sábado, 9 de maio de 2015

Vermelho 27.

ela é essa merda de frio
que me trava e encolhe meu pau
ela é meu dente quebrado por causa de um boné do são-paulo
ela é minha insegurança de garoto que nunca trepou
ela é todas as surras que eu levei da polícia
ela é a porra da minha cadeira de rodas
meu pai tossindo na sala
as quatro vezes que eu broxei
ela é minha infidelidade nua gritando na janela
meu vício em cocaína
a vadia chorando na porta da minha cozinha
minhas desculpas esfarrapadas
ela é o coma que eu merecia passar
o deus que eu não acredito
meu medo da solidão
ela é o amor que a Maria Rita me disse que não existia
ela é minha última chance
minha poesia mais bonita
meus excessos
minha incapacidade de ser uma pessoa melhor
ela é a única mulher que eu poderia amar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário