domingo, 28 de junho de 2015

Coxa Sobre Coxa.

exibi a lingerie nova
no corpo surreal
de cicatrizes e tatuagens
se movimenta clandestina
trapaceando minhas tardes de mentira
engolindo madrugadas
duvidando das minhas verdades
eis a parte boa de te amar
esse risco que cê fez na minha cara
o sexo anal sem camisinha
beijar sua boca
a quentura do seu ventre
espero seu ódio se dissolver um pouco
pra fuçar de novo no seu coração
e me inspirar no cheiro da sua transpiração
tateio tua pele fina
em transe
caio na tua tocaia
pra te ver flutuar na parede
não resisto
te deixo com o edredom
me enrolo no lençol
sou capacho da sua beleza.

sábado, 27 de junho de 2015

Silvia Estrupada.

solucei no seu descanso
doente de ódio e ciúmes
depois de você fazer xixi no meu copo de conhaque
e socar minha cara
sua vingança rasgou minha pele
no portão de casa
de noitinha
doeu pra caralho
desgraçada
me deixou de quatro e enfiou o dedo
no meu cu
esperou pra dizer que fodeu com um amigo
dois meses ou mais
no carro dele
não existiu traição
o papel de filho da puta é meu
basta teu olhar ateu
pra mim voltar
agonizar nos teus segredos
laciar minha carne tatuada
ninguém liga pros nossos pecados
contando estrelas
trepando com você debaixo do chuveiro
tudo é mágico
o amor ferra com as pessoas.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Tia Rai Mãe de Santo.

procuro na sua virilha
o disfarce pra minha história de garoto perdido
que roubou o primeiro carro
aos 14 anos
e planejou morrer antes dos 30
agonizo prematuro
quando me da bom dia
e me tira da cama antes do meio dia
é difícil amadurecer de manha
rejeitei algumas das vadias mais bonitas
pra poder te ver
não tenho afinidade com cachorros
nem com pessoas boas
me mantenho de fogo
pra não contrariar minha natureza 
infame
de pervertido sexual
as vezes omito alguns fatos
pra não te ver chorar
e adormecer olhando pros teus seios
te amo sempre
imploro teu perdão
não creio em redenção
meus artifícios são violentos demais
pro teu bom senso
antes do coma eu já era assim
mais uma fraude com os pulsos cortados
basta olhar minhas cicatrizes
elas me denunciam.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sorte Vagabunda.

goza o arco-íris na minha boca
cores cintilantes
embriagadas de amor
tortura descontraída minha imaginação
xinga as outras meninas
faz cocô de porta aberta
beija minha boca descosturada de remorsos
perdida no meu carnaval
segue minha sombra torta
e dança canções improvisadas
de lingerie
brincando de puta
as vezes explode
faz as malas
vai embora
desmarca o suicídio
pra vir me ver
te amo depois do sexo
 quando meu pau ta mole
meu egoísmo acaba no seu sorriso.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Que Se Foda Os Simpáticos. Vamos Jantar Com Os Rejeitados.

da primeira vez que te vi
bêbada de conhaque
colecionando fracassos amorosos
vulgarmente bonita
pronta pro fim do mundo
mulheres como você não morrem sem maquiagem
são charmosas demais para garotos virgens
e sempre buscam um pouco de amor nos cafajestes
soube na mesma noite
que seria impossível não te amar
quem brinca com fogo
logo acostuma a se queimar
do resto
nossas madrugadas de sexo irresponsável
reflexo duma geração que não existiu
meu nome só consta nos antecedentes criminais
e nada mais
suas fotografias
chocam os olhos de cristo
que deve se masturbar pensando em você
como meus amigos
me incluo nessa corja de pervertidos
enquanto você debocha do mundo
gritando liberdade
com as pernas abertas na poltrona do meu quarto.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Claúdia Não Foi á Reunião do A.A. Outra Recaída.

