quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Minha Namorada Palestina.

Estimula minha poesia
desde o primeiro dia
meu verso preferido é você
tive que me livrar de outras bocas, decotes, de outras mulheres
pra ter o privilégio de te amar
te ver sorrir com ar vulgar
domesticando meus fetiches pornográficos
de moleque pervertido
que se impressiona com qualquer rabo
e você insiste
em me ensinar o amor
me amando
quando não sou amável
perdoando as Alessandra's, Ingrid's, Bruna's, Katarina's
gosto de beber com você
de gozar dentro
só que te amar é tão complicado
é diferente dos sentimentos plásticos de quando eu comia a Juliana
você não me deu escolha
não fui capaz de não te amar
e abro teu abraço
engano teu cansaço
explodimos o mundo juntos
minha namorada palestina
olhos terroristas que desconhecem a paz.

sábado, 24 de janeiro de 2015

A Idade da Razão.

O amor é uma empresa falida
o sexo pra mim sempre foi fácil
camisinha na privada
trepar na escada
boquete na construção
ou na cadeira de rodas
é, o universo vem conspirando á meu favor
desde sempre
se eu pudesse esqueceria o amor
dentro dum livro do Sartre
junto com uma bagana minha que ta lá
beberia conhaque e fumaria maconha
com garotas diferentes na janela do meu quarto
se eu pudesse mandaria minha mãe a merda
diria: - Olha quem o aleijado ta fodendo agora.
e daria de esmola a porra de um salário mínimo  
pra ela todo mês
se eu pudesse esfregaria minhas bolas 
na cara de Cristo
se eu pudesse esqueceria o amor
dentro dum livro do Sartre
o amor não compensa
é se suicidar com um revólver carregado com balas de festim
é não ser o Julio
o cara que era só chegar
botar pra chupar e mandar pra dentro
eu já fui um Julio
um dia
antes de te conhecer
hoje sinto saudades
de ser Julio outra vez.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Barbara e a Chave de Fenda.

Barbara e eu dividíamos as mesmas baganas
os mesmos cigarros
mijávamos um do lado do outro atrás dos carros na rua
ela dizia abaixada com a calcinha no tornozelo:
- Segura minha mão que to bêbada, vou cai.
eu dava a mão pra ela e falava:
- Segura meu pau que eu to bêbado ele pode cai.
a gente ria enquanto ela chacoalhava meu pinto
Barbara conhecia de mim só a parte que ela queria conhecer
ela não cheirava
não gostava de armas
Barbara era inteligente o bastante
para acreditar em deus
ela gostava de estar junto
envolvida em farras
de ir comigo no corre de maconha
eu sempre arrumava amigos do crime pra ela transar
ela sempre arrumava amigas ricas pra eu comer também
era fácil se acostumar com ela
Barbara tava sempre sorrindo
com baseados prontos no bolso
Barbara sempre cheirando bem
com uns trocados pra cerveja
as vezes ela me ligava no meio da noite:
- Onde cê ta cachorro? tem vadia ai né? ta me traindo né.
eu ria um monte e meia hora depois eu e quem estivesse comigo
tava no carro dela
Barbara cativou meu mundo
ela aparecia transbordando seu verão em cima de mim
dançando sem música
brilhando sozinha ou acompanhada
- Meu você é meu melhor amigo, só que eu não posso mosca que cê me come.
- Eu como.
um dia eu apresentei ela prum traficante
ela passou um mês na casa do Lúcio
um dia ela ligou na minha casa dizendo que ele tava batendo nela e não deixava ela ir embora
e eu tava na merda
sem cano
sem chave mixa
montei num ônibus
em frente a casa do Lúcio tinha uma oficina mecânica de um maluco que eu conhecia
pedi uma chave de fenda emprestada
chamei no portão
- Ô Lúcinho.
ninguém respondeu
pulei e entrei pela cozinha
ele tava em pé quando me viu
pude ver a Barbara chorando sentada na cama
eu gritei:
- Mano cê é loco? seu filho da puta.
ele veio pra cima
me deu um soco
eu enfiei a chave de fenda na barriga dele e tirei
fiquei com ela na mão
chamei a Barbara
ela tava em prantos
nunca tinha visto ela chorar
enquanto ela procurava a chave do carro
eu chutava a cabeça do Lúcio
controlando minha raiva pra não enfiar aquela chave de fenda no seu ouvido
no caminho de volta
eu entendia seu silêncio
parei o carro na esquina do seu prédio
ela me olhou e disse:
- sua bermuda ta suja de sangue.
peguei a chave de fenda debaixo do banco:
- Guarda isso pra lembra de mim.
ela conteve seu sorriso
e me agradeceu com os olhos manchados de lágrimas.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Eu Que Amo.

