passeia de esmalte vermelho
calçando meu chinelo preto
esbanja suas feridas
tenta me convencer
cega
prospera rebolando em outros paus
no meu não
disfarçada de puta mirim
faço tua pomba-gira cair do cavalo
olha perdida prum deus que não existe
e questiona a porra do amor
essa subversiva dor
que desloca clavículas
e tem crises de epilepsia na cozinha
espera a tempestade cair
te quero desgraçada que desconhece a palavra paz
que me apareceu tão linda
como uma quarta-feira em que seu time perde
e desatina a merda toda á escorrer na sarjeta
faz brilhar minhas madrugadas silenciosas
sua cor de morena maldita
sei que te amo também
ninguém se importa se morrermos de febre