sábado, 31 de outubro de 2015

O Resto Dum Samba Que Ninguém Canta.

esse suingue dos seus quadris
as blasfêmias escorrendo da sua boca
deus disse
nem só de pão viverá o homem
mas de cerveja e xoxota também
quando a novela das oito acaba
e você deixa de lado a televisão
pelas siriricas
trancada no quarto
 seus sonhos de piromaníaca
goza com a ideia de por fogo nos pais
no carro
na casa
em si mesma
aproveita a claridade dos seus dias
sorrindo comerciais de margarina
lambuzada comemora
goles desesperados de vida
nas bebidas quentes
distribuindo seu amor
por ai
 seu coração destrinchado
numa bandeja
não chora no décimo andar
sua dor não é nada
se maquia pra trepar
arde na pele
unhas cravadas no meu íntimo
não nega sua vontade de ser mulher
e se completa nas sombras soltas
dos vira-latas doentes.

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