Recolho todas as suas partes
que há quase um ano venho observando
de pés descalços
com as minhas camisetas cavadas
cobrindo o seio que insisti pular pra fora
bebendo que nem um macho
soluçando com a maquiagem borrada
se retorcendo sempre
de prazer ou de ciúmes
não enxerga as coisas que eu queria te mostrar
sabendo ser vulgar nas horas certas
aceitando meu sexo de beco
quando na verdade deseja ser amada
incentiva minhas tentativas fracassadas de mudar
aguarda paciente no meu colo esse dia chegar
te amo porque é óbvio te amar
porque não perco a chance de provocar as tuas tempestades
tua ira anunciada
teu corpo se transforma num monumento irresistível
nas noites quentes de sexo
essa malícia que habita nos teus olhinhos
transforma tua nudez no meu horizonte
desculpa se não te amo do jeito certo
meu amor é todo errado.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Soberba Vira-Lata.

Não me censure
minhas veias já estão cheias de vícios
imundícies dos tempos modernos
não me aborreça
você é muito bonita pra trepar com um traste feito eu
ligue pro teu ex
ou bata siriricas no sofá
eu sei que não tenho decência
nenhum pingo de vergonha na cara
não me procure outra vez
teu pai rico não pode me comprar
sou um desgraçado insatisfeito
pedi pra não me levar a serio
pra não gemer tão alto
seu corpo desbotado de suor
manchando meu lençol
impregnando seu cheiro no quarto
esperando que te diga coisas bonita depois do sexo
não me ame
faço desenhos com minha língua no seu clítoris
nós sabemos que você não transou comigo e sim com minha poesia
e ficou puta quando gozei na tua boca
e te chamei de Maria.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Me Chama de Julio..

Esqueça o que cê aprendeu em outras camas
com outras picas
faço parte da geração do declínio
do suicídio
dos assaltos bem feitos
minha natureza só conhece a depressão da cocaína
a ressaca moral é constante
prefiro nem pensa nisso
não acredito em arrependimento
mando se fode
gosto quando cê mija na minha cara
de dormir com o dedo no seu cu
gosto do cheiro dele
as vezes odeio deus
odeio meus pais
também odeio você
as vezes
minhas recaídas são drásticas
devastadoras
se você assistisse as cenas ocultas da minha novela
aposto que cê iria embora na  hora
sim, eu gosto de orgias
bato altas punhetas imaginando você com outras garotas
ou eu, você e mais duas vadias
um montão de cerveja
um prato cheio de pó
isso me excita
já fiz diversas vezes
é bom
só trepa
mas te amo
e com você nunca rola.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Vítima do seu Absurdo.

Quero outra vez teu carnaval
lamber tua coxa
te devorar feito um animal
limpar a tristeza do seu rosto
com minha mão
esquecer que fora do quarto
existe vida
te ver sambar no meu colo
ignorar os pecados
esperando você derramar suas noites sem lua em mim
exaltando tua beleza de ancestrais negros
alforriados na minha cama pelos poemas que faço pra você
sem deus para nos julgar
nem rei para nos governar
alguns porres, alguns sonhos pra dividir
agonizando no seu corpo de esquina
sua nudez exposta e desprevenida
que vara as madrugadas fazendo amor e bebendo conhaque
calibrando meus delírios mais vulgares
meus desejos pornográficos
te amo toda hora
só que te amo mais de noite.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Na Varanda Laranja.

