quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Julia R.

meus sonhos estão sendo velados lá
no cemitério da Ercília
das bundas que comi
bem na curva do tempo
sem amor
e cocaína em motéis xexelentos
espiei olhos vazios
sedentos de tesão
nos carnavais sombrios
até que a corda se apaixonou pelo meu pescoço
me abraçou tão forte
que quase me matou
transformei o sol numa moça morena
que entra sem pedir licença pela janela
e fornica com todo mundo
deus é uma cachorra prenha
com vontade de matar seus filhotes
as vezes o coração encolhe dentro do peito
sabe?
mas cerveja cura tudo
você botou fogo nos seus brinquedos
eu tava com o cu cheio de ácido
mas lembro de você fazendo xixi de porta aberta