segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Sal da Malásia.

eu achava teus olhos tão bonitos
mas me perdia olhando o movimento da rua
o trânsito, as pessoas, a lua
depois veio a época da cocaína
das brigas, dos assaltos, das orgias
e me sentia cada vez mais  longe dos seus olhos morenos
amorosos e brilhantes
tentei chorar agarrado a uma garrafa de aguardente
desesperado
bêbado esqueci minha honra no traseiro da Claudinha
tive que fugir da polícia
tive que pedir a deus mesmo sendo ateu
manchei meu tênis branco de sangue
e seus olhos já não me olhavam com ternura
seu olhar inquisidor
pronta pra me atirar na fogueira
e comemorou quando me enforquei
era uma sexta-feira
todo suicídio tem seu charme
um jeito clássico de morrer
uma pena que nem morri e nem me converti
e ainda bebo demais só pra te ver sorrir
gorda e infeliz

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Suingue e Chantagens.

creio que ainda não entendi o mundo
ou o mundo é que não me entendeu
dizem que resmungo demais
e que bebo muito
é que nasci do avesso
dizem que nem era pra eu estar vivo
contrariando o universo místico
cadeirante mas não paralítico
trocando o certo pelo errado
sempre mijo na frente de casa
e sonho com bundas enormes
bundas realmente muito grandes
não resisto á tentações
das químicas, dos crimes ou das paixões
estou sempre preparado pra perder
um bom campeão é feito de derrotas também
mas fique tranquilo
minha época das brigas de facas já passou
claro que as vezes me desespero
por causa do tédio
pelos sambas, pelo sexo
ou quando meu time perde
é que ninguém sai ileso de uma u.t.i
laroie exu tiriri
dizem que eu sobrevivi

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Camila Transparente.

conheço tantos caminhos tortos
dos crimes tolos
que eu praticava pra fugir das noites de tédio
conheço o seu jeito de me maltratar
sua alegria em me ver perdido nas suas tramas
fodido pelos seus dedos
conheço seus medos
quando teu peito esta na minha mão
sei que você nunca forja orgasmos
coleciono seus sorrisos numa caixa de sapatos
me divirto com nossos pactos
e na bagunça que você faz no meu coração
mas avisa pro seu deus que sou pagão
conheço tuas pernas
tuas cenas
são teus os meus melhores poemas
só não se esqueça de mim
quando eu andar sumido pelos cantos
atrás de outras morenas

sábado, 9 de setembro de 2017

Teté.

to sempre em silêncio
atento aos passeios sinistros do tempo
elaborando péssimos argumentos pra justificar meus planos sujos
tráfico de crack e coquetéis molotov na minha mente
ontem foi dia sete
havia um diabo no telhado
respirando a noite
e eu com saudade não sei de que
tentando entender coisas sobre dinossauros e vaginas
ás vezes sozinho em casa pareço uma garota que só pensa em putaria
que ignora valores familiares 
e trepa na mesa do almoço ao meio-dia
eu queria ser uma capucheta com a linha bezuntada de cerol 
voando num céu todinho azul
sob esse mesmo sol
da América do Sul
dos amores falidos 
dos bandidos bem vestidos
onde há fartura de moleques bons de bola, putas e vícios 
essa merda parece um sonho bizarro