Tua boca é
recheada de sonhos noturnos
sonhos escuros de amor
transbordando copos
dispensando outros homens
aturando minhas traições
até quando?
fazendo seu papel
de mulher
em momentos de menina
fazendo valer minha vida
com os olhos doces
de leite moça
tolera minhas palavras ingratas
meu mal súbito
e meus princípios confusos
te mostro minha tática do absurdo
sem receio de por suas tetas pra fora
desabrocha a violência do nosso namoro
toda vez que teu ciúmes grita  alto
e a gente dorme sem trepar
torcendo para que seu corpo mude de ideia
e seu vente me chame
em chamas
mas você sempre se nega por pirraça e adia
seus orgasmos pra outro dia.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Sol das Duas.

Eram duas e meia da tarde
lá fora o sol brincava com a humanidade
aqui dentro
ela cavalgava em cima de mim
eu apertava suas tetas contra a minha cara
poderia morrer naquele instante
não precisava de nenhum amor
preferia trepadas sem hora marcada
á obrigações idiotas
seu suor pingava no meu peito
a gente nem se conhecia
ela disse que se masturbava lendo minha poesia
que se desmanchava de tesão por mim
que sabia da minha história
sua juventude iluminou minha rua
fotografei sua adolescência com a máquina da minha memória
ela não se importava com minhas sequelas
se divertia com a boceta na minha cara
gemia baixinho sem pudor
mirava meus olhos com os seus olhos claros como o dia
me falou que eu transava bem
eu sorri
ela também sorriu
me deu um beijo e se despediu.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Anastácia Macumbeira.

Toma seu banho sozinha
dorme sozinha
me esquece sozinha
aguenta essa dor que é tua
mesquinha
faça preces a um deus morto
que não vai te escutar
supera meu amor
com outro
faça outros planos
com outro cara
que beba menos
que te ame melhor do que eu
um cara que tenha limites
que não seja tão cafajeste como eu
que te de flores e o carinho que você tanto me pede
um cara que você possa ver chorar de vez em quando
e segue sua vida
em outra cama
mas saiba que meu amor foi pra valer
é que ando cansado dos seus dramas
do seu sentimento explosivo
corrosivo
talvez amanha eu volte atrás
só que hoje pra mim não da mais.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Estrela Decadente.

Não quero a admiração do seu pai
as cores que me cercam são errantes
não confundo teu sexo
com teu sangue
algumas trepadas xerocadas
cópias não me satisfazem
ah como eu queria enfiar meu braço na sua xoxota
disseminar chacinas imaginárias
a lógica de porra nenhuma de estar com você
mas contenho minha raiva em passos desequilibrados de  andador
me arrependo só dos crimes que não cometi
minha tragédia foi inesperada e medonha
continuo sendo o mesmo ordinário
em dias quentes sou contraditório
nossas brigas são dignas  de  platéia
nas noites frias me esquento nos teus pelos infames
cheio de segredos, mentiras e mistérios
nem minha ressonância magnética sabe dos meus problemas.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Garota Sem Nome.

Esses olhos meus
nunca te dizem adeus
eu sei que tua  mãe acha que sou um peso na tua vida
não renuncio esse cargo
de ser seu fardo
engulo os dias com passagem só de ida
beijo tua boca amarga
como se fosse a última boca a ser beijada
te peço perdões
pelas minhas mancadas
e traições
morro de medo de te perder
só queria ser seu herói
da garota bonita que aparenta não ter medo
e figurar um anel de brilhantes no teu dedo
enquanto seu seio estiver na minha mão
não vá embora
antes que eu te faça um samba-canção
não vá embora
porque é bom inaugurar pileques ao lado de uma mulher
imaginando momentos futuros
alguns planos imaturos
e aguarda meu coração explodir fogos de artifício
pelada deitada de bruços na cama.