segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Sal da Malásia.

eu achava teus olhos tão bonitos
mas me perdia olhando o movimento da rua
o trânsito, as pessoas, a lua
depois veio a época da cocaína
das brigas, dos assaltos, das orgias
e me sentia cada vez mais  longe dos seus olhos morenos
amorosos e brilhantes
tentei chorar agarrado a uma garrafa de aguardente
desesperado
bêbado esqueci minha honra no traseiro da Claudinha
tive que fugir da polícia
tive que pedir a deus mesmo sendo ateu
manchei meu tênis branco de sangue
e seus olhos já não me olhavam com ternura
seu olhar inquisidor
pronta pra me atirar na fogueira
e comemorou quando me enforquei
era uma sexta-feira
todo suicídio tem seu charme
um jeito clássico de morrer
uma pena que nem morri e nem me converti
e ainda bebo demais só pra te ver sorrir
gorda e infeliz

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