quarta-feira, 17 de junho de 2020

Jarro de Barro.

contraria o destino
toda vez que enche a cara
e me busca na porta de casa
os astros testemunham seus erros, baby
e não há deus que te console
com a boca cheia de perdões
e palavrões
se insinua
blasfema contra teus pais
me insulta
diz que é a última vez
depois dessa nunca mais
se a sua carne é fraca
a minha também
você que não gosta dos meus sambas antigos
mas me chama de "meu bem"
com os olhos mestiços
encharcados de mágoa
e de amor não correspondido
sem roupas você me desconcerta
e deve estar certa quando diz
que eu sou apenas um menino vadio
com cheiro de xota na cara
que descarta sentimentos em troca de farra
mas é que eu já ressuscitei
e só eu sei
qual é o preço de  se viver duas vezes
sem precisar morrer