunca mais voltar.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Giovana Obesa.

minha primavera tem o cheiro
das xoxotas das garotas
do Vetorazzo
pintam os olhos
e se raspam
nas tardes interrompidas
flertam adolescentes
enquanto o chão enfeitado
com calcinhas, blusinhas
e sutiãs
algumas descontroladas
gozam a juventude na minha boca
meninas precoces demais
maliciosas demais
experimentam o bom da vida
aqui na sala
ou no quarto
esquecem o controle remoto
buscam nos meus sambas de raiz
maneiras de se conformar com a dor
que causo
rebolam o absurdo
e eu deslizo minha cara torta
nos seus rabos abençoados
deus me fez promíscuo.

sábado, 10 de outubro de 2015

Lorenzo Hiperativo.

confunde estações do ano
não da a mínima 
pra porra do calendário chinês
não cumpre as horas marcadas
e dispersa veneno noutros caras
pesadelos bêbados
sem pé nem cabeça
lambe os beiços
no meio dia 
da vida
seus segundos demoram demais
suas cores elaboradas
abstratas sem calma
sorrindo o desamor
dando na calçada
desesperada
pra se vingar
confesso que cansei da sua sodomia
das sessões de tortura
com o dedo no meu reto
o linchamento sentimental que era estar contigo
prefiro ver outras moças engolindo
meu amor
do que deixar escorrer nas suas coxas...

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Comprimidos Sete.

não precisa saber de mim
meu jogo é o mesmo
garotas, drogas
putaria franciscana no sofá da sala
o boicote do eclipse lunar
nas varandas miseráveis
boquetes redentores
onde as bestas sorrateiras mijam nas calçadas
louvo a carne das bocetas que
chupo
fones de ouvido não me dizem nada
meu carnaval é decadente demais
nas memórias do fim
não choro sob o sol
não quero Vênus
quero as tetas macias de Oxum
quero gozar no seu relógio
derreter os ponteiros do seu cu
minhas veias já estão entupidas por excessos
escorrendo os pedaços
dum inferno de anos atrás
não pude entender a Letícia
a Amanda e nem a Priscila
deixei elas irem embora
sem me desculpar
e fiquei aqui sozinho
espiando passarinhos
na janela da cozinha.

domingo, 4 de outubro de 2015

Lurdinha Desquitada.

suas costas pra mim
meus castigos
suas histórias
de grana, vícios e sexo
minhas experiências
nas boêmias
prostitutas e cocaína no asfalto
não te pedi nada
pra fugir das tuas exigências
na tua xoxota morena
gozar meus riscos
meus perigos de ladrão
pra te ver  enrolada
nas toalhas desgraçadas
canções tristes depois das ressacas de pó
quando sua tristeza
chocava meus olhos ateus
sem socorro
te vi pagar pelos seus pecados mundanos
me fez sofrer
de ciúmes pelo seu prazer
chupadora de paus
brilhando sua carne promíscua
dormir depois do meio dia
pra inspirar outra poesia
sem nem ao menos
ter me amado.

sábado, 3 de outubro de 2015

Inês Desacontecida.

a menina que compactuava com
o capeta
não me intimidava
com sua lingerie roxa
os faróis não vão
te esperar
nas fumaças dos cigarros
no cheiro do café
meus vícios são dramas sem fim
oh, como são lindas as segundas de Candomblé
temperos fortes nos pratos pequenos
oferendas radioativas pra Xangô
pra dar continuidade
nos boquetes mal feitos
depois dos 16 anos
levam um bocado de mim
corpos sóis
chamuscados de sol
dos orgasmos transparentes
carícias
siriricas
manhas infames
meus olhos perfumados
o aborto que acontece
vestidas de crianças
fetos sorridentes
nas cortinas
mães choram
depressivas dormem
o sono profundo
sono de tarja preta
e aguardam noites quentes
fidelidade é um sonho
e eu só tenho duas cervejas pra passar uma madrugada
pela metade.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Senhora.

conta suas mentiras acomodada na
cama de casal
troca de roupa com a porta aberta
chora a decepção
que te causei
nossas sobras no espelho
do banheiro
deixadas no canto da pia
nosso prazer seco nos lençóis
bêbado demais pra saber que horas são
enquanto o gelo dissolve
meu amor de pomba-gira
no convite escandaloso que a rua me faz
estampas coloridas
bundas dançantes
surubas lésbicas
dores desacompanhadas
não resta nada das tardes líricas
apenas o cheiro de boceta na cara
esquecidas
as notícias que pingam dos jornais
disputam as mesmas chances
carnes e flores
quase amargas
transvestidas com colírios nos olhos
bronzeamento artificial
não existe o sagrado
pra quem se deita com o profano.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Siririca Apoteótica.

ofereço o fogo
dos incêndios criminosos
deuses kamikazes
ensopados com gasolina
transplantados
tristes fisionomias
dos crentes
caricaturas acanhadas
no futebol de quarta
não gritam gol
perdoam demais
e não comem o cu das esposas
tento assoviar possibilidades
peco inconsciente
traio a carne ainda quente
safadezas contemporâneas
viva ás orgias na era digital
quando o inferno se torna real
e ninguém bate palmas pro meu sadismo particular
pra consolar o desprezo
beba cachaça
desrespeite o remorso
receba á providência divina
de cueca no sofá
não acredite
se puder odeie de propósito
pessoas boas não existem.

sábado, 26 de setembro de 2015

Reginaldo e a Caixa de Fósforos.

soltei a mão do santo
a maldição veio de escolta
sufocado pelo azar
no colo da devassa
mas eu lembro
da cor do isqueiro
das roupas no varal
do cheiro de puta no meu corpo
do gosto da cachaça
ensaiei minha morte
no ato falho
fracassei
não me desculpei
partilhei no N.A
recai pra confirmar
vislumbrei noites doces
bocas abertas pro céu escuro
briguei demais
abri meus pulsos pro universo entender
meus caprichos violentos
fantasio a dor
depois do terceiro copo
dispenso a calma das pessoas boas
e atropelo anjos hermafroditas enfeitados de boneca
cristo me fodeu
cristo me atrofiou
cristo enfiou o dedo no meu cu.

Nude.

pra te descobrir
é necessário ser mais que bandido
teu suspiro exige mais
quando as noites são desacertos
pontuais
no horário de Brasília
e minhas dúvidas borram seu batom
teus restos tem um cheiro bom
a primavera vai testemunhar
nossas brigas
movimentos ásperos
de bruços pro mundo
no bico dos beija-flores
seus olhos floridos
a revolta é maquiada
alta madrugada
peço só que não amanheça logo
guardo a fotografia do teu seio
numa gaveta imaginária
sorte minha a corda ter se arrebentado
pra te amar é necessário
estar  vivo.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Regina Hemodiálise.

pisa em bitucas
deixa o câncer bater a porta
venda no sol
cada minuto
cada trago
sentada de pernas abertas
observa as tragédias no jornal
tenta o precipício
essa sensação hipoglicêmica
sorri com a cara na persiana
seu sangue pisado
grudado na cabeça do do meu pau
denuncia menstruada minhas putarias
de pirraça não goza
mais no sofá
meu apetite
pelo apocalipse
desenho más intenções
deus esta afogado com 7 sete pedras de crack
na boca
boiando inchado ás margens do mundo
ninguém nota os defuntos pobres
escutem nossa tosse.

domingo, 20 de setembro de 2015

Manhas Improváveis.

depois que nosso último fevereiro passar
repleto de sonhos e porres fora de hora
se a ressaca consumir a gente
e sua beleza se for no banco do passageiro de outros carros
suas fantasias eróticas de orgias e paus grandes
meus fetiches absurdos com a tua mãe
talvez você levante ás 06;20 da manha pra cagar
e me sirva outro copo de conhaque com gelo
se por acaso descobrir que tudo que dói é ficção
e resolva se prostituir pra sobreviver
chorando em frente de espelhos
desses motéis vagabundos
me  deixe com minhas migalhas e meia dúzia de garotas tolas
os semáforos não nos provam nada
nossos sobrenomes sem nenhum valor
te ofereço grande parte do meu nada e essa bosta de amor
deixa eu te mastigar mais um pouco
algumas horas sem fim
depois de outras camas
mil e uma damas
gozar no teu braço
meu sexo carrega teu nome sim
mas todo dia tem novela
e você pode tudo que quiser.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

