quinta-feira, 16 de julho de 2020

A Vizinha Nua na Janela.

sou insurgente
um cão reincidente
 que morde a mão de quem me afaga
administro porres
incêndio nas cortinas e dedadas nas calçadas
sou o caos nas encruzilhadas
beijo a boca do peixe tatuado na coxa de Tatiana
sem sutiã
que se esparrama pela cama
antes das 4 da manhã
me perco no inferno de vaidade e sedução
camuflado com cheiro de incenso e verão
que existe dentro do coração das morenas
diabas sorridentes 
com seus desejos de estrelas cadentes
admiro convicto
os decotes das empregadas domésticas
sou refém dos estragos
as vezes me desvio na cocaína
as vezes morro pelo sorriso de alguma menina
atento sempre aos detalhes
da porra lírica que escorre pelas pernas
e dos amores excêntricos
bocejam as mulheres exóticas
que flutuam nuas pelo sereno
quando cortejadas por caras normais
com seus emojis idiotas
e mensagens de bom dia
enquanto provo líbidos com a ponta da língua
e testo o sexo
como um cego que conta os passos
eu tateio seios, sonhos e paredes
pra poder me encontrar
na imensidão cósmica das xoxotas e dos espelhos