segunda-feira, 1 de junho de 2020

O Pai da Bia.

ela é a poesia que me escapa por entre os dedos
o último baseado perdido no bolso
da flor no cabelo
todos os detalhes dos sorrisos suspeitos
ela é qualquer samba bonito do Chico
das curvas líricas
do seio tímido escondido atrás do lençol
dos domingos
das cócegas no umbigo
ela é o beijo molhado
a amante de quatro
pedindo: - vem.
das deusas pagãs
ela é a magia
e o mistério oculto dentro de toda mulher
dos períodos  férteis
das lágrimas
do sangue vivo da costela de Adão
ela é a loucura doentia de toda paixão
do ciúme explícito
dos pelos
do cheiro de fêmea
no cio
ela é a miragem hipnótica
emoldurada dentro do espelho
do transe nos terreiros
ela é de carne
ventre
alma e coração