sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Baralho Marcado Jogo Roubado.

Não discrimino
arcadas dentárias
observo suas glândulas mamárias
tem um céu na sua boca
enfeitado de cores ameaçadas
exuberantes colares
brincos e
saia de renda
sem previsão de fim
tua tempestade
de ódio em transe
ninguém descobre minhas mentiras
continuo celebrando o sexo
minha carne é promíscua
não preciso de palmas
veadagem desnecessária
não preciso de cristo
pra estuprar Estamira
finjo que acredito
só pra ficar tudo bem
não julgo
não sou hipócrita
é bom ter alguém pra me empurrar na cadeira de rodas
alguns planos
amor
talvez um filho
e uma boceta pra chupar.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Morena Mormaço.

Mariana andava com o vento
assobiava canções improvisadas
lia minhas poesias sentada no meu colo
menina bonita pra burro
aparecia sempre de tarde no meu quarto
elevava minha auto-estima
beijando minha tatuagem do Corinthians
a gente transava no mormaço do meu quarto
a empregada espiava tudo
pelo buraco da porta
Mariana escandalizava meus olhos
seu corpo de dançarina de axé
de rosto parecia a Maria Rita
ela só não deixava eu
gozar na sua boca
dizia que não gostava do gosto
morena fogosa cheia de tesão
esfregava seu anus na minha cara
nunca me amou
nunca me viu chorar
e mesmo assim ia toda tarde na casa do meu pai
pra gente rir, fumar
e trepar.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Nostalgia de Cabelos Negros.

Foda-se seu choro
suas garrafas vazias
sua xoxota doente
suas mentiras de plástico
seus olhos imaturos
seus boquetes ineficientes
foda-se a merda do seu amor
eu não me importo
com seu trabalho
com seus planos medíocres
com seu cansaço
com seu sorriso ignorante
nem com a porra seca grudada na sua calcinha
pega suas tralhas
não te amo mais
descobri isso
hoje a tarde
com aquela moça
que sorria enquanto alisava meu braço
te esqueci hoje na boca dela
cheirei a maciez dos cabelos dela
fiquei de pau duro
no hálito de menta
desejei nascer de novo
só pra ela
e morrer pra você.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Olavo Clandestino.

O respeito veio com o tempo
quando eu quebrei 3 costelas do Paulinho
e picotei a cara dum maluco
com um gargalo de garrafa de cerveja
foi feio
a orelha dele descolou
poça de sangue no chão
é, as histórias correm
ninguém mexia mais com as garotas
que eu trepava
os assaltos que eu fazia
os carros que eu roubava
eu nunca quis fama
gostava das mulheres e do risco
da adrenalina
de muita cocaína
antes eu era só um cara
com um 22 na cinta
que cheirava um monte de pó
comia um monte de mulher
essas duas brigas fizeram meu nome
andar pela cidade
nego sabia quem eu era
e do que eu era capaz
mas eu nunca soube do que eu era capaz
até a corda no meu pescoço
apertar.

domingo, 26 de outubro de 2014

Priscila Drogada.

Meu dedo sem sono
encontra seu rabo
onde dormia os  astros noturnos
hoje dorme você
minha menina desconhece minha dor
junto aos meus braços
uso e abuso do teu corpo
escancarado sem calcinha
violado por mim
insano e insensato
busco o amor no cheiro da tua boceta
quase nove meses
e eu nem conheço tua mãe
nem tua sobrinha
mas já estou acostumado com você
andando pelada pelo meu quarto
beijo seus olhos sem deus
pequenos olhos carentes
de incontidas emoções
"que importa meu passado violento"
penso com o nariz enfiado no seu cu
eu gosto do seu cheiro
todo mundo aqui vai pro inferno
anjos travestis
despencam do céu
pra cair na prostituição
meu número ímpar
flores no seu umbigo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Velha Cicatriz na Virilha.

