segunda-feira, 9 de junho de 2014

Com Gosto de Maça.

Ela  é  meu calor
ela é meu castigo
ela é meu amor
seu peito meu abrigo
ela é meu pecar
ela é minha cina
ela é meu pensar
alguma coisa tem naqueles olhos de menina
ela é minha poesia
meu samba do Adoniran
ela é melodia
ela é minha Iansã
ela é meu patuá
meu amuleto de sorte
minha sexta-feira de Oxalá
ela é minha pena de morte
ela é minha cura
ela é minha esperança
minha fruta sempre doce e madura
ela é minha meiga vingança
ela é meu terreiro de Candomblé
ela é meu sorriso
minha inspiração tem o gosto do seu café
ela é só o que eu preciso.

Escute o Choro das Mulheres Infelizes.

Armo tocaia pro teu desespero
sou um cão
imundo
mordo a mão de quem me afaga
em ex viciado
não se deve confiar
queimo o dedo no Sol
nossa
faz tempo que eu não cheiro cocaína
nem tomo anfetamina
avisa o delegado que eu to aposentado
e diz pro pastor que a filha dele é uma piranha
alô Deus
eu não me arrependo
nunca
tira logo essa calcinha
e vem pro meu colo
que assim meu amor não acaba.
Faça seu tricô na minha pele
que eu te tomo em licor
rasgo tua bunda numa
tatuagem
enquanto faço uma prece vagabunda
promíscua e
infiel
não roubo mais.

Na Rua de Cima Tem as Meninas Mais Bonitas do Bairro.

Celebro teu corpo nu
em transas climáticas depois do apocalipse
dilato tua xoxota com meus dedos atrofiados
observo teu caos
a primavera já passou meu amor
mas suas flores estão em mim o ano todo...