As Seis Mulheres de Adão.

nesses sambas de amor
quando digo sim pros regalos da vida
pra apalpar teu cheiro
e cair de boca no seu rabo sujo
teus olhinhos refugiados
seu sorriso sorrateiro
gosto de te ver gemer baixinho
não tenho álibis
sou réu confesso mulher
dias quentes são bons
o céu é bonito pra caralho
e garotas de programa são infelizes
fim de semana a gente enche a cara
de cachaça
adereços antipáticos
dentes quebrados
meus traços são criminosos
não me confunda com outros
cansei de correr da polícia
minhas granadas não precisam de motivos
pra explodirem
guardo minha ternura pros rejeitados.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Revolta de Dois Mil e Nove.

roga pragas quando ouve meu nome
cospe no chão
bate na madeira
tráfico de cocaína começa de quinta-feira
não fui eu que te viciei
meu vício é pelo risco
não pelos rabisco
minha pena é perpétua
condenado em 2009
com a corda no pescoço
assaltos e prostitutas
sexo com cheiro de ralo
olhe pra  mim e entenda o estrago
certifique sua paz
escapei da cadeia
mas das sequelas não
suicídio é religião
sem correr
não dispensei o cano
fodam-se os simpáticos
o gatilho ainda é solução.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Inhamisses.

passeia de esmalte vermelho
calçando meu chinelo preto
esbanja suas feridas
tenta me convencer
cega
prospera rebolando em outros paus
no meu não
disfarçada de puta mirim
faço tua pomba-gira cair do cavalo
olha perdida prum deus que não existe
e questiona a porra do amor
essa subversiva dor
que desloca clavículas
e tem crises de epilepsia na cozinha
espera a tempestade cair
te quero  desgraçada que desconhece a palavra paz
que me apareceu tão linda
como uma quarta-feira em que seu time perde
e desatina a merda toda á escorrer na sarjeta
faz brilhar minhas madrugadas silenciosas
sua cor de morena maldita
sei que te amo também
ninguém se importa se morrermos de febre

domingo, 30 de agosto de 2015

Michano...

desculpe por desarrumar teu coração
por bagunçar teu guarda-roupa
te apresentar meu amor pagão
e confundir suas certezas
pra te fazer pensar em suicídio
quando não estou por perto
clichês cinematográficos
de finais felizes
pra gente sempre se encontrar
depois de provarmos
outros sexos
outras bocas
pra nos completar
do avesso
nosso gozo
que é só nosso
na nossa carne viva e
desesperada
desculpe por te amar
por tentar justificar minhas traições
em vão
desculpe por errar e beber demais
te ver desmaiar nas minhas madrugadas
fique calma que logo eu fico rico com o tráfico
e te peço em casamento
numa roda de samba
só pra te ver sorrir
te fazer feliz.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Parindo Na Calçada.

bem de perto
todos os copos transbordam
o sexo nos espelhos
bom mesmo é correr perigo
sem preservativo
desrespeitar o sinal vermelho
brigar na biqueira
felicidade é carnaval
boicotando cristo com duas morenas
na casa da Renata
bem de longe
anunciei minha tragédia
garanti minha hospedagem no inferno
ou pra qualquer lugar que mandam os suicidas
sem me  regenerar
ressuscitei
todo fodido
oferecendo os mesmos riscos
sucumbindo as mesmas tentações
meu sangue é sujo
meus desejos de doente mental
pros meus gritos morrerem surdos
sorrio como um culpado
culpados não se arrependem
e tomo meu café com gosto de sonho de segunda-feira.

domingo, 23 de agosto de 2015

Ciranda do Membro Amputado.

seus pedaços remendados
sua colcha de retalhos
seu nome na boca do sapo
fodendo com o diabo
de quatro
pra vadiar madrugadas inteiras
comigo
com a palma da sua mão
na minha cara
sem beijo de boa noite
seu sangue vermelho
tinge o piso branco do banheiro
desliza sua navalha cega
pela veia hostil do meu pescoço
não te peço perdão
sou o puto nascido na contra-mão
essas cicatrizes rabiscadas no seu corpo
tão distantes do paraíso
essa falta de paz nos seus olhos
que diminui minhas amantes
meu convite pro amor
pra me fazer sofrer
pra me dar prazer
seu choro envenenado
suas mentiras encapuzadas
disfarçadas de coadjuvantes
não me impressionam
explica pra eles que a gente se ama
e que você sempre goza na minha cama.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Padê.

com a boca no seio
da mulher que amo
tento convencer os astros
que esse amor é válido
é também vingança
pra te ter de novo
dividir o mesmo lençol
e adormecer até meio dia
não me fale em sofrimento
que seu breve sorriso
dure pra sempre
na minha poesia
suja e encardida
que você morra atropelada por um caminhão
pra te ver desencarnar
feito uma cadela
seu rosto
encaixado no meu risco
desde quarta-feira
que te achei no escuro
perdida e faceira
e te fazer sentir outras dores
postas na minha prateleira
te fazer gozar
comendo seu cu
você é a oferenda mais bonita ao meu Exu.

domingo, 16 de agosto de 2015

Natureza Corrompida.

sob a luz da lua
pendurada na carência dos seus olhos de puta
que celebra desaforos
e confunde elogios com esporros
alucinada feito um quadro do Dali
bêbada pelas beiras
agonizando sozinha
desempregada
procura entender o amor
com a boca recheada de xingamentos
reza pra noite nunca acabar
suas mentiras cheiram á sexo
e seu sorriso é um pecado
que enfeita meu quarto
e bagunça a porra da minha vida
ela é a minha vadia
minha tendência suicida
é você.

sábado, 15 de agosto de 2015

Cinema.

olho tua moldura de
mulher dos trópicos
que mija na pia do banheiro
sobe no palco
e me apresenta seus caminhos perdidos
se deixa ser penetrada por qualquer um
achou no sexo uma maneira
de se vingar de mim
nossa promiscuidade compartilhada 
nosso sangue escorre na mesma calçada
já que deus
nos esqueceu
e eu sempre dispenso
um papo cabeça
por uma foda bem dada 
no meio da tarde
no nosso inferno
eu gozo
você goza
e suporta o peso desse amor doente
salivando escondida 
atrás da porta
não me julgue
somos indecentes
e meu dedo sempre encontra seu cu.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Psicologia de Órfão.

a revolta é lúcida
contemplo bundas
e dentes brancos
a rebelião da alma é inevitável
já que a tentativa de suicídio
me fodeu por inteiro
amor é sadomasoquismo
preservativos vazios
pais depressivos
mulheres furiosas
tpm astral
escorregam suas mentiras
no meu corpo castigado
unhas negras
vermelhas
espalhadas pelos cantos
suas garras
frustadas em noites mal resolvidas
as vezes sinto saudades
do cheiro do seu sovaco
as vezes desgosto
pro inferno esse mês de agosto
meu quarto ainda tem vestígios do teu sexo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Olhos de Mulata.

decorei o enredo do seu corpo
sua canção sem harmonia
os confetes na sua fantasia
em cinco tardes azuis
e duas madrugadas febris
o tempo certo pra te ver arder
de quatro na minha cama
me espera num vão
guarda o ventre embrulhado
num guardanapo
pra mim
falta da faculdade
briga com o namorado
goza na minha pica
dança
como criança
pelada na sala
descansa o sorriso num trago
me cativa
no olhar
teus olhos com cheiro de mar
a porta da cozinha ta sempre aberta pra você.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Flagrantes, Cosméticos e Um 38.

improviso bacanais
vestido de renda
esmalte lilás
revólver escondido atrás do guarda roupa
daqui dez minutos vou estar com a cara
enfiada no rabo dela
vinte e cinco gramas de cocaína pura
dentro dum tênis velho
amanha mexo nisso
presto atenção nos seus dezenove anos
xingo a cachorrinha da minha irmã
no meu colo ela se desmancha
põe as tetas pra fora
beija minha boca
de joelhos beija a cabeça do meu pau
suando no mormaço das três da tarde
me serve um copo d'água na boca
o baseado também
antes que ela suspire
eu apresento minhas verdades
ela um dia vai me odiar
corro o risco dela querer me denunciar
depois da segunda trepada
ou antes de anoitecer
ela vai chorar.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Ninfomaníaca.

finjo calma
possuído pelo demônio
olhos revirados
em cerol no pescoço
deixo o sorriso
pros viados fotogênicos
finjo serenidade
pra não pensar nela
e em cocaína
distraio a mente com cerveja e maconha
meus diagnósticos
não me descrevem
sem momentos exatos
nenhuma verdade absoluta
pra te condenar
te crucificar
só o erotismo da boca dela
sobre a duvida divina
estilhaços contemporâneos
esticados na mesa
não se preocupam com o que te dói
finjo tranquilidade
analgésicos sexuais
mascaras de carnaval
pra negar seu eu
olhe no seu braço
quem te fez essa cicatriz?

