sábado, 14 de novembro de 2015

O Cão.

estupraram minha alma
apodreceram meus minutos
desprezei o horário de verão
ejaculei na sua imaginação
chutei o deus vira-lata
assistindo nossas trepadas na tela do meu computador
adoeci de paranoia
a doçura da cadeira de rodas
chupei seu cu no banheiro de deficientes do Boêmia Butiquim
fantasiei alucinações
debochando do choro da minha ex namorada
viva ás vadias
viva á cachaça de rolha
e a falta de pudor das adolescentes
meus sonhos incendiados com gasolina
meu sexo subversivo lubrificado com mel
quando amo
engano
o transe alcoólico dos cavalos de Exu
dos ebós nas encruzilhadas
crucifixos vibradores
dança nos meus olhos suicida
negra bailarina
teatro real de quem não tem valor algum
não me desculpo
não me arrependo
tudo que eu quero é acabar com aquela garrafa de uísque vagabundo que ta no armário.

Negra Bailarina.

meu cotidiano pulsa
cintilante
tempestade de desejo
a carne não me mete medo
o amor sim
mexas de cabelos
castanhos
Caymmi, Cartola
Candeia e Adoniran
na romaria de sexo
aprendi a ler o pai nosso
reluzentes orgasmos
escondi meus poemas e
minhas traições
temperei com sal e limão
o cru da vida
drogas sintéticas
não fiz proveito nenhum do coma
mulata feiticeira
Ellen boqueteira
borda seus olhos na minha pele
deslizando sua alma pra longe de mim
arquiteto de orgias
palavras ditas pelos rabos
na indecência dos meus atos
me deitei embriagado
minha cama tem cheiro de pecado.