sexta-feira, 22 de maio de 2020

Samambaia na Janela.

contemplo seus olhos
seus seios de fora
á espera de um amor subliminar
escondido nas entrelinhas
ou camuflado sob cicatrizes nos corpos
de mil caras
te admiro isenta de responsabilidades
pós sexo
com seu ar contemporâneo
pisando na linha tênue entre ser vadia
ou empoderada
diz que lê Nietzsche
e categórica afirma que amor não existe
decoro  os traços tropicais de seu corpo
inteiro
seu espírito devasso
avessa a doenças modernas
e refém preservativos
te decifro
seus pontos fracos
seus olhares enigmáticos
o lado oculto dos teus reflexos no espelho
tuas vontades pornográficas
sua  promiscuidade clássica de filmes europeus
das trepadas requintadas
das frases inteligentes
você me fascina
mais do as janelas abertas da Boa Vista
e mais do que as coisas que terminam
sem nunca terem tido um início