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Ninguém Brinca Com os Psicopatas.

Ana suportaria uma garrafa
de cerveja na xoxota
mas diz que se contenta com
meu pau mediano
eu não acredito no que essas garotas
dizem
nesses espetáculos
pornográficos
pra me lembrar o traste
que sou
não recuso porres e mulheres
arregaço e não arreganho
meu vô me ensinou
que o mundo é dos cafajestes
todo bom malandro por um rabo de saia
um dia cai
esquece a porra do relógio
psicológico violento
vagabundeando desde sempre
pesadelo da sua família
esperando a hora certa pra comer sua filha
simpatia de ladrão precoce
que se aposentou cedo demais
mas ainda conhece esse jogo
de armas e drogas.

domingo, 9 de agosto de 2015

Cardíaca.

te trago um buquê
de rosas radioativas
rosas nucleares
pra espalhar meu câncer pelos ares
pra te fazer lembrar
do meu amor envenenado
dos meus pulsos costurados
centenas de carros roubados
meus dentes roídos pelo pó
as cicatrizes de tantas brigas
minha disposição pro sexo
pra não te deixar esquecer
do meu corpo atrofiado
meu caráter duvidoso
da minha negligência distribuída
por onde eu passo
pra te fazer entender que te amei
se trai, se bebi demais
hoje tanto faz
se só errei.

sábado, 8 de agosto de 2015

Odeio Cães.

a vida te injeta doses místicas
na veia
e derruba dois anjos céticos
lá do céu
bem na sua frente
somos todos doentes
amar não é um verbo digno
segunda-feira pego meu revólver
novo
vou mostrar a verdadeira face
da minha poesia
de homicida
quero gozar na boca da Bruna
não vai adiantar acender vela
oração, simpatia e reza
porra nenhuma
evito meu semblante
no espelho
basta ser puta
pra eu me apaixonar
não dispenso trepadas matinais
odeio cães
não sou fiel
o entra e sai de vagabundas
ta chamando a atenção das vizinhas
logo minha casa cai
outra vez.

Saudade Infame.

apodreci seus sonhos
nas tardes abafadas
de cachaça e
fumaça
não te deixei dormir
fui um filho da puta
dentro e fora da cama
hoje com a boca amarga
descobri que te amo
depois que você já se foi
e eu não consigo chorar
perdi a fé na infância
não tenho um deus pra implorar
um milagre que te faça voltar
convivo com meu castigo
e uma pretinha gostosa
que eu não amo
mas ela da o cu toda vez que eu peço.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Bitucas no Cinzeiro.

não bate na porta
pula o portão
não pede licença
com um baseado
amassado na mão
tira a roupa na varanda
pra me fazer sorrir
carrego um caminhão de escombros
nos meus ombros
preciso sempre de últimas chances
últimos goles
últimos tragos e tiros
desde o dia em que deus
morreu
eu também tentei
morrer
falhei
asfixiado pela vida
blefei de novo com o amor
vendi sete balas de cocaína
chutei meu andador e
mijei nas calças
bêbado de novo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Grita Sua Louca, Chora, Geme e Goza Só Comigo.

             Para Jhenifer Trindade.
esqueci seu endereço
no carro de outra
seu sorriso camuflado 
não me castiga mais
seu amor acabou
nas coxas macias 
da tua amiga
eu confirmei a existência
do pequeno capeta
que mora aqui dentro
te contando minhas verdades mastigadas
e dando meu pau pra outras chuparem
não te peço que estanque
as impurezas do meu sangue
deixe pingar
minha honestidade de baralho marcado
te provei que minhas sequelas não me seguram
fazendo menage de cadeira de rodas
e planejando o espancamento do irmão da Luana
eu te avisei dos perigos
que ficam na beira do meu precipício
por favor
não me odeie no verão.

terça-feira, 28 de julho de 2015

04:17.

perdida no ócio do meio dia
deslizou por outras camas
até voltar pra minha
emagreceu uns quilos
fez outra tatuagem
só pra poder confirmar que me ama
brigou com um Exu por minha causa
pensou em suicídio pra me esquecer
mentiu
negou
me xingou
bebeu cachaça sozinha
voltou a escrever poesia
fingiu sentimento
chupando outros caras
se vestiu de vadia e foi a luta
renegou um deus de calcinha
pra dizer que é minha
e dormir bêbada do meu lado
se a nossa carne combina
se gozamos juntos
e nossos pecados são quase iguais
quem se importa com o resto?

domingo, 26 de julho de 2015

Diva Sem Roupas.

 depois que a lua
morre desmaiada
lá no céu
e o que sobra é o amor no caminho
de volta pra casa
quando te peço pra voltar
pra  mim
com a boca
na tua boceta
e a gente se identifica
na cretinice
desprezando boas pessoas
você que nunca se desculpa
estoura suas granadas na minha cara
e conta mentiras pro seu namorado
pra vir me ver
desmancha minhas madrugadas
com sexo e conhaque
cancela o apocalipse
tira a roupa sem pudor
revela o corpo
repleto de trocadilhos pornográficos
pronta pra escandalizar minha retina
com suas tetas de porcelana
á mostra.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sonho Suicida.

não empreste dinheiro
nem venda drogas fiado
tenha algumas vadias
de estimação
elas nunca te deixarão sozinho
tenha alguns amigos
traficantes
ladrões
estelionatários
eles não vão deixar você esquecer seu passado
cicatrizes são importantes
abstinência machuca
mas não mata ninguém
torça pra noite não acabar
namore uma prostituta
ela provavelmente vai te deixar
deixe a janela acessa
se um dia ela resolver aparecer
faça um filho com ela
e suma
entenda que se vingar é necessário
três programas dela dão o seu salário.
   Para Tete.

domingo, 19 de julho de 2015

Dorme.

meu samba começa
na sua panturrilha
quando sorrio no pensamento
te mostro minha vida fodida
pra não te ver bocejar
pra te ver tirar a roupa
e fazer bolinhas de haxixe
a poesia acontece
na margem da minha loucura
você resplandece
corre um rio de águas cristalinas
nas suas entranhas
tua maneira de debochar
de mim
e me xingar de filho da puta
quando separo teus
lábios vaginais com a
língua
teu corpo de beira de piscina
escandaliza minha retina
 sempre morena
transa com  o sol todas as manhas
e molesta meu espírito
em noites sem esperança
adoecidas pelo teu sexo de mulata-show.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Daqui Meia-Hora.

sua negligência
se torna a razão da sua beleza
seu sorriso desenhado no canto do meu quarto
um futuro
tomando café
numa varanda sentada numa cadeira de fio
seu sexo com gosto de adoçante
pra controlar minha diabetes
insistentemente
na última semana
deslizando sua boca
na minha
coçando minha barba
sem motivo algum pra me amar
enquanto deposito minhas fichas
numa virginiana
que vi só uma vez
na vida
eu sei que logo você vai me odiar
sem nunca ler as poesias
que fiz pra você
hoje não vou sair
to bebendo desde ás 4
e não quero cheirar
eu sei que nunca vou te amar.
   

