quinta-feira, 10 de abril de 2014

Quando uma se vai logo vem outra.

Da última vez que te vi você tava com aquela saia
de renda que
eu curtia e um tomara
que
caia. Lembro do seu sorriso na porta do meu quarto,
do seu beijo e de
você cantando Risoflora
pra mim,
e da mordida que se deu na minha boca. Aquela tarde
você apareceu aqui do nada
veio na
janela do meu quarto e disse:
- Ou a vó tá dormindo?
Eu levei um susto e
quase cai da cadeira você riu da minha cara eu
ri da minha cara. E disse:
- Nega vai caga.
E você me elogiou dizendo que eu tava falando melhor.
Puxei seu tomara que caia pra baixo com meus dedos tortos,  você esfregou seu peito marrom na minha cara,
vi você abaixando minha bermuda e depois minha
cueca,
estava muito quente e você ficou
suada
rápido.
Eu me orgulhei pelos seus dezenove
anos
pelo seu corpo duro,
pela sua  beleza e
pela sua juventude.
Eu não sabia que aquela tarde foi um jeito de você se despedir,
você sabia que seria nossa
última tarde de amor e que você iria voltar pro seu namorado.
Eu te achei
cruel mas superei com a Maria Rita.

Teus dedos de Sol. Teus olhos de Lua.

Hoje pra te fazer um poema de amor,
escutei Fundo de Quintal,
e deixei de lado meu estilo marginal,
porque é teu todo esse sentimento meu que dá pra sentir o sabor.

E te dou embrulhado pra presente,
tudo que há de pureza em meu coração,
algo tão bonito que nem um samba do Jamelão,
pois foi você que curou e transformou meu peito tão doente.

E é você e sempre sera meu amor maior,
pra não te ver sofrer eu não te trai,
te dedico uma canção da Leci,
e temperei minha vida com o sal do seu suor.

Na luz dos teus olhinhos esta meu axé,
fazendo amor todo dia até as 4 da manha,
escutando Zé Keti ou Adoniran,
te peço em casamento e  você não leva fé.

Você sempre disposta a me fazer um carinho,
sempre se entregando e se doando,
diminuindo seus passos pra me acompanhar andando,
me toca como a música do Nelson Cavaquinho.

E quando você me fala em eternidade,
e pra eu não te deixar você chora,
penso no chorinho do Paulinho da Viola,
e sei que esse amor é de verdade.

Você é minha única menina,
seu sorriso era a parte minha que faltava,
o amor que me procurava e eu nunca tava,
tão sincera como um samba da Clementina.

Sem você não dá mais pra viver,
pra dormir no teu peito,
com um samba do Aniceto,
e ser digno dos teus beijos receber.

Quando tarde da noite você faz café,
eu sei que Xangô te colocou na minha estrada,
numa quarta-feira em que você estava embriagada,
emocionante como na primeira vez que ouvi Jards Macalé.