sábado, 3 de outubro de 2015

Inês Desacontecida.

a menina que compactuava com
o capeta
não me intimidava
com sua lingerie roxa
os faróis não vão
te esperar
nas fumaças dos cigarros
no cheiro do café
meus vícios são dramas sem fim
oh, como são lindas as segundas de Candomblé
temperos fortes nos pratos pequenos
oferendas radioativas pra Xangô
pra dar continuidade
nos boquetes mal feitos
depois dos 16 anos
levam um bocado de mim
corpos sóis
chamuscados de sol
dos orgasmos transparentes
carícias
siriricas
manhas infames
meus olhos perfumados
o aborto que acontece
vestidas de crianças
fetos sorridentes
nas cortinas
mães choram
depressivas dormem
o sono profundo
sono de tarja preta
e aguardam noites quentes
fidelidade é um sonho
e eu só tenho duas cervejas pra passar uma madrugada
pela metade.

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