domingo, 23 de agosto de 2015

Ciranda do Membro Amputado.

seus pedaços remendados
sua colcha de retalhos
seu nome na boca do sapo
fodendo com o diabo
de quatro
pra vadiar madrugadas inteiras
comigo
com a palma da sua mão
na minha cara
sem beijo de boa noite
seu sangue vermelho
tinge o piso branco do banheiro
desliza sua navalha cega
pela veia hostil do meu pescoço
não te peço perdão
sou o puto nascido na contra-mão
essas cicatrizes rabiscadas no seu corpo
tão distantes do paraíso
essa falta de paz nos seus olhos
que diminui minhas amantes
meu convite pro amor
pra me fazer sofrer
pra me dar prazer
seu choro envenenado
suas mentiras encapuzadas
disfarçadas de coadjuvantes
não me impressionam
explica pra eles que a gente se ama
e que você sempre goza na minha cama.

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