segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Cherry.

esses olhos de menina suicida
um poço sem fundo em tua retina
se revela primavera
em meus braços de verão
seu ventre aberto em flor
da cabeças aos pés é só amor
insiste em me fazer andar
perseguindo teu sorriso
e seu corpo pintado em tons tropicais
eu desço pra tuas coxas
farejo o cheiro de seu sexo
e sem medo me perco
nos teus pelos pubianos
o dia passa
a gente faz fumaça e
não sai da cama

sábado, 8 de setembro de 2018

O Retorno do Incrível Mendigo Aníbal de Souza.

deixei minha história naufragada em mil copos de cerveja
esqueci as melhores partes de minha vida em balcões de bares
pelas calçadas sujas da cidade
nas bocas esporradas das garotas da Vila Diniz
esperneei levando porrada da policia
fui rei das esquinas
maloqueiro, poeta e traficante
nada a ver com O Inferno de Dante
anotei meus pecados na promissória
sem glamour, sem glória
bailando com o diabo
todo mundo dança
e fode
e sonha
e bebe cachaça
eu me emociono
enfeito as lembranças
mesmo preso aqui dentro
não me rendo
e me perco nas saias de renda
pelas flores
pelos amores
pelas batidas violentas de meu coração

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Quermesse.

te avisei sobre o choro
sobre o desgosto
sobre términos repentinos e prematuros
das bebedeiras não restam quase nada
nem amor
nem ressaca
do sexo sobra sua boceta molhada
me esquivo de seus olhares
das suas mensagens
subliminares
na memória fica o cheiro impregnado da tua carne
te avisei sobre o desamor
a desilusão
sou ateu e
seu deus não ouve preces de ninguém
não me julgue meu bem
não procure sentido na vida
tome um porre e transe com alguém
ou faça as unhas e se masturbe no sofá da sala
te avisei sobre os perigos de amar no escuro
não corte os pulsos
fuja descalça
pule o muro de casa
ou fale mal de mim pra outros caras
mas se lembre de nós quando olhar pela janela