terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Pó e Pele.

brinca com sua memória
de puta idosa
impregnada de imagens mentais
de putarias e bacanais
de outras vidas passadas
quando era amada
e colecionava casos extraconjugais
quando se comportava como uma cadela
no cio
e não negava boquetes 
sentada no meio fio
saudosa se lembra do tempo
em que seu corpo era um templo 
de desejos 
de toda foda bem dada que começava
com o beijo
mas a festa da carne acabou
porque os carnavais sempre chegam fim
e hoje se perde nos palpites esotéricos
debruçada nos mistérios de seu signo
e sofre como uma flor murcha seca, calada
e carente 
sente falta da saúde, da libido e do fogo que consumia seu ventre
por indicação de seu psiquiatra
se entope de remédios
para tratar sua suposta doença da mente
mas ainda se entrega facilmente
á qualquer um que lhe procure
e te ofereça qualquer tipo de risco
que cochiche no seu ouvido
sacanagens românticas
que instigue seu tesão
em troca de um pouco de afeto
ou somente pelo seu vicio em sexo
se deixa enganar
e sem vergonha na cara
nunca diz não