terça-feira, 14 de julho de 2015

Cachaça Artesanal.

e eu que dancei esse tango maldito
agarrado a miséria da alma
passo a passo da desilusão
pra num fim de tarde implorar teu perdão
enganado pelo horizonte
afogado num copo de cachaça
em pé nas grades da janela
a Bruna desarrumou minha cama
queria te ver
pra poder chorar
antes do sol partir
queria te matar com um tiro no ouvido
que nem meu avô me ensinou a sacrificar cães doentes
quando eu era criança
sem agonia
nós não valemos essa poesia.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Enfia Teu Drummond no Cu.

provei do teu eu
incendiada em febre
percorri teus caminhos
descobri
onde fica teu prazer
praguejei teu nome
reclamei em silêncio
trepei com uma amiga tua
bebi demais
fui atrás do meu revólver
atropelei um cachorro
a lua era nova
roubei um posto
sofri menos do que merecia
te procurei
te procurei
pra inventar mentiras
pra te levar pra dormir comigo
pra cheirar pó no teu mamilo
não te encontrei
briguei com um são-paulino
num boteco
fui embora com um olho roxo
e a camisa suja de sangue.

Eu Tenho Um Pé de Maracujá.

nas horas mais formidáveis
do dia
ela chega
me da beijos desesperados
brilha um sol na sua boca
amacia meu gênio de filho da puta
sinuosa tira a blusa
e me mostra
seus medos de menina
vestida de mulher
passeio meus olhos indigentes
pelo seu corpo marrom
repleto de instintos e
cegos mistérios
exposta prum novo amor
disposta á me amar
feitiços sorrateiros
escondidos no preto dos seus olhos
incapazes de me maltratar
espera eu me perder de novo
pra poder me resgatar
meu inferno é particular.

domingo, 12 de julho de 2015

Bicarbonato de Sódio na Cocaína que Você Cheira.

ela chegou sem avisar
cumprimentou meu pai
veio até mim
me chamou pra sentar lá fora
a noite tava linda
eu tinha tomado um quarto duma garrafa de conhaque
com energético
ela usava um jeans azul
quis dizer que gosto dela
do seu rabo
e que o amor apodrece minha alma
ao invés disso fui gentil
disse que ela tava gostosa
pedi pra sentar no meu colo
fiquei admirando as estrelas
apalpando seus seios
eu a apertava
desejava
babava no seu braço
ela retribuía
com a mão dentro da minha bermuda
se ela tivesse de saia
e não com aquele jeans azul
daria pra ter transado
na calçada.
                   

sábado, 11 de julho de 2015

Em Dia de Noite Escura.

perco o prumo
sangro com uma preta
até ás cinco
da manhã
acordo de ressaca
acho que perdi meu r.g com cinquenta conto dentro
tomo um café
com o cheiro de outra mulher
nos braços
abro um livro qualquer
pra disfarçar sentimentos
com samba raiz
bebo de novo
procuro teu cangote
outra vez
as graças de um corpo negro
tão feminino
subtrai toda dor
quando fica nua
excita até a lua
ventre com cheiro de hora do recreio
cadência inexplicável
de sandália e
saia
cabelo crespo
me faz perder a dignidade
quando roça os peitos na minha boca
assumo que não valho nada
rastejo de cara lavada
te espero depois
da meia-noite
milagres pingam na goteira da pia
da cozinha.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Naftalina.

fiz alguns anúncios desesperados
pra você me notar
menti minha religião
pra te convencer
te elogiei
fiquei dois dias sem beber
pra te ver são
e te olhar
te tocar
tropecei na tua boca
antes de tirar tua roupa
olhos vivos de menina
doces olhos
cor de mel
busco teu fundo
te quero inteira
por ego ou capricho
o desatino do destino
no teu cheiro
pode entrar em casa
sem pedir licença
apareça
que te ponho no meu colo
chupo teus peitos
e peço perdão
por ontem
garotas bonitas como você
geralmente me odeiam
um dia.

Treze Segundos Até a Eternidade.

centenas de pipas
enfeitam o céu
porra
é bonito demais
minha bermuda
molhada de cerveja
a fumaça desenha o cenário
beleza
crua
biqueira de maconha
é sala de star
de vagabundos
shorts curtos
olhares maliciosos
desfilam as morenas no meio da rua
é preciso estar vivo
pra flertar com a vida
o céu é infinito
e bonito pra caralho
arrependimento é fogo no rabo
logo passa
e se deus existe
ele ta envolvido com o tráfico
de drogas.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Cristina Cartomante.

aproveito do sol
dos seus olhos azuis
parecem o fundo duma piscina
derrete tua juventude
de tarde aqui comigo
refaz seu riso
com a nuca soada
provo tua fruta
pequena
aberta pra mim
sua alma descansada
e limpa
goza com o cosmos
me chama de nego
e retalha
meu caráter
quando aviso que vou sair com
amigos
não posso te dar amor
não valho a pena
uma  ex
me disse isso
Priscila
eu gosto de ver você
se espalhar por aqui.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Lua Cheia Não Cura Dor Nenhuma, Só Disfarça.

seus suspiros
desafinam acordes
de quem não sabe tocar
não menospreze
seu charme
que desce pela nuca
até o tornozelo
espuma
com cheiro de shampoo
se arrisque
nos tambores das curimbas
nos sinos das igrejas
peça
tente
esquecer
fracasse consciente
pelas beiradas
assume
logo
que gosta
do teu
gosto
morre em silêncio
só pra não te acordar
mastigue
não acredite
apenas deixe
escorrer.

domingo, 5 de julho de 2015

Flavia Prematura.

e se eu fosse epilético
seus sonhos de neon me fizessem ter ataques
se eu fosse fiel
um homem honesto e broxa
você iria transar com meu tio
na calçada da minha casa
se eu não fosse poeta, vadio e promíscuo
se eu tivesse o nome limpo
sem ficha na polícia
não usasse drogas
e fosse a igreja toda semana
tivesse medo da morte
talvez você não iria gostar de mim
se eu fosse uma pessoa boa
você não iria chupar meu pau
mulheres como você
odeiam os tolos
e amam os cafajestes.

sábado, 4 de julho de 2015

Filomena Desapareceu no Mato.

percorro teu corpo todo
feito um estrangeiro
impressionado com o roxo do teu anus
manipulo teu sexo fácil
teu jeito de ignorar minha dor
aprendiz de meretriz
corrompida pelo meu amor
cansada de sofrer
abre as pernas
como uma puta
na intenção de se vingar
pra me machucar
abre as pernas
adoece aos poucos toda vez
que bebo demais
cheiro pó
e trepo com outras garotas
te transformei numa vadia
minha vadia
que me conta seus casos
olhinhos nobres
com porra escorrendo pelas coxas
me usa
me acusa
arranca meus pedaços com os dentes
na hora dos seus chiliques.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sarah A Puta Mediana.

  não preciso dos seus convites
do seu amor desenhado em guardanapos
não preciso mais te esperar
chegar com outra garrafa de vodca
numa sacolinha plástica
não preciso mais dos seus boquetes
da sua exuberância psicodélica
pendurada na janela que nem uma vadia louca chapada de ácido
te fazer gozar feito um animal
derretendo seus orgasmos na minha rola
com suas olheiras profundas
não preciso do seu sorriso
nem do seu olhar vazio
do seu tornozelo tatuado
não preciso do seu ciúmes
me tratando como se fosse minha esposa
rebolando seus segredos
na minha frente
suas duvidas são transparentes
pra mim
não preciso mais das suas mãos em mim
das suas tardes infinitas
impossível não te notar
estrelas cadentes debruçadas na tua boceta
não preciso mais...

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Laura Vadia.

te espero em silêncio
escondido atrás do armário
embaixo da cama
pra te assustar
quando você chegar
só pra te cheirar
nua em pelos
te espero bêbado
vagabundo
ateu
doente de amor
com a cara enfiada
no rabo de outra
sem saideiras
sem entender as horas no relógio
pra procurar tuas pernas
em noites eternas
meu gozo que não jorra
em outras xoxotas
se não a tua.