se nossas mentiras compactuam 
do mesmo cinismo
e o amor que sentimos um pelo outro
é real como o cheiro da sua boceta
na minha cara
há esperança
se a cocaína de ótima qualidade 
que cheirei na sexta passada
já foi toda urinada
pela nossa sombra desenhada na parede
do meu quarto
pelos seus bichos de estimação
pelos refletores florescentes 
que são seus olhos
e iluminam minhas noites
de todos os céus repartidos
pelas fases da lua 
deus nenhum irá nos apedrejar
enquanto o amor durar
seus orgasmos continuam acendendo minha alma 
ensaios púrpuros do homem cego escondido atrás da porta
que camufla maldições 
e nunca foi num puteiro
somos fáceis demais
para sempre é muito pouco
e essa noite vou encher a cara de conhaque
porque você voltou.

sábado, 20 de junho de 2015

Flor.

desculpa garota
mas não acredito no seu amor
sensação comum entre as jovens da sua idade
dizer "eu te amo"
com o quarto limpo
a empregada vendo t.v na sala
tomando anticoncepcional regularmente
de noite trepa com o namorado
que tem 24 centímetros de rola
e de tarde me procura sem calcinha
jura mentiras
com a mão nos meus bagos
com sorriso de menina doente
que fala pra mãe que ainda é virgem
totalmente dissimulada
criança de  bochechas rosadas
chupa com cara de santa
não entendi meus trocadilhos
não transo na minha cadeira de rodas
meu trono de merda
meu leito sem rainha
te dou meu pau
sem grandes medidas
você parece se divertir
eu pareço não existir
para de dizer que me ama.

Um Esquizofrênico de Binóculos.

dias perfeitos não existem
se eu tivesse com meu revólver
te mostraria
a violência do cotidiano
descendo pelos canos
quem foi ladrão um dia
vai me entender
ame uma vadia
heróis se fodem
só caras bonitos ficam com a fama
por isso que digo
chutem a cara desses putos
quem ta na rua sabe
nem a lua é de confiança
quando seu amigo morrer
quebrar dentes e vidraças pode ser reconfortante
dê uns tiros pra não chorar
arrume uma puta
amarre alguém num porta-malas de um carro roubado
cheire mais um pouco
imbecis se arrependem
transe
brigue
sinta ódio
invada uma lotérica
roube
seja um doente mental
psicopata
que pula o muro da APAE com um estilete na mão
fuja do mundo
ameace pedestres
não faça pose pra foto
não confie
só otários são fiéis
aprendi isso na quinta série
com a irmã do meu vizinho
que pegava no pau de todos os moleques da rua
ela chamava Mariele.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Nice.

o verão que te estuprou
na frente do seu amigo andrógeno
que tem olhos azuis e sonhos eróticos com seu pai
descansa a alma no azulejo do banheiro
eu busco a liberdade da janela
a segurança dos preservativos
sua intuição acaba no prato cheio de pó
na minha escrivaninha
espero excitadíssimo
a manifestação dos seus demônios
te como incorporada
cê fica mais charmosa drogada
e geme de prazer profano
com meu polegar no seu cu
rasga minha pele
soluça quando odeio o mundo
quando bebo muito
e te conto da mulher que amo
que deixei meu coração exilado
em outra cidade
do castigo que é sentir saudade
e essas porras sentimentais
só pra ver você se desesperar
nua
com a carne exposta ao meu sadismo emocional.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Marta Atropelada por Um Carro que Invadiu a Calçada. Marta Aleijada Sem Da pra Ninguém.

por favor esqueça o meu passado
se o nosso caso não durar
me deixe só doente de paixão
não suje meu nome pra suas amigas
nem me xingue de viado
não me julgue
meus absurdos particulares
apetite pornográfico
quando enfio minha cara no seu rabo
testo teu caos com você de quatro
estrategicamente posicionado pra ser copulada 
por favor lembre da minha cara daqui um mês
não se case com um burguês
entenda uma parte da minha dor
ninguém é feliz o tempo todo
pense nisso quando chupar o pau de outro
por favor não tente me converter
briguei com deus na barriga da minha mãe
não faça visita surpresa
pra me pegar embalando cocaína na mesa
da cozinha
com uma garota sem calcinha
por favor não se arrependa
de mim
me devora
mas não chora.

