quinta-feira, 9 de abril de 2020

Diego.

olha a lua dependurada no teu umbigo
e essas flores coloridas no teu vestido
teus olhos a toa mirando horizontes e nuvens brancas
olha teu sorriso de quem dança com o vento na varanda
a malícia das morenas que sempre erram na dose
de amor e veneno
tua sombra nua na parede do quarto
silhuetas sinceras
de quem não leva nada a sério
olha o contorno do teu corpo ainda morno
cheirando a shampoo e primavera
que faz o próprio tempo parar
só para te espiar
rabiscando seu nome com batom nos espelhos
barganhando com o diabo
qualquer coisa em troca de um amor
olha o sol invadindo tua janela
sem pedir licença
vendo que suas segundas intenções
não disfarçam a indecência
bordada em tua pele bronzeada
desmanchando impérios
provocando adultérios
e todo dia quando aquela coisa amanhece
dentro de você
você se culpa
mas não pede desculpas
por ser tão imoral