terça-feira, 28 de julho de 2015

04:17.

perdida no ócio do meio dia
deslizou por outras camas
até voltar pra minha
emagreceu uns quilos
fez outra tatuagem
só pra poder confirmar que me ama
brigou com um Exu por minha causa
pensou em suicídio pra me esquecer
mentiu
negou
me xingou
bebeu cachaça sozinha
voltou a escrever poesia
fingiu sentimento
chupando outros caras
se vestiu de vadia e foi a luta
renegou um deus de calcinha
pra dizer que é minha
e dormir bêbada do meu lado
se a nossa carne combina
se gozamos juntos
e nossos pecados são quase iguais
quem se importa com o resto?

domingo, 26 de julho de 2015

Diva Sem Roupas.

 depois que a lua
morre desmaiada
lá no céu
e o que sobra é o amor no caminho
de volta pra casa
quando te peço pra voltar
pra  mim
com a boca
na tua boceta
e a gente se identifica
na cretinice
desprezando boas pessoas
você que nunca se desculpa
estoura suas granadas na minha cara
e conta mentiras pro seu namorado
pra vir me ver
desmancha minhas madrugadas
com sexo e conhaque
cancela o apocalipse
tira a roupa sem pudor
revela o corpo
repleto de trocadilhos pornográficos
pronta pra escandalizar minha retina
com suas tetas de porcelana
á mostra.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sonho Suicida.

não empreste dinheiro
nem venda drogas fiado
tenha algumas vadias
de estimação
elas nunca te deixarão sozinho
tenha alguns amigos
traficantes
ladrões
estelionatários
eles não vão deixar você esquecer seu passado
cicatrizes são importantes
abstinência machuca
mas não mata ninguém
torça pra noite não acabar
namore uma prostituta
ela provavelmente vai te deixar
deixe a janela acessa
se um dia ela resolver aparecer
faça um filho com ela
e suma
entenda que se vingar é necessário
três programas dela dão o seu salário.
   Para Tete.

domingo, 19 de julho de 2015

Dorme.

meu samba começa
na sua panturrilha
quando sorrio no pensamento
te mostro minha vida fodida
pra não te ver bocejar
pra te ver tirar a roupa
e fazer bolinhas de haxixe
a poesia acontece
na margem da minha loucura
você resplandece
corre um rio de águas cristalinas
nas suas entranhas
tua maneira de debochar
de mim
e me xingar de filho da puta
quando separo teus
lábios vaginais com a
língua
teu corpo de beira de piscina
escandaliza minha retina
 sempre morena
transa com  o sol todas as manhas
e molesta meu espírito
em noites sem esperança
adoecidas pelo teu sexo de mulata-show.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Daqui Meia-Hora.

sua negligência
se torna a razão da sua beleza
seu sorriso desenhado no canto do meu quarto
um futuro
tomando café
numa varanda sentada numa cadeira de fio
seu sexo com gosto de adoçante
pra controlar minha diabetes
insistentemente
na última semana
deslizando sua boca
na minha
coçando minha barba
sem motivo algum pra me amar
enquanto deposito minhas fichas
numa virginiana
que vi só uma vez
na vida
eu sei que logo você vai me odiar
sem nunca ler as poesias
que fiz pra você
hoje não vou sair
to bebendo desde ás 4
e não quero cheirar
eu sei que nunca vou te amar.
   

terça-feira, 14 de julho de 2015

Cachaça Artesanal.

e eu que dancei esse tango maldito
agarrado a miséria da alma
passo a passo da desilusão
pra num fim de tarde implorar teu perdão
enganado pelo horizonte
afogado num copo de cachaça
em pé nas grades da janela
a Bruna desarrumou minha cama
queria te ver
pra poder chorar
antes do sol partir
queria te matar com um tiro no ouvido
que nem meu avô me ensinou a sacrificar cães doentes
quando eu era criança
sem agonia
nós não valemos essa poesia.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Enfia Teu Drummond no Cu.

provei do teu eu
incendiada em febre
percorri teus caminhos
descobri
onde fica teu prazer
praguejei teu nome
reclamei em silêncio
trepei com uma amiga tua
bebi demais
fui atrás do meu revólver
atropelei um cachorro
a lua era nova
roubei um posto
sofri menos do que merecia
te procurei
te procurei
pra inventar mentiras
pra te levar pra dormir comigo
pra cheirar pó no teu mamilo
não te encontrei
briguei com um são-paulino
num boteco
fui embora com um olho roxo
e a camisa suja de sangue.