Minha boneca vodu
num coma de alfinetes
conto mentiras indelicadas
fartas de melodramas
em momentos inadequados
é necessário ter coragem
na hora de apertar
o gatilho
ninguém voltou do
jaz
não se engane com a guia de Oxalá
no meu pescoço
eu não sou bom
odeio os auto-de-data
tem um capeta que vive dentro de mim
ele anda sempre nu
meu pequeno Exu
recolha a depressão
engole esse choro
aperta um baseado
vamos fumar
e transar.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Claudia Embriagada.

Lígia estudava moda
cheirava pó
tingia os pelos das coxas
e dos braços
fazia ménage
comigo e uma amiga dela
eu dissolvia sua líbido
todas sextas
de luz acesa
chupava seu cu
antes dela tomar banho
se movimentando no sofá da sua casa
deslizando a língua na cabeça do meu pau
seu cachorro preto sujando minha perna de baba
Lígia corpo moreno
pontilhado de setas
o sol desmaiava nos seus cabelos
quando ela sorria
com um copo de cerveja na mão.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Pernas Siamesas.

Encosta seus pelos dourados nos meus
e esquece meus desaforos
tomando conhaque na cama
no mesmo lugar onde ela chora, goza
e diz que me ama
espalha seu charme feminino
pelo quarto
nunca morra
por favor
permaneça ilesa
tão bela
surpreende a natureza
aquece meus sonhos
de olhos fixos
despreza traições
me atacando com palavrões
brilhando na minha frente
verbos explosivos
carregados de veneno
de mulher
seus temporais de excitação
cavalga hipnotizada de tesão
sem mascarar prazer
perdoa meu amor
que é míope e promíscuo
é que te amo assim.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Desconfie do Diabo de Saia.

Olha o rastro de nós
tua fidelidade irritante
de primeiro amor
cega teus olhinhos de menina
arde fantasias de mulher
que tudo da
 sem nada receber em troca
esperando o próximo fevereiro
chamando meu nome
tentando me resgatar
sempre em vão
teu amor não me comove
não me castra pra vida
nem pras coxas negras que as vezes eu beijo
disfarço minhas intenções em poesia
e minto
só pra não te ver chorar
pelo teu cheiro
ou talvez por amor.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A Costela de Adão.

Ando desequilibrado nos teus beiços
rotina do meu amor distraído
que passa pela tua boca de misericórdia pagã
faço preces á Exu
pra que os mistérios da tua xoxota não me enfraqueçam
teu Cristo não compete com meu labirinto vadio
de demência e infidelidades
consumidas pela chama eterna de Xangô
Kaô Kabiecile
nas sobras dos teus "ais"
recorro sem remorso a outras tetas
ponho em prática meu cinismo mais sincero
e esqueço o amor em camisinhas usadas sabor morango
mulheres de estampas coloridas
desejo voraz
sem extrema unção
extremamente talentosas na cama
isentas de pudor que nem você
as vezes não me resta nada
tão pouco
ou quase nada
um cheiro no meu lençol
ou uma lembrança de um domingo a tarde.

domingo, 12 de outubro de 2014

Provoque Incêndios.

Descanso as pálpebras
em decotes
fartos peitos na hora do intervalo
vulgares por natureza
não me confesso nem no leito de morte
malícia astronômica
de rebolados juvenis
licor de siriricas e transas fáceis
sempre fácil
ontem, hoje e amanha
pequenas distâncias entre seus quartos cor-de-rosa
e minha cama infestada de pecados promíscuos
algumas chupam
outras gozam
todas choram
experimentam o gosto das desilusões precoces
e no final todas me odeiam
suas xoxotas miúdas
úmidas se retorcendo
em orgasmos transparentes
olhos nítidos
nas virilhas e axilas depiladas
e nos abraços macios.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Instinto de Bicho.

