quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Borboleta 88.

vejo o tempo massageando tua pele
acariciando teu ego
teus seios
e teus pelos
e tudo que você faz é sorrir
ri dos tropeços
das estrelas
e das segundas-feiras
mas sou eu que te estudo mudo
suas minúcias
flutuando nua
como se fosse a lua
suspensa no teto do meu quarto
e depois do banho
com o cabelo molhado cheirando a shampoo
com os olhos bordados de vermelho
menina risonha
que ama dar um trago no verde
e que chacoalha meu coração
não se preocupe
é quase verão
o sol já se anuncia sem cerimônias nas janelas
enquanto eu leio essas poesias escondidas no teu corpo
você adia a hora de ir embora
procurando no calendário um amanhã que demore mais pra chegar