segunda-feira, 27 de julho de 2020

Summertime.

remonta capítulos da mesma novela
reprisa as tardes com os olhos perdidos na janela
num loop infinito de porres e ressacas
distante da realidade
bem perto dos sonhos cor-de-rosa
devaneios auto biográficos
a bagana haxixada
pra me salvar do tédio da madrugada
nas reflexões pós-sexo
seios expostos para o universo
e algumas perguntas sem respostas
sobre palpites e sentimentos
quase não esconde suas feridas
causadas por outros caras
quando tropeça nas estrelas
e se pergunta porque o coração
não fica no meio do peito
buquês de flores e falsas promessas
- qual é o preço de uma mentira bem contada?
eu te entendo
você me entende
e não existe nenhum pudor aparente
conversamos sobre tudo
ou sobre nada
seus pelos tropicais
descoloridos com água oxigenada
nossas iniciais pichadas nos muros
nosso amor de brincadeira eternizado
nas páginas de qualquer romance 
de Jorge Amado
e todos ditados que a gente ouve uma vez
e nunca mais esquece