Nice e Ditinho Viciado em Jogatina.

tanto faz se a sua irmã me viu
com o dente quebrado
brigando na rua da sua casa
uns sete anos atrás
descia no seu bairro tantas madrugadas
armado
sentado na calçada da vizinha
buscava seu perdão
o culpado pela sua adicção
sou eu
sera que você me odeia enquanto chupa pintos
em troca de pedras de crack
guardei seu sorriso no bolso esquerdo
da bermuda que eu usava no dia que tentei me matar
seu sumiço me castiga até hoje
agora to de fogo
e choro de remorso pelo mal que te causei
queria te mostrar que você além de viciada
é poesia também.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Procure Outra Biqueira.

um golpe preciso
fogos de artifício do destino
uma proposta sem lucro algum
meu caminho é a descida
minha mãe sabe
só ando na contra-mão
perdi a briga com a vida
aceitei o prejuízo
ainda uso algumas drogas sintéticas
as vezes bebo tanto que preciso cheirar pó
continuo o mesmo filho da puta infiel de antes
nasci pra não amar ninguém
passo dias dentro da garrafa
miro as bocetas mais cobiçadas
garotas que desencorajam garotos
é fácil
por deus
como é fácil
dedos enrugados depois do banho quente
me enxuga 
e me deixa sem cueca
o amor é uma farsa
bem que eu disse pra Priscila
pessoas estranhas só trepam
eu disse que o amor é uma fantasia tosca de festa junina
te pedi pra não trazer tua amiga aqui
vou botar teu nome na macumba
Priscila desgraçada.

Reunião de Comadres.

expõe sua raiva com o corpo nu
odeia de graça
como uma cadela que da cria na praça
místico sorriso
esnoba minha decadência
de bruços me ameaça
esfrega meus erros na minha cara
inconsequente como eu
ensaia seus dramas
suas mentiras provincianas 
sua pele pertence somente ao sol
que molda sua cor
sempre descalça 
disfarça o amor com os dentes no meu braço
hora se faz de vadia
hora se faz de menina
causa hematomas em mim
e eu aguento
suporto
só pra mamar nas suas tetas sagradas
escorrego aos seus pés
onde é o meu lugar
as vezes te amo como uma puta
as vezes viro devoto como se você fosse uma santa.

domingo, 28 de junho de 2015

Coxa Sobre Coxa.

exibi a lingerie nova
no corpo surreal
de cicatrizes e tatuagens
se movimenta clandestina
trapaceando minhas tardes de mentira
engolindo madrugadas
duvidando das minhas verdades
eis a parte boa de te amar
esse risco que cê fez na minha cara
o sexo anal sem camisinha
beijar sua boca
a quentura do seu ventre
espero seu ódio se dissolver um pouco
pra fuçar de novo no seu coração
e me inspirar no cheiro da sua transpiração
tateio tua pele fina
em transe
caio na tua tocaia
pra te ver flutuar na parede
não resisto
te deixo com o edredom
me enrolo no lençol
sou capacho da sua beleza.

sábado, 27 de junho de 2015

Silvia Estrupada.

solucei no seu descanso
doente de ódio e ciúmes
depois de você fazer xixi no meu copo de conhaque
e socar minha cara
sua vingança rasgou minha pele
no portão de casa
de noitinha
doeu pra caralho
desgraçada
me deixou de quatro e enfiou o dedo
no meu cu
esperou pra dizer que fodeu com um amigo
dois meses ou mais
no carro dele
não existiu traição
o papel de filho da puta é meu
basta teu olhar ateu
pra mim voltar
agonizar nos teus segredos
laciar minha carne tatuada
ninguém liga pros nossos pecados
contando estrelas
trepando com você debaixo do chuveiro
tudo é mágico
o amor ferra com as pessoas.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Tia Rai Mãe de Santo.

procuro na sua virilha
o disfarce pra minha história de garoto perdido
que roubou o primeiro carro
aos 14 anos
e planejou morrer antes dos 30
agonizo prematuro
quando me da bom dia
e me tira da cama antes do meio dia
é difícil amadurecer de manha
rejeitei algumas das vadias mais bonitas
pra poder te ver
não tenho afinidade com cachorros
nem com pessoas boas
me mantenho de fogo
pra não contrariar minha natureza 
infame
de pervertido sexual
as vezes omito alguns fatos
pra não te ver chorar
e adormecer olhando pros teus seios
te amo sempre
imploro teu perdão
não creio em redenção
meus artifícios são violentos demais
pro teu bom senso
antes do coma eu já era assim
mais uma fraude com os pulsos cortados
basta olhar minhas cicatrizes
elas me denunciam.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sorte Vagabunda.

goza o arco-íris na minha boca
cores cintilantes
embriagadas de amor
tortura descontraída minha imaginação
xinga as outras meninas
faz cocô de porta aberta
beija minha boca descosturada de remorsos
perdida no meu carnaval
segue minha sombra torta
e dança canções improvisadas
de lingerie
brincando de puta
as vezes explode
faz as malas
vai embora
desmarca o suicídio
pra vir me ver
te amo depois do sexo
 quando meu pau ta mole
meu egoísmo acaba no seu sorriso.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Que Se Foda Os Simpáticos. Vamos Jantar Com Os Rejeitados.

da primeira vez que te vi
bêbada de conhaque
colecionando fracassos amorosos
vulgarmente bonita
pronta pro fim do mundo
mulheres como você não morrem sem maquiagem
são charmosas demais para garotos virgens
e sempre buscam um pouco de amor nos cafajestes
soube na mesma noite
que seria impossível não te amar
quem brinca com fogo
logo acostuma a se queimar
do resto
nossas madrugadas de sexo irresponsável
reflexo duma geração que não existiu
meu nome só consta nos antecedentes criminais
e nada mais
suas fotografias
chocam os olhos de cristo
que deve se masturbar pensando em você
como meus amigos
me incluo nessa corja de pervertidos
enquanto você debocha do mundo
gritando liberdade
com as pernas abertas na poltrona do meu quarto.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Claúdia Não Foi á Reunião do A.A. Outra Recaída.

se nossas mentiras compactuam 
do mesmo cinismo
e o amor que sentimos um pelo outro
é real como o cheiro da sua boceta
na minha cara
há esperança
se a cocaína de ótima qualidade 
que cheirei na sexta passada
já foi toda urinada
pela nossa sombra desenhada na parede
do meu quarto
pelos seus bichos de estimação
pelos refletores florescentes 
que são seus olhos
e iluminam minhas noites
de todos os céus repartidos
pelas fases da lua 
deus nenhum irá nos apedrejar
enquanto o amor durar
seus orgasmos continuam acendendo minha alma 
ensaios púrpuros do homem cego escondido atrás da porta
que camufla maldições 
e nunca foi num puteiro
somos fáceis demais
para sempre é muito pouco
e essa noite vou encher a cara de conhaque
porque você voltou.

sábado, 20 de junho de 2015

Flor.

desculpa garota
mas não acredito no seu amor
sensação comum entre as jovens da sua idade
dizer "eu te amo"
com o quarto limpo
a empregada vendo t.v na sala
tomando anticoncepcional regularmente
de noite trepa com o namorado
que tem 24 centímetros de rola
e de tarde me procura sem calcinha
jura mentiras
com a mão nos meus bagos
com sorriso de menina doente
que fala pra mãe que ainda é virgem
totalmente dissimulada
criança de  bochechas rosadas
chupa com cara de santa
não entendi meus trocadilhos
não transo na minha cadeira de rodas
meu trono de merda
meu leito sem rainha
te dou meu pau
sem grandes medidas
você parece se divertir
eu pareço não existir
para de dizer que me ama.

