terça-feira, 28 de abril de 2020

Azul Marinho.

o olho clínico
que admira as dobras cínicas do teu corpo
esticado sob o sol de domingo
o vazio em seu peito bordado
como os girassóis  nas toalhas de mesa
hipnotizada pelos remédios tarja preta
boca e boceta seca
mente tranquila e débil
você parece até uma vaca hindu
mascando chiclete
num transe elegante
monogamia
marido de pau mole
culto aos domingos
presa numa viagem longa de psicotrópico
alteraram sua realidade, baby
as vezes eu sonho
e vejo sua sombra viva
entrando pela  minha janela
chapada de ecstasy
colorindo céus
e roupas
com sua paleta de cores psicodélicas
bagunçando tudo
revirando meu mundo
desenhando pirocas gigantes nos muros
inventando moda
uísque com coca
ácido e astronomia
as vezes ainda ouço as pegadas
do que restou
desse animal brutal que mora dentro de você
passeando nua e embriagada pela casa