segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Dentro da T.V.

sua ferida inflamada
os segredos no teu decote
sonhei sua pele dourada
 você sorriu dos meus blefes
amadureceu de quatro
aceitei o estrago
confundiu os copos
deduziu minhas segundas intensões
fez charme sem calcinha
e cheirou todo pó que eu tinha
já que amei em vão
a vida é só esculacho
a gente bebe cerveja
assiste novela
apostas dramáticas
com a cortina arreganhada
beijei seu cu
contrastes tropicais
sua carne ancorada na minha
pra te ver comemorar
o tempo que desliza do lado de fora
é teu.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Colostro.

perdi algumas manhãs
evitando o espelho
nas cores dos dias sintéticos
na bunda da sobrinha dum amigo
sentir é uma coisa frenética demais
e desacelerar é foda
mês que vem é carnaval
sempre rola cocaína e putaria
só saio dessas morto
escuta meu silêncio gritando
nos breus
embaixo das mini-saias
biquínis
cerveja e haxixe
amor é dar chilique
em público
acabar com a festa
minhas desculpas
meus enganos
antes do pôr do sol
eu me ajeito
conheci duas putas do Rio
toda cadela entra no cio
todo céu azul tem magia.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Cesto de Palha, Febre Amarela e Uma Velha Crente e Surda.

quando chove
o excesso se prolonga
minha loucura precisa de janelas abertas
contato visual permanente com o céu
pra poder xingar deus
cara á cara
e procurar estrelas perdidas
iguais á você
as cores descansadas naquele teu vestido
o tempo esquecido dentro de um compartimento secreto no fundo da tua bolsa
teu corpo de cheiros
e teu seio esquerdo é um pouquinho maior que o direito
mamadeira de afetos
despretensiosa mulher
misto de imaculada 
com prostituta
que esconde o rosto e expõe o rabo 
nas nossas fotos
pra se derreter quando passeio minha língua pelo seu clítoris 
desfalecida de tesão
imagino o cosmos dentro da sua boceta.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Janelas.

tua cara lavada
bordada no meu lençol
sussurrando no meu ouvido
vestida de piranha kamikaze
agarrada ao verão
elogia minha indecência
plena de incertezas
no seu temporal de delicadezas
tira a roupa e arde
insistentemente arde
em orgasmos épicos
quase vulgar
uma miragem escandalosa
um sonho
sonhado em algumas horas
sempre á tarde
triste é te ver ir embora
triste é ter que acordar.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Shiva.

deixa a chuva cair
o ácido bater
as meninas
deixa a cocaína
as mordidas
deixa o choro rolar


deixa a poesia e
tenta dormir
mordendo os beiço
que nem eu
rindo sozinho
ás 5;51 da madrugada
mais feliz que meu vizinho
rico


controla seu demônio


não confunda carência com caridade

alcança a luz
ali na janela
pelado, bêbado e drogado.

Seu Alcídes.

sexo amanhecido em papel crepom 
o horário de verão é doce
espetaculares bailarinas
dançam virgens sobre meu coração
o sol que estupra minha janela
outra caneca de café
versos nocivos
pra desonrar minha família
antes era os crimes, mulheres e a cocaína
descobri na poesia
um jeito mais sutil de agressão
no lirismo das armas brancas
desenhei um poema
pra uma morena chamada Dirce
e na facada que dei no seu pai...