quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Betelgeuse, A Estrela Vermelha.

ela tem aquela risada caótica 
e sua nudez é apoteótica
gargalha e fala alto como uma santa bêbada
ela é subliminar
como a porra de uma incógnita
que altera minha rotina
de putarias esplêndidas
com a proposta de um amor de primavera
colorida, sorrateira 
e indecifrável
ela fomenta meu desejo 
e tempera minha boca com cerveja
e um milhão de beijos
na cama
ela é bicho no cio
diz que me ama
e me arranha frenética
violenta
sempre úmida
ansiosa e inquieta
divaga perdida entre o quarto
e a cozinha
no diz que me diz 
expõe sua loucura
enquanto procura
a calcinha
mas acontece
que eu sou incandescente
e ela me incendeia lentamente
e nota-se entre parênteses
uma menina inconsequente
em busca de viver um amor de novela
desses amores que acontecem de repente
com tesão de adolescente
uma vontade transparente
escondida sob a maquiagem bem feita
qualquer trauma oculto
de quem só transa no escuro
e brota um delírio no seu umbigo
que forja sua paixão radioativa
sob o céu estrelado da Boa Vista,
ela se entrega sem fazer muitas exigências
como uma puta inexperiente
que se apaixona pelo cliente
e se arrisca
arisca
com minha semente
em seu ventre.