sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Guardada na Gaveta.

já que a cachaça combina com o céu
e ela ta na cozinha fazendo o café que eu pedi
deixo o sol  me gritando na janela
pra observar a cadência dos seus passos
passos submissos
mestiços passos de mulher
que me serve pedaços de paçoca na boca
botei Jorge Ben pra nega escutar
ela desprezou os livros na mesa do meu quarto
tão bonita com a minha cueca
rebolando a indecência das mulheres adúlteras
tenho um demônio na carne
ela não sabe
só eu sei
antes das seis ela vai embora
de volta pro marido
pra provar que a infelicidade justifica
a traição
e detalhes pequenos
a gente resolve na cama.

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