quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Ciganita Pomba-Gira.

Solitária no palco
de costas pro frenesi da vida
lambendo as patas feita felina de novela
pronta pro amor de daqui a pouco
ou de depois
ganhando os dias de sol
trocando pelas noites de calor
espera a morte do meu lado dentro de um táxi
ah, como eu amo essa garota
que acredita em manchete de jornal
e me tortura com ciúmes doentio
morde meu dedo
arranha meu braço
mostra a selvageria dos teus olhos
deixa a lua morrer sozinha lá fora
e reza pra que eu não volte a cheirar pó
aguarda de pernas cruzadas minha revolução
inventa desculpas pra não me deixar
minhas promessas derradeiras convivem na tua boca de mentiras ferida
porque quando ela goza
anjos sapateiam no colo de deus e clamam por mais
e eu busco um espaço vazio no seu  sorriso
que é sempre cheio
e também clama a deus por mais.