quinta-feira, 10 de março de 2016

Comida de Santo.

sentada no meio
fio da vida
suas lágrimas dão samba
convulsiona em frente o espelho
dispensa homens e bitucas de cigarro
tropeça na própria sombra
sua pele dourada de sol e lama
se despede antes das quatro da manhã
sem pressa
sem últimos goles
brilha cega de vaidade
é tudo sobre o absurdo do teu beijo
e a morenice dos seus olhos
afogada na janela
olhando pra lua
delirando um grande amor
sob efeito de qualquer droga
num monólogo consciente
sente prazer com os próprios dedos
e goza estrelinhas
sempre sozinha