terça-feira, 1 de abril de 2014

A esquizofrenia do Bispo do Rosário é um dom divino.

Ela passos ligeiros,
eu passos de idoso,
ela morde meu pescoço,
eu pedi ela em namoro em fevereiro.

Ela diz que só amou a mim,
eu digo que ela é minha poesia mais sincera,
ela tem cheiro de primavera,
eu nunca usei balas de festim.

Ela fala que é minha toda madrugada,
eu não tenho coragem de trair,
ela tem o dom de me seduzir,
eu lavo minha alma na sua risada.

Ela faz tudo que eu peço,
eu agradeço com os olhos ou com uma poesia,
ela me ensinou a amar a mesma mulher todo dia,
eu admiro calado seu corpo na hora do sexo.

Ela tatuou meu nome na sua bunda,
eu peço ela em casamento,
ela diz que eu tenho talento,
eu acho que ela fez macumba.

Ela se acostumou com meu corpo todo sequelado,
eu amo cada dia mais essa mulher,
ela põe na minha boca goles de café,
eu provoco ela dizendo coisas do meu passado.

Ela tem uma cicatriz um pouco acima do seio esquerdo,
eu não me incomodo dela ter tido outros amantes,
ela constrói planos e entende meu lado com defeito,
eu violo teu amor como ninguém fez antes.

Ela me diz que tem medo,
eu tenho medo do teu choro,
ela se agarra nos meus poemas como consolo,
eu me agarro nos teus dedos por desespero.