cheiro a poesia que exala do teu cu
derramado num copo sujo de depravação
trapaceando a vida
com golpes antigos
fazendo pouco de deus
desafiando a morte num táxi
na volta pra casa
talvez o amor seja isso
a promessa de nunca mais cheirar cocaína
a compulsão pelas coisas nocivas
auto-destrutivas
pílulas ansiolíticas da vida real
doses exageradas
uma cega miopia pela garota sem calcinha deitada de bruços na minha cama
regado de estrelas no fundo do poço
que caga e anda pros doze passos dos narcóticos anônimos
deixa os sentidos doentes em noites vagabundas
esquecida num calendário de parede
mastigue minha orelha
prepare outro drinque
e frite um bife pra gente
ta muito cedo pra dormir
e meu egoísmo acaba nos teus beijos.