sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Neurose explícita.


Sigo delirando, despreocupado,
com o coração vazio e de pinto duro,
farto das putas, farto de toda essa verdade, entediado,
sempre vadio, vagabundo, sempre sujo.
De peito aberto, peito molestado,
sozinho as 2 da manha de uma sexta-feira,
como um Exu da noite sou soldado,
incapaz de abrir a porta da sala e andar por ai de bobeira.
Sem arrependimentos, sem moral,
mal-caráter, dissimulado. Sim eu sou o vilão,
fedendo á poesia marginal,
fornicar com a costela de Adão.
Suportando a minha parte,
sem a sorte de Judas,
passos lentos transformando bosta em arte,
enfeitiçado pelo rebolado das bundas.
Afogado num copo de café,
enforcado com um cadarço,
ferido pelos olhos de uma mulher,
morto de amor de março a março.