estupraram minha alma
apodreceram meus minutos
desprezei o horário de verão
ejaculei na sua imaginação
chutei o deus vira-lata
assistindo nossas trepadas na tela do meu computador
adoeci de paranoia
a doçura da cadeira de rodas
chupei seu cu no banheiro de deficientes do Boêmia Butiquim
fantasiei alucinações
debochando do choro da minha ex namorada
viva ás vadias
viva á cachaça de rolha
e a falta de pudor das adolescentes
meus sonhos incendiados com gasolina
meu sexo subversivo lubrificado com mel
quando amo
engano
o transe alcoólico dos cavalos de Exu
dos ebós nas encruzilhadas
crucifixos vibradores
dança nos meus olhos suicida
negra bailarina
teatro real de quem não tem valor algum
não me desculpo
não me arrependo
tudo que eu quero é acabar com aquela garrafa de uísque vagabundo que ta no armário.
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