Teve um dia que eu tava puto da vida
por causa de uns polícia
que me pegaram vendendo pó no Zero Grau
me espancaram e levaram 50 gramas duma cocaína boa
coisa pura mesmo
a sorte é que eu ia fazendo grana
as notas pequenas de 10 e vinte paus eu deixava no bolso
as de 50 e  100 escondia no tênis
te liguei era uma e meia da manha
onde se ta?
que cê ta fazendo? ta sozinha?
subi em casa peguei umas 15 gramas de pó
troquei de roupa
escovei os dentes
passei perfume
 e contei o dinheiro que tava no  tênis
liguei pro táxi
fomos prum motel que eu nunca tinha te levado
você quis vinho
eu bebia cerveja
cê disse que tinha medo de mim as vezes
eu ri e abaixei sua blusa
cheirei teus seios
teu cabelo
teu pescoço
cê disse que gostava que eu te cheirava
tirei meu tênis
minha bermuda
fiquei com uma cueca samba-canção
do Corinthians
te deixei só de calcinha também
sem sutiã
não quis começar a cheirar aquela hora
porque eu iria começar a esculachar muito
ia te deixar constrangida como das outras vezes
deitei e fiquei olhando meu reflexo no espelho no teto
você veio se deitou por cima de mim
é, você sempre me procurava
abaixou minha samba-canção do Corinthians
começou a mexer no meu saco
não demorou muito pra começar a chupar minhas bolas
nesse dia eu lembro
de você passando a bunda na minha cara
na banheira de hidromassagem
dizendo: - é assim que cê gosta traficante? quer por no meu cuzinho, quer seu ladrão?.
sim, era daquele jeito que eu gostava
e lógico que eu queria comer teu cu
era bonito te ver trepando
você era bonita
sua adolescência era um belo atrativo
seus 17 anos
transamos até as cinco da manha
começamos a cheirar pó
cheirei no teu umbigo
no bico da tua teta e no seu cu
você cheirou no meu pau também
nesse dia nós quebramos o quarto inteiro
você quebrou a pia não sei como
eu derrubei a tevê
o frigobar
na intenção de libertar o bicho que mora na gente
nosso instinto destruidor floresceu.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O Deboche.

Meu câncer se estendia até meu caráter
ela falava comigo nervosa
muito nervosa
sem saber que eu tinha passado a tarde toda
trepando com a Rafaela
vendo seu estado de nervos
eu apenas sorria
um deboche catastrófico
de quem entende e compreende
o término das relações amorosas
minha verdade iria doer muito mais nela
do que na Rafaela
omiti os fatos daquela tarde
em sorrisos
disposto a lamber seu cu
e esquecer o sexo feito a poucas horas
bastava ela abrir as pernas
pedir: "me chupa"
"me fode"
tem dias que eu extrapolo
na minha canalhice
quero gozar na boca do mundo
chupar todas as tetas
enfiar o dedo em todas as bocetas
mais tarde
transávamos na minha cama
eu sorri e pensei
"amanha eu vou chamar a Thaís".

domingo, 5 de outubro de 2014

Olhos Morenos.

Especulo suicídios marcados
ás vinte horas
em ponto
permaneço indiferente ao fim
desde que a corda no meu pescoço
arrebentou
nós
eu e ela
fodemos a tarde toda
ou como ela prefere
"fizemos amor"
o amor
essa aids  que nos acorrenta
a alguém desconhecido
deixe seus cães trancados pra fora de casa
visite o corpo da tua mulher
chupe a boceta
chupe o cu
goze com ela
nela
dentro dela
fique satisfeito por pelo menos
meia hora e
observe ela dormir
deus dorme com as mulheres depois do sexo.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Tereza Reluzente.

Brilha teus olhos de amante
pintados com tom de serena desilusão
meu desejo ambiciona essa paixão
de menina
de mulher
que ama sem querer amar
resplandece em orgasmos
se aquece na selvageria
do meu sexo
me causa afeto essa tua desarmonia
brincando de se entregar
em noites sem lua
esmalte lilás
e calcinha vermelha
sempre anulando nosso fim
explodindo seu ódio na minha cara
em lágrimas salgadas
vem pra perto de mim
acabou os assaltos
o pó
a insônia
perdi meu revólver
só tenho a sua paz
temperada no vinagre
essa paz doente
sem roupas na minha cama
pedindo mais amor
paz indecente.