sábado, 5 de dezembro de 2015

Simone Mestiça.

dezembro tem o cheiro das putas
da casa vermelha
o mesmo enredo
de samba, pó
dos dias virados
sentado em engradados de cerveja
pratos e copos sujos
rabo de puta contagia
ninguém compreende minhas noites
olhos de estrela cadente
vibram a intensidade desses corpos
clichês pornográficos
putas amigas
despreparadas pro amor
sou o mesmo cara de antes
no convite pra sair pra conversar, beber e
dançar
descontraídas
essas putas suicidas
inesquecíveis perfumes
exagerados decotes
pra poluir pensamentos
reinam o batom
nos espelhos
sagradas prostitutas do meu coração
dos virgens
dos broxas
resistem a tristeza das doenças
a saudade dos filhos
putas foram nobres rainhas
de outras reencarnações.

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