segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Chiclete de Morango.

maldito nó frouxo
passeou a morte pelo meu pescoço
das manhas de sexta-feira
sobraram as sequelas
não preciso que deixem a porta aberta
se a rua cabe bem aqui
na palma da minha mão
exibindo pra todas as garotas
o presente que o coma me deu
obrigado deus por me fazer ateu
imaturo e egoísta
mastigo veneno malandreado
das bocas de fumo
que esta em mim
ainda
quando fecho os olhos
explodo o mundo
estou farto
de mulheres chatas
de crianças birrentas
de evangélicos
de camisinha
e de poesia careta
quero um pouco do estrago
mais uma garrafa de conhaque
água nos pulmões
um 22 enferrujado
trepar todas as tardes
as morenas e suas mágicas
coxas
tóxicos e alucinógenos.

sábado, 28 de novembro de 2015

Margaridas Sintéticas na Janela.

Priscila tem a mania de ficar mordendo
o canto boca
ela tem um céu todinho azul
dentro do olho
Priscila é loira
e não se importa de me ver
bêbado antes das cinco
da tarde
nem com o fato de eu ser um fodido
sem futuro promissor
seus beijos são frescos
bala de menta
Priscila vai com sua família ao centro espírita
lá ela faz orações por mim
diz que nada é por acaso
e manda fotos da sua bocetinha rosada quando eu peço
ontem ela apareceu na minha janela
colocou um quarto de bike na minha língua
disse meia dúzia de coisas bonitas sobre a noite
e foi embora sorrindo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cega Madrugada.

hoje lembrei do sabor da sua boceta
na minha boca
de como quando queria
se portava como vadia
passeava nas brechas
da minha cama
hoje lembrei dos seus orgasmos
quando você cavalgava por cima de mim
das vezes que lambia seu cu
de como você gostava
da última vez aqui no meu pai
do tanto que a gente trepou
dez garrafas de conhaque numa semana
amanha vou foder com uma garota de 130 quilos
fetiche de bêbado só da merda
cê sabe
ainda te amo
e o céu da janela da sala de jantar
parece uma pintura
ainda assisto pornos de lésbicas carecas
por sua causa.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Geraldo Biscateiro.

quem sabe nossos sonhos se percam
noutros copos
noutros goles
na magia
das orgias
pra te esquecer
nas ilusões etílicas
beijos doces
nessas tardes caídas
dependuradas nos dias
esse amor que agoniza
mais não morre
depois da ressaca o que me resta é outro porre
só queria te ver
uma conversa
pra pagar minha promessa
uma tentativa
de me desculpar
verdades mal ditas
se essa saudade não é clichê
a dor também não é.

Rima Claustrofóbica.

tente compreender meus vícios
todos meus caprichos
tente esquecer as traições
meus segredos nulos de razões
tente entender meu sexo
popular e controverso
procure saber das minhas mancadas
varando madrugadas
procurando teu cheiro
tente acreditar que ainda te amo
deixe de lado nossos desenganos
sempre terá outro fevereiro
por favor tente não se esquecer o caminho de volta
pra me ver comendo o pão que o diabo amassou
sofrendo como Xangô mandou
tente me emprestar teu perdão
não me deixe crer que foi tudo em vão.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Precoce.

decifrei teu corpo
te estudei
seu sorriso envenenado
bêbado de cachaça
te apresentei outro desamor
biqueiras
te ensinei a embalar droga
a virar puta
a escutar música
te amei
te transformei em musa
sem blusa
ainda sinto saudade.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Café Pequeno.

andei cego pelas avenidas esquizofrênicas
vi as putas vestidas de noite
sentadas em cadeiras nas calçadas
dos inferninhos periféricos
sarjetas recheadas de vícios
busquei o proibido
maquiei a dor
eletricidade poética
não tenho outras saídas
forniquei decotes e mini-saias
quatro doses de conhaque
doze garrafas de cerveja
guardei poesias coloridas nos bolsos
pro caso de deus ser daltônico
apenas possibilidades
no rebolado das negrinhas
desenhadas nas madrugadas do subúrbio
almas inflamadas
com cheiro de xoxota
tirei o véu da vida
festejei no açougue
á carne
depois que perdi a mulher que amo.

sábado, 14 de novembro de 2015

O Cão.

estupraram minha alma
apodreceram meus minutos
desprezei o horário de verão
ejaculei na sua imaginação
chutei o deus vira-lata
assistindo nossas trepadas na tela do meu computador
adoeci de paranoia
a doçura da cadeira de rodas
chupei seu cu no banheiro de deficientes do Boêmia Butiquim
fantasiei alucinações
debochando do choro da minha ex namorada
viva ás vadias
viva á cachaça de rolha
e a falta de pudor das adolescentes
meus sonhos incendiados com gasolina
meu sexo subversivo lubrificado com mel
quando amo
engano
o transe alcoólico dos cavalos de Exu
dos ebós nas encruzilhadas
crucifixos vibradores
dança nos meus olhos suicida
negra bailarina
teatro real de quem não tem valor algum
não me desculpo
não me arrependo
tudo que eu quero é acabar com aquela garrafa de uísque vagabundo que ta no armário.

