Faço das tuas lágrimas meu tempero,
passo minha língua no teu umbigo,
seu seio esquerdo meu melhor amigo,
teu amor só é bom com desespero.
Teus olhos sempre fartos de insegurança,
no meio das suas coxas sinto o cheiro de flores,
seus beijos são tantos sabores,
passo minha mão nos seus sonhos de criança.
Encosta a cabeça no meu ombro,
passa a mão no meu peito,
se for pra beijar, beija direito,
e se for pra cair eu assumo o tombo.
Converse comigo depois do amor,
uma puta me ensinou,
quase tudo que eu sei e o que eu sou,
tira a roupa te quero despida de pudor.
Gosto do teu corpo sempre ardendo,
toda madrugada provar do seu ventre nu,
sou capaz de te amar como um filho de Exu,
enquanto espio você sem calcinha com a água do café fervendo.
Deixa que sozinho eu me perco no teu ouvido,
como um louco esquizofrênico Estamira ou Bispo do Rosário,
meu verso é dolorido, machucado, vivido,
por isso não te esqueço como papel amassado num armário.
