quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Siririca Apoteótica.

ofereço o fogo
dos incêndios criminosos
deuses kamikazes
ensopados com gasolina
transplantados
tristes fisionomias
dos crentes
caricaturas acanhadas
no futebol de quarta
não gritam gol
perdoam demais
e não comem o cu das esposas
tento assoviar possibilidades
peco inconsciente
traio a carne ainda quente
safadezas contemporâneas
viva ás orgias na era digital
quando o inferno se torna real
e ninguém bate palmas pro meu sadismo particular
pra consolar o desprezo
beba cachaça
desrespeite o remorso
receba á providência divina
de cueca no sofá
não acredite
se puder odeie de propósito
pessoas boas não existem.

sábado, 26 de setembro de 2015

Reginaldo e a Caixa de Fósforos.

soltei a mão do santo
a maldição veio de escolta
sufocado pelo azar
no colo da devassa
mas eu lembro
da cor do isqueiro
das roupas no varal
do cheiro de puta no meu corpo
do gosto da cachaça
ensaiei minha morte
no ato falho
fracassei
não me desculpei
partilhei no N.A
recai pra confirmar
vislumbrei noites doces
bocas abertas pro céu escuro
briguei demais
abri meus pulsos pro universo entender
meus caprichos violentos
fantasio a dor
depois do terceiro copo
dispenso a calma das pessoas boas
e atropelo anjos hermafroditas enfeitados de boneca
cristo me fodeu
cristo me atrofiou
cristo enfiou o dedo no meu cu.

Nude.

pra te descobrir
é necessário ser mais que bandido
teu suspiro exige mais
quando as noites são desacertos
pontuais
no horário de Brasília
e minhas dúvidas borram seu batom
teus restos tem um cheiro bom
a primavera vai testemunhar
nossas brigas
movimentos ásperos
de bruços pro mundo
no bico dos beija-flores
seus olhos floridos
a revolta é maquiada
alta madrugada
peço só que não amanheça logo
guardo a fotografia do teu seio
numa gaveta imaginária
sorte minha a corda ter se arrebentado
pra te amar é necessário
estar  vivo.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Regina Hemodiálise.

pisa em bitucas
deixa o câncer bater a porta
venda no sol
cada minuto
cada trago
sentada de pernas abertas
observa as tragédias no jornal
tenta o precipício
essa sensação hipoglicêmica
sorri com a cara na persiana
seu sangue pisado
grudado na cabeça do do meu pau
denuncia menstruada minhas putarias
de pirraça não goza
mais no sofá
meu apetite
pelo apocalipse
desenho más intenções
deus esta afogado com 7 sete pedras de crack
na boca
boiando inchado ás margens do mundo
ninguém nota os defuntos pobres
escutem nossa tosse.

domingo, 20 de setembro de 2015

Manhas Improváveis.

depois que nosso último fevereiro passar
repleto de sonhos e porres fora de hora
se a ressaca consumir a gente
e sua beleza se for no banco do passageiro de outros carros
suas fantasias eróticas de orgias e paus grandes
meus fetiches absurdos com a tua mãe
talvez você levante ás 06;20 da manha pra cagar
e me sirva outro copo de conhaque com gelo
se por acaso descobrir que tudo que dói é ficção
e resolva se prostituir pra sobreviver
chorando em frente de espelhos
desses motéis vagabundos
me  deixe com minhas migalhas e meia dúzia de garotas tolas
os semáforos não nos provam nada
nossos sobrenomes sem nenhum valor
te ofereço grande parte do meu nada e essa bosta de amor
deixa eu te mastigar mais um pouco
algumas horas sem fim
depois de outras camas
mil e uma damas
gozar no teu braço
meu sexo carrega teu nome sim
mas todo dia tem novela
e você pode tudo que quiser.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

As Seis Mulheres de Adão.

nesses sambas de amor
quando digo sim pros regalos da vida
pra apalpar teu cheiro
e cair de boca no seu rabo sujo
teus olhinhos refugiados
seu sorriso sorrateiro
gosto de te ver gemer baixinho
não tenho álibis
sou réu confesso mulher
dias quentes são bons
o céu é bonito pra caralho
e garotas de programa são infelizes
fim de semana a gente enche a cara
de cachaça
adereços antipáticos
dentes quebrados
meus traços são criminosos
não me confunda com outros
cansei de correr da polícia
minhas granadas não precisam de motivos
pra explodirem
guardo minha ternura pros rejeitados.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Revolta de Dois Mil e Nove.

roga pragas quando ouve meu nome
cospe no chão
bate na madeira
tráfico de cocaína começa de quinta-feira
não fui eu que te viciei
meu vício é pelo risco
não pelos rabisco
minha pena é perpétua
condenado em 2009
com a corda no pescoço
assaltos e prostitutas
sexo com cheiro de ralo
olhe pra  mim e entenda o estrago
certifique sua paz
escapei da cadeia
mas das sequelas não
suicídio é religião
sem correr
não dispensei o cano
fodam-se os simpáticos
o gatilho ainda é solução.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Inhamisses.

passeia de esmalte vermelho
calçando meu chinelo preto
esbanja suas feridas
tenta me convencer
cega
prospera rebolando em outros paus
no meu não
disfarçada de puta mirim
faço tua pomba-gira cair do cavalo
olha perdida prum deus que não existe
e questiona a porra do amor
essa subversiva dor
que desloca clavículas
e tem crises de epilepsia na cozinha
espera a tempestade cair
te quero  desgraçada que desconhece a palavra paz
que me apareceu tão linda
como uma quarta-feira em que seu time perde
e desatina a merda toda á escorrer na sarjeta
faz brilhar minhas madrugadas silenciosas
sua cor de morena maldita
sei que te amo também
ninguém se importa se morrermos de febre