sexta-feira, 25 de abril de 2014

Pele Crua Com Gosto de Terra.

Vivo á procurar no fundo dos teus
olhos
e no meio das tuas
pernas
o calor de uma tarde de verão
o cheiro
das manhas e meu próprio
reflexo.
Aos poucos vou te
descobrindo e lapidando
você,
te moldo como argila, barro e
massa
e nunca me esqueço que você é
carne viva
que machuca, ardi e goza.
E você também me invade
como uma ladra
me assalta e eu sem reação me rendo
e com tuas
mãos
me leva onde quiser e faz o que quer de
mim.
Quando cê me beija e mistura
meu veneno
com o gosto do teu
conhaque
e me deixa excitado
nessas horas eu canto pontos de Candomblé dentro da minha cabeça
esse é o modo como
eu agradeço aos
Orixás.
Você faz planos no meu pescoço
projetos de jardim, filhos, netos, dois cachorros, um gato, almoços de
domingo, flores, livros, música,
rugas e andadores
eu acompanho tua boca
teus
sonhos e mordo teu
seio.