Um Esquizofrênico de Binóculos.

dias perfeitos não existem
se eu tivesse com meu revólver
te mostraria
a violência do cotidiano
descendo pelos canos
quem foi ladrão um dia
vai me entender
ame uma vadia
heróis se fodem
só caras bonitos ficam com a fama
por isso que digo
chutem a cara desses putos
quem ta na rua sabe
nem a lua é de confiança
quando seu amigo morrer
quebrar dentes e vidraças pode ser reconfortante
dê uns tiros pra não chorar
arrume uma puta
amarre alguém num porta-malas de um carro roubado
cheire mais um pouco
imbecis se arrependem
transe
brigue
sinta ódio
invada uma lotérica
roube
seja um doente mental
psicopata
que pula o muro da APAE com um estilete na mão
fuja do mundo
ameace pedestres
não faça pose pra foto
não confie
só otários são fiéis
aprendi isso na quinta série
com a irmã do meu vizinho
que pegava no pau de todos os moleques da rua
ela chamava Mariele.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Nice.

o verão que te estuprou
na frente do seu amigo andrógeno
que tem olhos azuis e sonhos eróticos com seu pai
descansa a alma no azulejo do banheiro
eu busco a liberdade da janela
a segurança dos preservativos
sua intuição acaba no prato cheio de pó
na minha escrivaninha
espero excitadíssimo
a manifestação dos seus demônios
te como incorporada
cê fica mais charmosa drogada
e geme de prazer profano
com meu polegar no seu cu
rasga minha pele
soluça quando odeio o mundo
quando bebo muito
e te conto da mulher que amo
que deixei meu coração exilado
em outra cidade
do castigo que é sentir saudade
e essas porras sentimentais
só pra ver você se desesperar
nua
com a carne exposta ao meu sadismo emocional.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Marta Atropelada por Um Carro que Invadiu a Calçada. Marta Aleijada Sem Da pra Ninguém.

por favor esqueça o meu passado
se o nosso caso não durar
me deixe só doente de paixão
não suje meu nome pra suas amigas
nem me xingue de viado
não me julgue
meus absurdos particulares
apetite pornográfico
quando enfio minha cara no seu rabo
testo teu caos com você de quatro
estrategicamente posicionado pra ser copulada 
por favor lembre da minha cara daqui um mês
não se case com um burguês
entenda uma parte da minha dor
ninguém é feliz o tempo todo
pense nisso quando chupar o pau de outro
por favor não tente me converter
briguei com deus na barriga da minha mãe
não faça visita surpresa
pra me pegar embalando cocaína na mesa
da cozinha
com uma garota sem calcinha
por favor não se arrependa
de mim
me devora
mas não chora.

Desoriente, Despiste, Não Provoque.

contei todos os palavrões
que cê disse
na hora do sexo
comunguei minha língua no seu anus
contei as gotas do seu suor
pingando no meu peito
não sou honesto com ninguém
perdi a calma nos seus olhos tranquilos
exagerei no conhaque
botei Caetano pra gente escutar
precisei dos teus beijos
pra quando anoitecer
e eu tiver sozinho
bater punheta pensando em você
com outra garota de
dezenove anos também
me acostumei com seus fetiches juvenis
aguçando minhas contradições
deixe uma peça de roupa aqui
que amanha eu te mostro que o amor é uma fraude
e só amo as vadias.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Cachaça com Morango.

pra esfregar meu pinto na sua coxa
na hora do banho
pra deixar a água quente
castigar nossa pele
pra te cheirar toda quando você chega do trabalho
e passar a mão na sua bunda
desleixado com a alma vagabunda
engolindo instantes pra te ver
pra te pedir perdão e chorar bêbado
na sua frente
 pra fazer do teu afeto
o meu vício predileto
pra não sentir essa saudade
que machuca mais que abstinência
se eu te amasse um pouco menos
se o nó na corda não fosse tão frouxo
pra ficar sem coberta
passando frio de madrugada
bebendo em outros copos
pra descobrir que te amo
e não conseguir te esquecer.

Varal de Amor.

algumas vezes ela chorava
outras vezes sentava a mão na minha cara
me punia cega de amor
se desesperava com a minha risada
dançando no chuveiro
sonhando meus sonhos do seu jeito
comemorando comigo á vitória do nosso time
sem gostar de futebol
fazendo amor pra me satisfazer
sendo fiel pra me convencer
arrancando meus pedaços aos poucos
enquanto espero seu vulto na porta do meu quarto
aguardo de novo ela voltar a morar em mim
seu corpo meu jardim
tem amando do avesso
tuas cicatrizes
tatuagens
tua saudade
que me pesa nas costas
me afaga
sou um cão
que morreu atropelado na contra-mão
sou teu cão.

Maltrapilho.

te vi passear sorrateira
brilhando no lado escuro
da minha rua
até meu olhar se perder
no seu corpo inflamado
e o que um dia foi tão meu
me escapou por entre os dedos
talvez não valha o peso
essa dor que cê me causou
e minhas tardes acabem bêbadas
de samba raiz
afogadas num copo transbordando
tuas lembranças.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Como Xangô Disse.

minhas besteiras
meus casos
meu amor por uma mulher
que não me quer
a fé perdida na infância
crimes cometidos
inteligência de livros roubados na biblioteca
sem a beleza de galã
nem hálito de hortelã
meu sexo marginal
dispenso a depressão
sou refém do tesão
estampado na minha cara
mais dois goles
pra te procurar
encher teu saco
implorar teu perdão
esperando outra garota chegar
tentar te esquecer por algumas horas
o cheiro sua pele macia
ainda esta nas minhas tardes vazias.

domingo, 14 de junho de 2015

Buda Hermafrodita.

despejadas madrugadas nas xoxotas sem pelo
bacanal improvisado
consumindo cocaína
no rabo das meninas
descendentes das orgias gregas
o desejo asfixiado
nas pupilas dilatadas
de quem sucumbi a feira das tentações
um pequeno inferno que se faz na terra
no meio de tanta droga, bebida e putaria
fico á vontade pra dar á luz a minha poesia
não tenho tempo pra metades
pratos requentados no almoço e na janta
vou fornicar com o mundo
contrariando a família
a porra da bíblia
o seu ciclo menstrual
escorrendo as horas dos relógio
pra despistar o apocalipse
examinar as safadezas quando acordar
e a ressaca ainda tiver judiando
tenha orgulho de ser tão depravado
sorria 
arrependimento é para os crentes
pessoas amargas
que se até deus existisse não gostaria deles.

Camisa Rasgada.

as vezes cê fica tão bonita na janela
procurando pequenos milagres
olhando pro céu 
que nem eu
esperando uma estrela cair
as vezes o êxtase me faz pensar que cê é um anjo
um anjo sem sutiã na minha janela
teus jeitos
de falar, de sorrir, de caminhar
esse jeito de trepar
que me desarruma  
quando te vejo na pia do banheiro 
conversando com o espelho
boicotando o amor de joelho
quando eu disse que minha ex tava fodendo com um argentino
você tirou meu pau da sua boca e falou
pra mim aproveitar as brasileiras
ficou puta porque eu tava bêbado antes das quatro da tarde
tua intenção era me domesticar
pra poder empurrar minha cadeira de rodas
suspirando com a cabeça no meu peito
tentando entender meus defeitos
me colocar no cabresto
ou numa clínica de reabilitação
só não te mandei mensagem ontem porque cheguei muito loco em casa
com uma mordida no pescoço
mas eu pensei em você.
                                     Para Priscila mulher em forma de anjo.

sábado, 13 de junho de 2015

Quando a Noite Demora pra Acabar.

meu deus é com letra minúscula
o cheiro da tua boceta ainda esta na minha boca
pra derrubar segundas intenções no seu colo
mandei a menina mais gostosa do colégio pro inferno
a Diovana com seus magníficos seios de fora
diz que me ama
mas se engana
não compreendo o sentido das manhas
acordo tarde
na hora que o mundo arde
de febre
vagabundeando desde criança
desde as brigas na escola
mendigando amor de esmola
nos beijos da Tete
no ano seguinte
bêbado, virado, cheirado
a corda arrebentou no meu pescoço
adiei minha sentença
de forma vulgar
por remorso ou desespero
tem lirismo
em todo suicídio.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Panos Estendidos.

