terça-feira, 16 de junho de 2015

Cachaça com Morango.

pra esfregar meu pinto na sua coxa
na hora do banho
pra deixar a água quente
castigar nossa pele
pra te cheirar toda quando você chega do trabalho
e passar a mão na sua bunda
desleixado com a alma vagabunda
engolindo instantes pra te ver
pra te pedir perdão e chorar bêbado
na sua frente
 pra fazer do teu afeto
o meu vício predileto
pra não sentir essa saudade
que machuca mais que abstinência
se eu te amasse um pouco menos
se o nó na corda não fosse tão frouxo
pra ficar sem coberta
passando frio de madrugada
bebendo em outros copos
pra descobrir que te amo
e não conseguir te esquecer.

Varal de Amor.

algumas vezes ela chorava
outras vezes sentava a mão na minha cara
me punia cega de amor
se desesperava com a minha risada
dançando no chuveiro
sonhando meus sonhos do seu jeito
comemorando comigo á vitória do nosso time
sem gostar de futebol
fazendo amor pra me satisfazer
sendo fiel pra me convencer
arrancando meus pedaços aos poucos
enquanto espero seu vulto na porta do meu quarto
aguardo de novo ela voltar a morar em mim
seu corpo meu jardim
tem amando do avesso
tuas cicatrizes
tatuagens
tua saudade
que me pesa nas costas
me afaga
sou um cão
que morreu atropelado na contra-mão
sou teu cão.

Maltrapilho.

te vi passear sorrateira
brilhando no lado escuro
da minha rua
até meu olhar se perder
no seu corpo inflamado
e o que um dia foi tão meu
me escapou por entre os dedos
talvez não valha o peso
essa dor que cê me causou
e minhas tardes acabem bêbadas
de samba raiz
afogadas num copo transbordando
tuas lembranças.