terça-feira, 23 de junho de 2020

Embromadora.

com o olho clínico
examino de perto teu declínio
todas as merdas que você faz
e bota culpa em seu signo
com ascendente na puta que pariu
como um voyeur te assisto nua
pelo buraco da fechadura
decoro seus traços
seus beijos com gosto de halls preto
os boquetes
os abraços
é que você ainda brilha em meu céu 
como uma estrela morta a milhões de anos
que debocha
e ri do meu pau mole
conta meia dúzia de mentiras
que eu finjo que acredito
porque acho bonito seu sorriso
de quem presta menos que eu
dirige perdida pelas esquinas do universo
em busca de alguma fantasia
que dure só até o amanhecer
pelo prazer dos momentos passageiros
das drogas
das trepadas casuais nos banheiros
sujos
pelo contorno do seu corpo escuro
em alto relevo
moldado sobre o meu