quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Ademir Bicheiro.

falava sobre os naipes sagrados do seu baralho
blefava com um par de ases entre as pernas
mas eu já te conhecia
e sabia quando você fingia
nas apostas e em alguns orgasmos
pelada compensava todos meus crimes do passado
seu jogo de cartas marcadas
profissional em manipular meu coração
incrivelmente instável
furtava as horas do horário de verão
e dizia que pau nenhum era melhor que seus dedos
passava dias desaparecida
e voltava refeita
mais bonita que da última vez
com dinheiro na bolsa
brilhava sozinha
eu era apenas mais um bibelo sem importância na sua penteadeira
era tudo que eu poderia ser pra você
até te imagino rindo
me chamando de objeto inútil e sem valor

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