domingo, 21 de dezembro de 2014

Madalena Travesti.

Sou o mesmo moleque vadio
dos sambas de antes
que você não conheceu
esperando a redenção dos meus pecados
no brilho dos teus olhos
desmanchando tua carne temperamental
em pequenos versos imaginários
nas nossas semanas intranquilas
tomando o porre da vida
sem sexo
desmaio até o meio dia enquanto você trabalha o dia inteiro
dispenso outros ventres pelo teu
compreendo teus beijos pálidos e cansados
admiro seu seio que salta do edredom em silêncio ateu
em noites bêbadas como essa
te transformo no meu refúgio
meu porto seguro
e esqueço a porra do tempo que corre do lado de lá da minha janela
esqueço também a Maria Rita pelo bem do seu sorriso
ansioso pra constranger seus pais
na ceia de natal
você apresentando seu namorado sequelado e marginal
deixa pra lá que um dia o mundo ainda vai lê
os poemas que faço pra você.