coleciono alguns vícios
a lua, o sexo, algumas drogas
e esse amor que sinto por você
que brota á cada porre que eu tomo
á cada garota que eu como
toda merda que faço vejo teus olhinhos tão pequenininhos me julgando
essa saudade que machuca a pele
estraga os dias azuis
quando bebo demais
uísque em doses letais
bêbado parece que dói  mais
procuro você em outros lugares 
em outras bocas
na minha rotina indecente
te amar foi um capricho
do destino
um castigo
que a vida me deu
perdoa minha cara lavada
minha alma depravada
esse amor anda judiando de mim
desesperado aguando flores mortas no jardim
por você eu deixo de odiar o tricolor
largo o tráfico
a putaria
juro te amar até morrer
todos os dias
e arranjo um emprego.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Rafaela Depravada.

meus carinhos
deslizam no fio da navalha
zombam dos seus sonhos de star
minhas madrugadas são longas demais
pros teus feriados
minha tristeza é suicídio gata
deixo a janela aberta
á esperar outro soco na cara
mastigando sentimentos a noite inteira
pra amanhecer com teu cheiro na cama e infeliz
perto de você
pega mal sofrer
me convence que nada é por acaso
essas merdas que os espíritas dizem
mas não lê minhas poesias
e inicia sessões de tortura quando encontra
fios de cabelo diferentes do teu
no piso branco
do
meu
quarto.

Cortem o Pescoço do Vicente.

não faço metáforas
tô apaixonado por uma vadia dopada de LSD
que me iludi com boquetes no meio da tarde
não sei mais quem eu sou
nem Freud saberia
sou um indigente no reflexo do espelho
caras calmos não são lembrados
cafajestes nunca perdem a classe
meus disparos são á esmo
já que o filho da puta sou eu mesmo
não posso culpar ninguém
por perder o amor da minha vida
vamos lá
me crucifiquem 
ou tirem a roupa e preparem outro copo de uísque
puro
de porre em porre me torno desprezível
a Jheni sabe disso
essa porra de perfume me faz lembrar ela
sinto falta de escrever poesias de madrugada
com ela na cama do meu lado pelada
mas as coisas mudam
e ás vezes parece que a gente nem se conhece
achei que seria fácil te esquecer com vinte garotas
pois é
cê sabe
achei errado.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Décima Nona.

fiquei com teus restos mais interessantes
com a melhor parte do teu nada
pra enfrentar a  insônia
e beber sozinho até ás seis da madrugada
despreparado pro meio-dia
escondendo calcinhas
garrafas e camisinhas
atrás da poltrona
trocar o nome do seu irmão viciado
suar com você por cima de mim
meus dedos em você
enfeitando seus dias
você assistindo filme com minha camiseta cavada
com os pés no meu pau
vasculhando meu guarda-roupa
com os olhos vermelhos
de ciúmes
sentindo na pele
o que as outras também sentem
eu não menti
não engano
quem eu não amo
minhas mentiras são como um analgésico
pra tirar a dor que as minhas verdades podem causar.

sábado, 6 de junho de 2015

Seus Olhos Negros.

é bom se embriagar no meio da tarde
encostando a boca
nas suas tetas virtuosas
filha dos trópicos
que carrega o sol no meio das pernas
e não liga pra enorme cicatriz na minha cabeça
enquanto conta suas besteiras
sentada no meu colo
diz coisas sobre você
me controlo pra não parecer nem bêbado nem cafajeste demais
disfarço meu tesão olhando pra janela
fotografo tua calcinha preta
te quero de novo
te quero mais
uma vez só é pouco
descontrai meu gênio inquieto
afogo minhas revoltas nas curvas do teu corpo
buscando a paz que não me pertence no seu sorriso lavado
quero ver o lado escuro do teu mundo
contando segundo por segundo
pra te ver
obrigado por encher meu copo de whisky
e me deixar bêbado de você
seu lugar é aqui no meu colo
por isso não demora
vem logo.

Qualquer Mal que me Satisfaça.

querida não é que eu não me importe com você
mas entre nós não existe espaço pra razão
do mesmo modo que não se evita um desastre de avião
assumo meu lado errado
visto a camisa
desculpe por não saber te amar
do mesmo jeito que não gosto de verde
e bebo sem parar
não acredito no seu amor
de poesias estúpidas e idiotas
te amei dum jeito que você existiu
permanece viva em mim até hoje
como a luz do sol que entra pelo vitro do banheiro e bate na minha cara de manha
invento desculpas pra não te esquecer
sofro sem querer sofrer
se filmassem meu quarto
eu seria o cara de tarde com as garotas mais bonitas da cidade
e o bosta que chora de amor toda noite
mas modéstia parte
meu show não corresponde as tuas expectativas
continuo atuando nas partes íntimas da sociedade
nenhum pai gostaria de me ter como genro
e se conheci essa porra de amor
foi graças á você.
Para Jhenifer.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Antes que a Manha Acabe.

Maria Rita transborda charme pelas ancas
e ódio pelas ventas
odeia sem querer
os homens
sua vizinha
e o amor
transa bem nessas manhas frias
e azuis
escorrega seu corpo marrom pelo meu
me conta pedaços de coisas que viveu
pinta as unhas de esmalte roxo
fala bobagens no meu colo
como quem não tem certeza de nada
entende meu sofrimento quando esta pelada
Maria Rita acontece aos poucos
com o mesmo jeito de entrar no quarto
e de tirar a calcinha
com a alma de gato flutua
em passos leves
esfrega sua boca contra a minha
perde a dignidade quando goza
desde os 16 não veste cor de rosa
acredito que deus faz mulheres
como ela
com ás próprias mãos.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O Peso do Silêncio.

se desmanchou
no piso frio
experimentou outras drogas
picas maiores
cortou o cabelo
tatuou o braço
largou a faculdade
vendeu seu carro
e viajou pra Europa
apanhou do namorado marroquino
resolveu voltar
não me perdoou por ter transado
com sua irmã
mas chorou ao me ver
sequelado
fodido
sua lucidez impressionou
pediu um livro do Jorge Amado emprestado
pretexto pra poder voltar
beijou minha boca torta
não quis passar seu número de telefone
nenhum contato
me desconcertou
me xingou de filho da puta
e foi embora.
                                                             Para Jéssica.

domingo, 31 de maio de 2015

Oxum.

orgasmo místico
da fêmea com mais de trinta anos
ungida pela infidelidade
no ápice do desejo
quando a carne esta pelando
me procura
nas tardes de novela
trepa
feito uma cadela
que assume o cio
e esfrega o rabo na minha cara
tem medo da menopausa
assiste sua vida perdendo a cor
da pia cheia de louça suja
vai ao culto todo domingo
e aparece aqui no meio da semana
é isso que eu ganho
por ser poeta
o amor de uma mulher casada
que não é amada
e nem comida
a infelicidade justifica toda traição
e mulheres maduras
são deslumbrantes quando querem.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Escorpião.

estudo seu signo
abrevio meu destino
pra curar minha ressaca
no teu beiço
de manha adormeço
num sono vadio
não aprendi ser fiel
isso pra você pode parecer cruel
chorei no colo da Maria Rita
um dia antes de te conhecer
convivo com essas mulheres sem coração
entendo seu lado escorpião
não existe prazer sem dor
respeito seu sexo
ás vezes cê me mete medo
com as tetas maduras
jogando a cinza do cigarro
pela janela do meu quarto
fazendo charme no espelho do banheiro
gozando em miúdos
na minha boca
nem os astros conseguem te decifrar
por isso não te falo a senha
do meu computador
e nem te apresento pro meu pai.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mês Dois.

coisas boas acontecem em fevereiro
quando as janelas ficam abertas
a noite toda
e há calor suficiente pra assistir o carnaval
pela televisão do quarto
transando com a sua garota
quando o gozo corrompe
o egoísmo
no ritmo de samba-enredo
e o seu amor vira a passista mais linda
e mais bêbada
desfilando nua
só pra você
festeja a carne suada
e torce pra que não acabe rápido demais
que a folia dure
um ano inteiro
com muitos fevereiros
mas as coisas não são assim
é uma pena que todo carnaval tem seu fim.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Doze.

madrugadas em claro
com a boca cheia de pedra
empenhado no comércio da desgraça
desbaratina quando a viatura passa
separa as notas das moedas
sentado na esquina
o tráfico é um negócio lucrativo
exige disciplina
não existe bondade nas ruas
sonhos acabam nos cachimbos
quando a viciada é gata
dois pinos por uma trepada
não conta com deus
não conta conta com a sorte
conta dinheiro
relaxa com o green
ninguém vai sorrir pra mim
simpatia na casa do caralho
ficar armado na biqueira é moiado
foda ter que engolir 25 parada á seco
melhor fica esperto
cadeia nunca me botou medo
mas não sou bicho
pra ficar trancado.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Poema Sobre o Vinho e o Haxixe de Honoré.

