sábado, 21 de março de 2015

Aninha Síndrome de Down.

explode tua granada emocional
na minha cara
suja as paredes com uma raiva
rubro
 negro
encena a vida real
em atos agressivos
de deixar os dramaturgos famosos de boca aberta
distribui suas ofensas gratuitas
xinga sua única platéia
que sou eu
promove toda sua violência hormonal
pros vizinhos ouvirem
só de calcinha
com as tetas de fora
eu não sou porra nenhuma
e ela é a porra toda
a atriz
a estrela
que não tem vergonha de chorar
por mais um amor.

Claudinha Boqueteira.

tem dias que amanhece
e eu fico um tempo na cama
curtindo minha hipoglicemia
afundado na minha consciência de pomba de praça
que se alimenta de bitucas de cigarro
e lixo
pra permanecer de pé
meu direito revogado ao café
com açúcar
a verdade é meus dias começam sempre na hora do almoço
uma vida toda vagabundeando
deixaria qualquer pai orgulhoso
convivendo com garotas diferentes
e a bandidagem da antiga na porta de casa
mastigando versos violentos
anulando os sonhos de miséria
valorizando as farras
de nariz aceso
e mulheres lindíssimas
pias bejes
bocetas esfoladas
o amor é quando o coração acorda de ressaca
e nenhum jesus particular pode te salvar
o amor escorre pelas suas coxas.