Eu Tenho Um Pé de Maracujá.

nas horas mais formidáveis
do dia
ela chega
me da beijos desesperados
brilha um sol na sua boca
amacia meu gênio de filho da puta
sinuosa tira a blusa
e me mostra
seus medos de menina
vestida de mulher
passeio meus olhos indigentes
pelo seu corpo marrom
repleto de instintos e
cegos mistérios
exposta prum novo amor
disposta á me amar
feitiços sorrateiros
escondidos no preto dos seus olhos
incapazes de me maltratar
espera eu me perder de novo
pra poder me resgatar
meu inferno é particular.

domingo, 12 de julho de 2015

Bicarbonato de Sódio na Cocaína que Você Cheira.

ela chegou sem avisar
cumprimentou meu pai
veio até mim
me chamou pra sentar lá fora
a noite tava linda
eu tinha tomado um quarto duma garrafa de conhaque
com energético
ela usava um jeans azul
quis dizer que gosto dela
do seu rabo
e que o amor apodrece minha alma
ao invés disso fui gentil
disse que ela tava gostosa
pedi pra sentar no meu colo
fiquei admirando as estrelas
apalpando seus seios
eu a apertava
desejava
babava no seu braço
ela retribuía
com a mão dentro da minha bermuda
se ela tivesse de saia
e não com aquele jeans azul
daria pra ter transado
na calçada.
                   

sábado, 11 de julho de 2015

Em Dia de Noite Escura.

perco o prumo
sangro com uma preta
até ás cinco
da manhã
acordo de ressaca
acho que perdi meu r.g com cinquenta conto dentro
tomo um café
com o cheiro de outra mulher
nos braços
abro um livro qualquer
pra disfarçar sentimentos
com samba raiz
bebo de novo
procuro teu cangote
outra vez
as graças de um corpo negro
tão feminino
subtrai toda dor
quando fica nua
excita até a lua
ventre com cheiro de hora do recreio
cadência inexplicável
de sandália e
saia
cabelo crespo
me faz perder a dignidade
quando roça os peitos na minha boca
assumo que não valho nada
rastejo de cara lavada
te espero depois
da meia-noite
milagres pingam na goteira da pia
da cozinha.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Naftalina.

fiz alguns anúncios desesperados
pra você me notar
menti minha religião
pra te convencer
te elogiei
fiquei dois dias sem beber
pra te ver são
e te olhar
te tocar
tropecei na tua boca
antes de tirar tua roupa
olhos vivos de menina
doces olhos
cor de mel
busco teu fundo
te quero inteira
por ego ou capricho
o desatino do destino
no teu cheiro
pode entrar em casa
sem pedir licença
apareça
que te ponho no meu colo
chupo teus peitos
e peço perdão
por ontem
garotas bonitas como você
geralmente me odeiam
um dia.

Treze Segundos Até a Eternidade.

centenas de pipas
enfeitam o céu
porra
é bonito demais
minha bermuda
molhada de cerveja
a fumaça desenha o cenário
beleza
crua
biqueira de maconha
é sala de star
de vagabundos
shorts curtos
olhares maliciosos
desfilam as morenas no meio da rua
é preciso estar vivo
pra flertar com a vida
o céu é infinito
e bonito pra caralho
arrependimento é fogo no rabo
logo passa
e se deus existe
ele ta envolvido com o tráfico
de drogas.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Cristina Cartomante.

aproveito do sol
dos seus olhos azuis
parecem o fundo duma piscina
derrete tua juventude
de tarde aqui comigo
refaz seu riso
com a nuca soada
provo tua fruta
pequena
aberta pra mim
sua alma descansada
e limpa
goza com o cosmos
me chama de nego
e retalha
meu caráter
quando aviso que vou sair com
amigos
não posso te dar amor
não valho a pena
uma  ex
me disse isso
Priscila
eu gosto de ver você
se espalhar por aqui.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Lua Cheia Não Cura Dor Nenhuma, Só Disfarça.

seus suspiros
desafinam acordes
de quem não sabe tocar
não menospreze
seu charme
que desce pela nuca
até o tornozelo
espuma
com cheiro de shampoo
se arrisque
nos tambores das curimbas
nos sinos das igrejas
peça
tente
esquecer
fracasse consciente
pelas beiradas
assume
logo
que gosta
do teu
gosto
morre em silêncio
só pra não te acordar
mastigue
não acredite
apenas deixe
escorrer.

domingo, 5 de julho de 2015

Flavia Prematura.