Yara traz um feitiço nos olhos
diz que sempre vai me achar
compreende meu lado escroto
adiou compromissos pra vir me ver
elogiou minha poesia
disse que to escrevendo e
fodendo
bem melhor
Yara deixou fios de cabelo              
na minha cama
e um cheiro bom de perfume importado
colocou um pedaço de haxixe
dentro de um livro do Balzac
de propósito
eu ri
se revelou mais sensível
dessa vez
mais mulher
despedaçou algumas certezas que eu tinha
especulou
cogitou
sem forçar a barra
arranhou meu pescoço
disse que sentiu saudade
e foi embora mais bonita
do que quando chegou.

domingo, 24 de maio de 2015

Festejar Na Contra-Mão.

vesti o traje do cafajeste
e obedeci o instinto de macho
que corrompe as filhas dessa elite devassa
num menage demente
violo a retina das duas com minha tendência suicida
pra esquecer da vida
uso a obscenidade
orifícios expostos na minha cara
pedidos indecentes de quem não acredita em nada
espalhando cheiro de sexo pelo quarto de motel
e realizo o sonho inconsciente
de todo homem
garotas bonitas são perigosas
e elas adoram quem não presta
queimam em silêncio
chupando meu pau
não pedem flores
fidelidade
não exigem que eu as ame
desde que eu trepe bem
ninguém aqui reza o pai nosso
amar está fora de cogitação
pensei nisso quando pedi pra trocarem a camisinha.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Um Samba Lilás.

não cabe em nenhum espaço
não tem nenhum antídoto que amenize
nem fé capaz de um milagre
nada que faça doer menos
revelo minhas fraquezas
numa prece sincera a meu Exu
sofro como homem
deixo o orgulho de lado
tomo um copo de veneno e morro
de saudade
espero o céu desabar
deixo minha tristeza explícita
arreganhada pra quem quiser ver
adoeço de ciúmes
ignoro a lua
perco a fome
deixo o pranto rolar
feito um cão abandonado
arrependido
bebendo cachaça
assoviando seu nome
brigando com deus por ter me feito tão burro
a verdade é que sonho com tua cor
com teu cheiro
nas manhas mal-resolvidas
amor é fogo
que faz gente grande
mijar na cama
todo samba
é motivo pra chorar.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Um Cara Bom.

nua
em frente o espelho rachado
do meu quarto
reparando seus seios
e silhuetas
olhos morenos
de calma plena
eu apenas observo
ela sendo a poesia
do dia
sinalizando orgasmos com a ponta dos pés
sua pele marrom
fervendo minha palidez 
tentando cicatrizar minha ferida aberta
que outra deixou
descansando no meu braço
dizendo que eu não sou tão ruim assim
que sou um cara bom
ela é tudo que me resta
não se trata de amor
sexo também não preenche esse vazio
não tenho o direito de odiar
mulher nenhuma
porque eu sei
que não sou um cara bom.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Outono Lisérgico.

deve ser porque eu não sei tirar fotos
em frente o espelho
com a língua de fora
com cara de retardado
ou porque eu como mais mulheres que o Wando
e passo o dia inteiro de cueca
no sofá
deve ser porque eu não sou tão sensível e inteligente
quanto o seu irmão
porque tenho antecedentes criminais
sequelas e cicatrizes
pelo corpo todo
deve ser porque não tenho tantos amigos gays
como você
e não acredito nesse deus de olhos verdes
que nunca trepou
ou porque te faço gozar com facilidade
deve ser porque escrevo melhor
quando to bêbado
porque não tenho o pau tão grande
como o daquele gringo esquisito
porque não sou bonito
deve ser porque a corda no meu pescoço
arrebentou
porque meus fetiches
extrapolam seu padrão de normalidade
ou porque nunca acredito nas suas mentiras
e ainda carrego comigo
alguns demônios do passado
deve ser porque eu ainda te amo
que você me odeia tanto
eu te entendo.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Um Ebó Arretado Que Ela Fez Pra Mim.

não posso esquecer seu corpo
seu sorriso largo
todo amor que cê me deu
não posso apagar as lembranças
noites de guerra, de paz
noites de amor
não há receita que faça desaparecer
nem outras mulheres para amar
buscando teu cheiro
no meu travesseiro
fingindo ser forte
pra não chorar na frente dos amigos
desejando te querer
dum jeito leve
livre
solto
preciso do teu abrigo
em madrugadas de trovoada
pra me deixar fora de órbita
e morrer devagarzinho
do seu lado
fazendo pacto com o diabo
trocando minha alma
pra você voltar.

sábado, 16 de maio de 2015

Mal Dormido.

noites como essa
prolongadas de propósito
derramadas dos copos de cerveja
sem você fica difícil sorrir
é quando a vida perde a graça
que os bandidos começam a chorar
se desarmam e imploram
por uma última chance
essa merda dói
deixa a alma em carne viva
ferida que não cicatriza
esqueço o conhaque na janela
rejeito outros rabos
sofro calado
rezo pro meu pai Xangô
que não quero outro amor
essa poesia suicida que salta dos seus olhos
remenda o rasgo na nossa colcha de algodão
acaba com a minha penitência
e volta pra mim
deus tenha misericórdia dos cafajestes.

Euclides.

na hora que meu temporal passar
talvez você possa enxergar
que foi por estupidez que abortei nosso amor
cansei de esperar você me chamar
e entendo que essa dor é só minha
preciso do seu sal pra enganar meu coração
talvez eu esqueça de sofrer com outras garotas em minha cama
talvez eu tome um porre e te ligue de madrugada com frio
porque só você me cobriu
e chore bêbado de saudade
faça juras dolorosas
pra você voltar
respeito tua mágoa
fui um canalha
assumo minhas doenças
mas viver sem você pra mim não compensa
necessito-te comigo
sempre
filhos da puta como eu
merecem castigo.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Lavanda.

fingir que não dói
acalmar essa raiva cega que tem em mim
explodir nosso passado com uma garrafa de pinga
pisar nos cacos de tristeza no chão da sala
esquecer seu sorriso de menina
e a cor do seu esmalte
prefiro esconder o sofrimento
fazendo poesia com a boca em outras xoxotas
pra provar o gosto de outros orgasmos
diferentes dos teus
respeite minha criação
não censure minhas traições
desculpe se nunca te amei
sempre foi cômodo esperar você sair pra trabalhar
e convidar outras mulheres pra nossa cama
mulheres mais bonitas
mais gostosas e que trepam melhor que você
minha revolução é silenciosa
traiçoeira
nunca te amei.

sábado, 9 de maio de 2015

Vermelho 27.

ela é essa merda de frio
que me trava e encolhe meu pau
ela é meu dente quebrado por causa de um boné do são-paulo
ela é minha insegurança de garoto que nunca trepou
ela é todas as surras que eu levei da polícia
ela é a porra da minha cadeira de rodas
meu pai tossindo na sala
as quatro vezes que eu broxei
ela é minha infidelidade nua gritando na janela
meu vício em cocaína
a vadia chorando na porta da minha cozinha
minhas desculpas esfarrapadas
ela é o coma que eu merecia passar
o deus que eu não acredito
meu medo da solidão
ela é o amor que a Maria Rita me disse que não existia
ela é minha última chance
minha poesia mais bonita
meus excessos
minha incapacidade de ser uma pessoa melhor
ela é a única mulher que eu poderia amar...