das donzelas suadas
que convulsionam rebolados
sob o sol dos malandros
e dos velhos tarados
danço a ciranda das indecentes
no festival de quem fode muito e pouco sente
sou atropelado pelas horas
e ninguém entende a má conduta de quem ama
a velha história das esposas infiéis
e dos maridos doentes
abençoadas sejam as lazarentas
as raparigas dissimuladas
e as damas imorais dos bares e madrugadas
com seus sexos xerocados
são todas cartas do mesmo baralho
danço o bolero dos excessos
dos porquês autodestrutivos dos vícios
rezo o terço das santas do pau oco
da pombo-gira narcisista
da marca do beijo no espelho
do riso
e do risco
no desbunde dos decotes
na tentação dos precipícios
eu celebro o pecado e o divino
com a mesma emoção de menino
que descobre a namorada nua
pela primeira vez