sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

ANPACA.

meu corpo ainda transborda
versos, paixões e veneno
é que meu olho não descansa nunca
fica á espreitar fechaduras, decotes
e o entra e sai de banheiros pintados de branco 
desabafo cochichando meus segredos ao vento
renuncio ao tempo 
como um vadio autêntico
desvio das horas
e dos ponteiros do relógio
aceito que amores são intensos por natureza
e que não há remendo que  cure a dor de um desamor
mas se hoje to vivo
é porque quase morri em dois mil e nove
de tiro, faca, acidente de carro ou suicídio
nem sempre os meios justificam os fins
e foram tantas as vezes
que  tirei o véu da noite
só pra ver a lua cheia
e eu que só ando perdido
sem nunca querer me encontrar
continuo bebendo demais
pra acalmar esse animal que mora dentro de mim