quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Manoel Padeiro e Adicto.

quando ela vem
todas as vezes cheirando a café e soluços
contando seus absurdos
cabelo preso
ferida aberta e pele tatuada
agarrada ao céu azul decadente
fotografando tudo
acreditando em nada
uma menina fingindo ser forte pra enganar a morte
e eu que nunca sei do teu período fértil
prometo coisas em vão
só pra te consolar
enquanto a gente espera o verão
com o desejo suspenso na janela
envenenando a alma com imagens pornográficas
e trepadas sublimes
afinal de contas
deus não é testemunha de nada
e os pecados da primavera não serão registrados no caderninho do juízo final         

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