Negra Bailarina.

meu cotidiano pulsa
cintilante
tempestade de desejo
a carne não me mete medo
o amor sim
mexas de cabelos
castanhos
Caymmi, Cartola
Candeia e Adoniran
na romaria de sexo
aprendi a ler o pai nosso
reluzentes orgasmos
escondi meus poemas e
minhas traições
temperei com sal e limão
o cru da vida
drogas sintéticas
não fiz proveito nenhum do coma
mulata feiticeira
Ellen boqueteira
borda seus olhos na minha pele
deslizando sua alma pra longe de mim
arquiteto de orgias
palavras ditas pelos rabos
na indecência dos meus atos
me deitei embriagado
minha cama tem cheiro de pecado.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Pasta Base.

ensolarada pelo sol
de sexta á tarde
soada com o sal da terra
ama baixinho
faz festa sozinha
tem um buquê de flores nos olhos
enxerga o mundo do seu jeito
passeia a língua no meu peito
sorri o axé de todos orixás
nos escombros das noites te achei
tão noturna
feito bicho peçonhento
pronta pra dar o bote
e pra falar de amor
sobre o sexo do universo
poetas não são inocentes
me ausentei da tua insônia
dos teus lábios
todas dores são passageiras
sua boca obscena suja de manga
vi um pássaro nos seus pelos pubianos
gozei nas suas sombras vazias
faz meia noite nas suas costas
e nas tetas caídas da sua cadela
até o vento conhece tua pele morena.

A Rainha Diaba Sem Roupas na Janela.

somos propícios
á doenças sexualmente transmissíveis
á ejaculação precoce
tombos no banheiro
cocaína misturada
somos propícios ao suicídio
nas quentes manhas
só de bermuda 
sem chinelos
ao alcoolismo
ao amor
a mijar nas calças de tão bêbado
se apaixonar por morenas desconhecidas
somos propícios a fugir da polícia
clínicas de recuperação
amigos travestis
assaltar lotéricas
chorar de saudade
em frente dum puteiro
dias quentes
somos propícios
á promiscuidade
as tentações da carne
corpos enlatados
dores fantasiadas no hemisfério sul
lingeries kamikazes
cicatrizes
orgias
somos propícios.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Morena do Di Cavalcanti.

não creio na depressão tropical
morenas bonitas
não pensam em suicídio
rezo ao sol
pra te descobrir com a língua
minha curiosidade escancarada
pra ver teus seios
não disfarço meu tesão
em você
se eu achasse uma cigana
pra ler sua mão
minha fé mística
tua boca de sagrada malícia
anseio prosperar em teu ventre
te namorar
te fazer gozar
confesso no meu sequelado sorriso
o prazer pelo risco
talvez você se assuste
com meus fetiches
ou com o absurdo do meu passado
mas cada um trata do seu inferno
á sua maneira
pra beijar sua pele sorrateira
no balé sem fantasia
te faço minha rainha.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Destilados.

adormeci em pleno
meio-dia
na indecência do meu sono
pesado, vadio
meu lençol manchado
com teu cheiro de ontem á tarde
a loucura hospedada no
teu corpo
brilhando um sol inteiro
no seu umbigo
transpira e arde
minha vida vazia
sonego seu desejo lésbico
traduzido no sexo oral que te faço
seu orgasmo em miúdos
se entrega de colher
desatenta confunde o cosmos com horóscopo
e perde a calcinha no vão entre a cama e a parede
todas suas curvas
são mensagens subliminares
carrega flores invisíveis pelos seus cantos
entende o amor e seus desacertos
e acha graça no coma que me fodeu
seu jeito de me ensinar
á gratidão.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Maria Do Céu.

quero cu de burro com cerveja
a Bruna pelada
pedalando na minha bicicleta ergométrica
quero tudo que brota do asfalto
meu  samba ensolarado
vulgar
violento
sem cantarolar primaveras
esqueci outras arcadas dentárias
no canto mais escuro do meu quarto
o amor fracassa
suicídio não resolve nada
nas madrugadas
sexo também não me basta
onde foram parar os pipas?
quando as tardes são mansas demais
desconfie do mundo
revela o apocalipse
de pernas abertas
suspira fundo
brinca de menina
vestida de ninfeta
quero as horas erradas
todos os dias
pulsando nas veias do meu pescoço
a guia branca
de Oxalá
sacanagens na sala
deixo a tv desligada pra te entender melhor.