domingo, 1 de março de 2015

Elisabete na Cadeira de Descanso.

todas as minhas mentiras
são ditas pra te proteger
minhas verdades são pesadas demais
pro teu sono leve
não escondo minha doença
nem disfarço minhas intenções
alivio minha dor nas drogas, bebedeiras e canções
reneguei algumas das minhas gostosas de estimação
pela beleza do teu acaso
os traços simples do teu corpo
pela controvérsia desse teu amor
enquanto minha paixão se torna infantil
a seriedade dos teus sonhos me lembra que somos adultos
e como minhas feridas não foram totalmente cicatrizadas
aguento a ressaca desse teu amor
entendo que você é meu castigo
e minha semente só vai vingar no teu umbigo
minhas cagadas familiares
causo o mal da porra do mundo
antes eram minhas frequentes brigas nos bares
hoje adolescentes cobiçam meu sexo imundo
não desejo a ninguém só um vicio
sexo é meu risco
bocetas lilás
é difícil ser fiel.

Dança de Cadeira de Rodas.

Esquece a lua sozinha lá fora
a paz de mentira em noites quentes
esquece o veneno que há no teu perfume
desliza mais uma vez a faca cega nos meus pulsos
não se acostume
conversa comigo até amanhecer
finca uma bandeira com teu nome escrito
no meu peito completamente vazio
brilhe do meu lado até ás duas da tarde
perdoe minhas traições
os porres prolongados
as recaídas são inevitáveis
garrafas pela metade e tapas na cara
minha adicção vai além da cocaína
meus vícios são tragédias anunciadas
todo amor tem a luz de uma estrela morta
nem as ciganas vão decifrar a palma da tua mão
ninguém entende nossa dança na cadeira de rodas
a transgressão de sorrisos dilatados
dos teus dramas exagerados
nem o meu amor deficiente e problemático
inconveniências amorosas
que trago pra nossa cama.