Desoriente, Despiste, Não Provoque.

contei todos os palavrões
que cê disse
na hora do sexo
comunguei minha língua no seu anus
contei as gotas do seu suor
pingando no meu peito
não sou honesto com ninguém
perdi a calma nos seus olhos tranquilos
exagerei no conhaque
botei Caetano pra gente escutar
precisei dos teus beijos
pra quando anoitecer
e eu tiver sozinho
bater punheta pensando em você
com outra garota de
dezenove anos também
me acostumei com seus fetiches juvenis
aguçando minhas contradições
deixe uma peça de roupa aqui
que amanha eu te mostro que o amor é uma fraude
e só amo as vadias.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Cachaça com Morango.

pra esfregar meu pinto na sua coxa
na hora do banho
pra deixar a água quente
castigar nossa pele
pra te cheirar toda quando você chega do trabalho
e passar a mão na sua bunda
desleixado com a alma vagabunda
engolindo instantes pra te ver
pra te pedir perdão e chorar bêbado
na sua frente
 pra fazer do teu afeto
o meu vício predileto
pra não sentir essa saudade
que machuca mais que abstinência
se eu te amasse um pouco menos
se o nó na corda não fosse tão frouxo
pra ficar sem coberta
passando frio de madrugada
bebendo em outros copos
pra descobrir que te amo
e não conseguir te esquecer.

Varal de Amor.

algumas vezes ela chorava
outras vezes sentava a mão na minha cara
me punia cega de amor
se desesperava com a minha risada
dançando no chuveiro
sonhando meus sonhos do seu jeito
comemorando comigo á vitória do nosso time
sem gostar de futebol
fazendo amor pra me satisfazer
sendo fiel pra me convencer
arrancando meus pedaços aos poucos
enquanto espero seu vulto na porta do meu quarto
aguardo de novo ela voltar a morar em mim
seu corpo meu jardim
tem amando do avesso
tuas cicatrizes
tatuagens
tua saudade
que me pesa nas costas
me afaga
sou um cão
que morreu atropelado na contra-mão
sou teu cão.

Maltrapilho.

te vi passear sorrateira
brilhando no lado escuro
da minha rua
até meu olhar se perder
no seu corpo inflamado
e o que um dia foi tão meu
me escapou por entre os dedos
talvez não valha o peso
essa dor que cê me causou
e minhas tardes acabem bêbadas
de samba raiz
afogadas num copo transbordando
tuas lembranças.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Como Xangô Disse.

minhas besteiras
meus casos
meu amor por uma mulher
que não me quer
a fé perdida na infância
crimes cometidos
inteligência de livros roubados na biblioteca
sem a beleza de galã
nem hálito de hortelã
meu sexo marginal
dispenso a depressão
sou refém do tesão
estampado na minha cara
mais dois goles
pra te procurar
encher teu saco
implorar teu perdão
esperando outra garota chegar
tentar te esquecer por algumas horas
o cheiro sua pele macia
ainda esta nas minhas tardes vazias.

domingo, 14 de junho de 2015

Buda Hermafrodita.

despejadas madrugadas nas xoxotas sem pelo
bacanal improvisado
consumindo cocaína
no rabo das meninas
descendentes das orgias gregas
o desejo asfixiado
nas pupilas dilatadas
de quem sucumbi a feira das tentações
um pequeno inferno que se faz na terra
no meio de tanta droga, bebida e putaria
fico á vontade pra dar á luz a minha poesia
não tenho tempo pra metades
pratos requentados no almoço e na janta
vou fornicar com o mundo
contrariando a família
a porra da bíblia
o seu ciclo menstrual
escorrendo as horas dos relógio
pra despistar o apocalipse
examinar as safadezas quando acordar
e a ressaca ainda tiver judiando
tenha orgulho de ser tão depravado
sorria 
arrependimento é para os crentes
pessoas amargas
que se até deus existisse não gostaria deles.

