domingo, 8 de setembro de 2019

Selva. LSD.

as paredes de meu quarto
minhas testemunhas oculares
dos planos sórdidos
de crime, sexo e dinheiro
as paredes de meu quarto
transpiram vivas
e conspiram comigo
sonhos demorados que as vezes se tornam reais
as paredes de meu quarto
dançam a ciranda das naves espaciais
que esqueceram de me buscar
as paredes de meu quarto
espiam minhas ideias subversivas
de poesia, cocaína e bombas napalm 
as paredes de meu quarto
pervertidas anônimas e silenciosas
cochicham entre si sobre as putarias que faço
minhas cúmplices leais
as paredes de meu quarto 
não discutem minha obsessão por morenas lazarentas,
boleros cubanos
e janelas sempre abertas