e se eu fosse epilético
seus sonhos de neon me fizessem ter ataques
se eu fosse fiel
um homem honesto e broxa
você iria transar com meu tio
na calçada da minha casa
se eu não fosse poeta, vadio e promíscuo
se eu tivesse o nome limpo
sem ficha na polícia
não usasse drogas
e fosse a igreja toda semana
tivesse medo da morte
talvez você não iria gostar de mim
se eu fosse uma pessoa boa
você não iria chupar meu pau
mulheres como você
odeiam os tolos
e amam os cafajestes.

sábado, 4 de julho de 2015

Filomena Desapareceu no Mato.

percorro teu corpo todo
feito um estrangeiro
impressionado com o roxo do teu anus
manipulo teu sexo fácil
teu jeito de ignorar minha dor
aprendiz de meretriz
corrompida pelo meu amor
cansada de sofrer
abre as pernas
como uma puta
na intenção de se vingar
pra me machucar
abre as pernas
adoece aos poucos toda vez
que bebo demais
cheiro pó
e trepo com outras garotas
te transformei numa vadia
minha vadia
que me conta seus casos
olhinhos nobres
com porra escorrendo pelas coxas
me usa
me acusa
arranca meus pedaços com os dentes
na hora dos seus chiliques.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sarah A Puta Mediana.

  não preciso dos seus convites
do seu amor desenhado em guardanapos
não preciso mais te esperar
chegar com outra garrafa de vodca
numa sacolinha plástica
não preciso mais dos seus boquetes
da sua exuberância psicodélica
pendurada na janela que nem uma vadia louca chapada de ácido
te fazer gozar feito um animal
derretendo seus orgasmos na minha rola
com suas olheiras profundas
não preciso do seu sorriso
nem do seu olhar vazio
do seu tornozelo tatuado
não preciso do seu ciúmes
me tratando como se fosse minha esposa
rebolando seus segredos
na minha frente
suas duvidas são transparentes
pra mim
não preciso mais das suas mãos em mim
das suas tardes infinitas
impossível não te notar
estrelas cadentes debruçadas na tua boceta
não preciso mais...

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Laura Vadia.

te espero em silêncio
escondido atrás do armário
embaixo da cama
pra te assustar
quando você chegar
só pra te cheirar
nua em pelos
te espero bêbado
vagabundo
ateu
doente de amor
com a cara enfiada
no rabo de outra
sem saideiras
sem entender as horas no relógio
pra procurar tuas pernas
em noites eternas
meu gozo que não jorra
em outras xoxotas
se não a tua.

Nice e Ditinho Viciado em Jogatina.

tanto faz se a sua irmã me viu
com o dente quebrado
brigando na rua da sua casa
uns sete anos atrás
descia no seu bairro tantas madrugadas
armado
sentado na calçada da vizinha
buscava seu perdão
o culpado pela sua adicção
sou eu
sera que você me odeia enquanto chupa pintos
em troca de pedras de crack
guardei seu sorriso no bolso esquerdo
da bermuda que eu usava no dia que tentei me matar
seu sumiço me castiga até hoje
agora to de fogo
e choro de remorso pelo mal que te causei
queria te mostrar que você além de viciada
é poesia também.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Procure Outra Biqueira.

um golpe preciso
fogos de artifício do destino
uma proposta sem lucro algum
meu caminho é a descida
minha mãe sabe
só ando na contra-mão
perdi a briga com a vida
aceitei o prejuízo
ainda uso algumas drogas sintéticas
as vezes bebo tanto que preciso cheirar pó
continuo o mesmo filho da puta infiel de antes
nasci pra não amar ninguém
passo dias dentro da garrafa
miro as bocetas mais cobiçadas
garotas que desencorajam garotos
é fácil
por deus
como é fácil
dedos enrugados depois do banho quente
me enxuga 
e me deixa sem cueca
o amor é uma farsa
bem que eu disse pra Priscila
pessoas estranhas só trepam
eu disse que o amor é uma fantasia tosca de festa junina
te pedi pra não trazer tua amiga aqui
vou botar teu nome na macumba
Priscila desgraçada.

Reunião de Comadres.

expõe sua raiva com o corpo nu
odeia de graça
como uma cadela que da cria na praça
místico sorriso
esnoba minha decadência
de bruços me ameaça
esfrega meus erros na minha cara
inconsequente como eu
ensaia seus dramas
suas mentiras provincianas 
sua pele pertence somente ao sol
que molda sua cor
sempre descalça 
disfarça o amor com os dentes no meu braço
hora se faz de vadia
hora se faz de menina
causa hematomas em mim
e eu aguento
suporto
só pra mamar nas suas tetas sagradas
escorrego aos seus pés
onde é o meu lugar
as vezes te amo como uma puta
as vezes viro devoto como se você fosse uma santa.