Camisa Rasgada.

as vezes cê fica tão bonita na janela
procurando pequenos milagres
olhando pro céu 
que nem eu
esperando uma estrela cair
as vezes o êxtase me faz pensar que cê é um anjo
um anjo sem sutiã na minha janela
teus jeitos
de falar, de sorrir, de caminhar
esse jeito de trepar
que me desarruma  
quando te vejo na pia do banheiro 
conversando com o espelho
boicotando o amor de joelho
quando eu disse que minha ex tava fodendo com um argentino
você tirou meu pau da sua boca e falou
pra mim aproveitar as brasileiras
ficou puta porque eu tava bêbado antes das quatro da tarde
tua intenção era me domesticar
pra poder empurrar minha cadeira de rodas
suspirando com a cabeça no meu peito
tentando entender meus defeitos
me colocar no cabresto
ou numa clínica de reabilitação
só não te mandei mensagem ontem porque cheguei muito loco em casa
com uma mordida no pescoço
mas eu pensei em você.
                                     Para Priscila mulher em forma de anjo.

sábado, 13 de junho de 2015

Quando a Noite Demora pra Acabar.

meu deus é com letra minúscula
o cheiro da tua boceta ainda esta na minha boca
pra derrubar segundas intenções no seu colo
mandei a menina mais gostosa do colégio pro inferno
a Diovana com seus magníficos seios de fora
diz que me ama
mas se engana
não compreendo o sentido das manhas
acordo tarde
na hora que o mundo arde
de febre
vagabundeando desde criança
desde as brigas na escola
mendigando amor de esmola
nos beijos da Tete
no ano seguinte
bêbado, virado, cheirado
a corda arrebentou no meu pescoço
adiei minha sentença
de forma vulgar
por remorso ou desespero
tem lirismo
em todo suicídio.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Panos Estendidos.

coleciono alguns vícios
a lua, o sexo, algumas drogas
e esse amor que sinto por você
que brota á cada porre que eu tomo
á cada garota que eu como
toda merda que faço vejo teus olhinhos tão pequenininhos me julgando
essa saudade que machuca a pele
estraga os dias azuis
quando bebo demais
uísque em doses letais
bêbado parece que dói  mais
procuro você em outros lugares 
em outras bocas
na minha rotina indecente
te amar foi um capricho
do destino
um castigo
que a vida me deu
perdoa minha cara lavada
minha alma depravada
esse amor anda judiando de mim
desesperado aguando flores mortas no jardim
por você eu deixo de odiar o tricolor
largo o tráfico
a putaria
juro te amar até morrer
todos os dias
e arranjo um emprego.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Rafaela Depravada.

meus carinhos
deslizam no fio da navalha
zombam dos seus sonhos de star
minhas madrugadas são longas demais
pros teus feriados
minha tristeza é suicídio gata
deixo a janela aberta
á esperar outro soco na cara
mastigando sentimentos a noite inteira
pra amanhecer com teu cheiro na cama e infeliz
perto de você
pega mal sofrer
me convence que nada é por acaso
essas merdas que os espíritas dizem
mas não lê minhas poesias
e inicia sessões de tortura quando encontra
fios de cabelo diferentes do teu
no piso branco
do
meu
quarto.

Cortem o Pescoço do Vicente.

não faço metáforas
tô apaixonado por uma vadia dopada de LSD
que me iludi com boquetes no meio da tarde
não sei mais quem eu sou
nem Freud saberia
sou um indigente no reflexo do espelho
caras calmos não são lembrados
cafajestes nunca perdem a classe
meus disparos são á esmo
já que o filho da puta sou eu mesmo
não posso culpar ninguém
por perder o amor da minha vida
vamos lá
me crucifiquem 
ou tirem a roupa e preparem outro copo de uísque
puro
de porre em porre me torno desprezível
a Jheni sabe disso
essa porra de perfume me faz lembrar ela
sinto falta de escrever poesias de madrugada
com ela na cama do meu lado pelada
mas as coisas mudam
e ás vezes parece que a gente nem se conhece
achei que seria fácil te esquecer com vinte garotas
pois é
cê sabe
achei errado.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Décima Nona.

fiquei com teus restos mais interessantes
com a melhor parte do teu nada
pra enfrentar a  insônia
e beber sozinho até ás seis da madrugada
despreparado pro meio-dia
escondendo calcinhas
garrafas e camisinhas
atrás da poltrona
trocar o nome do seu irmão viciado
suar com você por cima de mim
meus dedos em você
enfeitando seus dias
você assistindo filme com minha camiseta cavada
com os pés no meu pau
vasculhando meu guarda-roupa
com os olhos vermelhos
de ciúmes
sentindo na pele
o que as outras também sentem
eu não menti
não engano
quem eu não amo
minhas mentiras são como um analgésico
pra tirar a dor que as minhas verdades podem causar.

sábado, 6 de junho de 2015

Seus Olhos Negros.

é bom se embriagar no meio da tarde
encostando a boca
nas suas tetas virtuosas
filha dos trópicos
que carrega o sol no meio das pernas
e não liga pra enorme cicatriz na minha cabeça
enquanto conta suas besteiras
sentada no meu colo
diz coisas sobre você
me controlo pra não parecer nem bêbado nem cafajeste demais
disfarço meu tesão olhando pra janela
fotografo tua calcinha preta
te quero de novo
te quero mais
uma vez só é pouco
descontrai meu gênio inquieto
afogo minhas revoltas nas curvas do teu corpo
buscando a paz que não me pertence no seu sorriso lavado
quero ver o lado escuro do teu mundo
contando segundo por segundo
pra te ver
obrigado por encher meu copo de whisky
e me deixar bêbado de você
seu lugar é aqui no meu colo
por isso não demora
vem logo.

Qualquer Mal que me Satisfaça.

querida não é que eu não me importe com você
mas entre nós não existe espaço pra razão
do mesmo modo que não se evita um desastre de avião
assumo meu lado errado
visto a camisa
desculpe por não saber te amar
do mesmo jeito que não gosto de verde
e bebo sem parar
não acredito no seu amor
de poesias estúpidas e idiotas
te amei dum jeito que você existiu
permanece viva em mim até hoje
como a luz do sol que entra pelo vitro do banheiro e bate na minha cara de manha
invento desculpas pra não te esquecer
sofro sem querer sofrer
se filmassem meu quarto
eu seria o cara de tarde com as garotas mais bonitas da cidade
e o bosta que chora de amor toda noite
mas modéstia parte
meu show não corresponde as tuas expectativas
continuo atuando nas partes íntimas da sociedade
nenhum pai gostaria de me ter como genro
e se conheci essa porra de amor
foi graças á você.
Para Jhenifer.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Antes que a Manha Acabe.

Maria Rita transborda charme pelas ancas
e ódio pelas ventas
odeia sem querer
os homens
sua vizinha
e o amor
transa bem nessas manhas frias
e azuis
escorrega seu corpo marrom pelo meu
me conta pedaços de coisas que viveu
pinta as unhas de esmalte roxo
fala bobagens no meu colo
como quem não tem certeza de nada
entende meu sofrimento quando esta pelada
Maria Rita acontece aos poucos
com o mesmo jeito de entrar no quarto
e de tirar a calcinha
com a alma de gato flutua
em passos leves
esfrega sua boca contra a minha
perde a dignidade quando goza
desde os 16 não veste cor de rosa
acredito que deus faz mulheres
como ela
com ás próprias mãos.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O Peso do Silêncio.

se desmanchou
no piso frio
experimentou outras drogas
picas maiores
cortou o cabelo
tatuou o braço
largou a faculdade
vendeu seu carro
e viajou pra Europa
apanhou do namorado marroquino
resolveu voltar
não me perdoou por ter transado
com sua irmã
mas chorou ao me ver
sequelado
fodido
sua lucidez impressionou
pediu um livro do Jorge Amado emprestado
pretexto pra poder voltar
beijou minha boca torta
não quis passar seu número de telefone
nenhum contato
me desconcertou
me xingou de filho da puta
e foi embora.
                                                             Para Jéssica.